Viagens

Praga, a cidade das cem cúpulas

Há cidades que, pela sua história, arquitetura e beleza únicas, merecem ser visitadas pelo menos uma vez na vida.   

A cidade de Praga, capital da República Checa, atravessada pelo Rio Moldava é um desses lugares carismáticos. A Ponte Charles, cuja construção se iniciou em 1357 por vontade de Charles IV, é de travessia obrigatória, mais do que uma vez. Até 1841 era a única que permitia ligar a parte antiga da cidade ao castelo de Praga. Dezenas de turistas concentram-se na ponte a apreciar a beleza das estátuas, os barcos que fazem cruzeiros no rio, os cisnes das margens e os monumentos a que a ponte dá acesso, dos quais se destaca a famosa Torre da Pólvora.

Apesar de ter percorrido a cidade durante seis horas, num autocarro para turistas, e ter visto muitos dos lugares mais emblemáticos de Praga, entre eles várias das cúpulas que a tornaram famosa, é preciso andar a pé na parte velha para poder apreciar as fachadas dos prédios em estilo “art nouveau”, as praças com os seus heróis em pedestais, as igrejas, os mercados de rua e os bairros pedonais de ruas estreitas e irregulares. Por todo o lado, há multidões que, como nós, caminham à procura dos vestígios da história, à medida que fotografam e comentam os tesouros encontrados.

A Praça da Cidade Velha do famoso relógio astronómico, o Olorj, é um dos lugares da cidade mais visitados. Instalado em 1410, na parede sul do edifício da Câmara Municipal da Cidade Velha constitui o relógio medieval mais famoso do mundo ainda em funcionamento. Tem três mostradores: o astronómico que mostra a posição do Sol e da Lua no espaço celeste; o calendário que indica os vários meses e os sinais de zodíaco e, o mais apreciado, o das horas. De hora a hora juntam-se visitantes de todo o mundo para, durante alguns minutos, observarem “a caminhada dos apóstolos”. Ninguém se importa de esperar porque, naquela praça com igrejas, galerias de arte, hotéis e cafés há sempre artistas que animam o espaço com dança, música e malabarismos.

Fiz questão de cirandar pelas ruas por onde andou o escritor Franz Kafka, que era checo mas escreveu em alemão. Foi, por isso, um dos escritores que estudei a fundo como parte do meu curso de Filologia Germânica.

Fui ao bairro judeu – Judenov – onde ele nasceu e viveu momentos importantes da sua vida, que ainda conserva as seis sinagogas e o cemitério antigo. Visitei o museu Kafka onde pude apreciar manuscritos da sua obra, fotografias e desenhos. Não deixei de ver as irreverentes estátuas do escultor David Cerny junto ao museu e ainda, a da cabeça de Kafka intitulada Metalmorphosis, inaugurada em 2014 que tem causado muita polémica.

Gostei de conhecer a imponente Praça Venceslau com muitas lojas, hotéis, restaurantes e bares que servem cerveja artesanal, conhecida pela sua qualidade. Para fazer compras, senti-me mais atraída pelos mercados de rua com especialidades de comida tradicional, artesanato em madeira e porcelana, por entre um burburinho de gente que torna a cidade animada.

Malá Strana, localizado na base da colina de quem desce do castelo com vista para o rio Moldava, foi um dos meus bairros favoritos. Frequentado pela nobreza, conserva muitos dos magníficos palacetes e igrejas barrocas; entre elas, a Igreja da Vitória onde se encontra o Menino Jesus de Praga. 

É ainda nesse bairro que fica o parque mais visitado da cidade, o Kampa, de onde se pode subir à torre Petrin, verdadeiro miradouro de toda a cidade.

Ciente da atração que a cidade exerce sobre os que a procuram, voltaria a Praga em qualquer outra altura do ano, já que fiquei curiosa em relação ao tanto que ainda há para descobrir.

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Imagens cedidas por Manuela Marujo

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