Viagens

Hong Kong surpreendente

A primeira vez que visitei Hong Kong foi pela mão duma querida amiga portuguesa que vivia em Macau. Tive muita sorte pois ela conhecia bem a cidade, aonde ia frequentemente em trabalho ou lazer.

Depois de me ir buscar ao aeroporto, e me levar a um belíssimo hotel no centro, fomos jantar ao “Hard Rock Café”. Eu acabava de passar uma semana no Japão e ela achou que um hambúrguer com batatas fritas era o ideal para desenjoar de comida oriental. Muito nos rimos!

A primeira impressão de Hong Kong foi, por isso, a de uma China ocidentalizada, devido à influência colonial britânica. Havia multidões no “Hard Rock Café”, música americana e sabores de comida que me eram familiares.
Nos dias que se seguiram, a cidade e seus arredores espantaram-me pela beleza natural nunca mencionada nos guias turísticos que consultei. Conhecia, de filmes e fotografias, a Baixa de Hong Kong com os modernos arranha-céus, os assombrosos centros comerciais com lojas de marcas internacionais, o primor das estátuas que ornamentam as praças e a beira-mar.

O cenário de beleza natural que circunda a cidade surpreendeu-me: montanhas verdejantes de um lado e mar do outro. É obrigatório subir de elevador até ao cimo do Victoria Peak para chegar ao um miradouro turístico que nos permite ter uma visão bastante completa da Baixa da cidade. A imagem que se guarda será inesquecível se ali passarmos algum tempo na hora do pôr do sol. Quando a cidade se ilumina ao crepúsculo, as luzes transformam-na num lugar mágico.

Fomos de autocarro de dois andares, à inglesa, ao “Stanley Market”, um mercado de rua ao ar livre, a cerca de meia-hora do centro. Fica numa vila à beira-mar, e o que me agradou sobremaneira foram a paisagem que se podia apreciar no caminho, a praia de areia clara e os barcos dos pescadores. A tranquilidade do lugar contrastava com o burburinho do mercado, onde tudo se vendia: do jade à seda, todo o tipo de aparelho eletrónico, antiguidades e plásticos numa mistura caótica de mercadorias negociadas por vendedores barulhentos e agressivos. Não gosto de regatear, e das outras vezes que voltei a Hong Kong, nunca mais lá fui.

Os Novos Territórios na Península de Kowloon merecem ser conhecidos. Numa outra visita, em que fui a um congresso na Universidade de Hong Kong, decidi alojar-me nessa área. Tinha curiosidade de conhecer o Templo dos Dez Mil Budas e a Ilha de Lantau.

Valeu a pena subir escadaria atrás de escadaria (são 400 degraus!) a encontrar, a cada passo, estátuas de Buda, de diferentes tamanhos e posições, esculpidos e pintados com cores vivas. Chega-se finalmente aos quatro pavilhões, cinco templos e um terraço ao ar livre com Budas por todo o lado. Tinha ido sozinha, e custou-me bastante chegar ao cimo, mas o local é único e a paisagem que de lá se avista recompensa plenamente.

Na Ilha de Lantau, fica localizado o moderno e funcional aeroporto de Hong Kong. Sendo maior que a ilha de Hong Kong, nela se encontra uma atração turística imperdível – o “Big Buda”, a maior estátua do mundo de um Buda sentado.

Passei outras vezes em Hong Kong, onde fiquei uma ou duas noites, e tive oportunidade de caminhar pelas ruas, sempre no meio de multidões animadas, mesmo durante a noite. O excesso de iluminação artificial incomoda os mais sensíveis.

Hong Kong é uma Região Administrativa Especial desde 1997, quando os britânicos a entregaram à China, depois de longas negociações e promessas de se aí manter a democracia. “Um país, dois sistemas” foi a decisão chinesa, e que deveria durar 50 anos, isto é, até 2047.

O que está a acontecer em Hong Kong não convida a visitar esse lugar do mundo neste momento, mas se tiver oportunidade, vá um dia conhecer essa ilha surpreendente.

 

Gostaria de ajudar um estudante da U of T a ir visitar um país de língua portuguesa?

Pode fazê-lo com um donativo (“tax donation deductible”).

www.donate.utoronto.ca/Marujo

Imagens cedidas por Manuela Marujo

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