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As ilhas defronte da cidade “Toronto Islands”

Do alto da “CN Tower”, o miradouro principal da cidade de Toronto, ao olharmos na direção sul, temos uma vista bonita para um conjunto de ilhas, muito próximas da beira do lago, na Baixa da cidade. Distinguimos, com nitidez, paisagem verdejante, canais, iates ancorados nas marinas, a torre de um farol e um pequeno aeroporto na ponta mais oeste.

 

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Este arquipélago, formado por 14 ilhas, é relativamente recente, apenas existindo desde a segunda metade do século XIX, quando tempestades severas, correntes fortes e erosão separaram os bancos de areia que se estendiam ao longo do lago, desde Scarborough Bluffs até ao centro. As maiores ilhas são Centre, Algonquin e Olympic mas, dum modo geral, são apenas denominadas “as ilhas de Toronto”.  Nas maiores, encontramos zonas residenciais, escola, igreja, parques com entretenimento, praias de areia fina, restaurantes e alguns edifícios públicos.

Lembro-me da primeira vez que apanhei, no cais, um barco tipo “cacilheiro”, que leva menos de 15 minutos a fazer a travessia e fui parar à parte mais leste da ilha Centre, conhecida como Ward (o nome da primeira família a habitar aquela área). Foi uma surpresa ver tantas vivendas bonitas, muitas com ar vitoriano e jardins bem cuidados. Cheia de curiosidade, pensei logo em averiguar quem é que terá conseguido alugar, comprar, viver numa ilha, tão perto da cidade, mas ao mesmo tempo tão privada, liberta da poluição e onde andar a pé e/ou bicicleta é obrigatório. Percebi que era bastante complexo e que, em 1993, tinha sido promulgada nova lei, permitindo aos habitantes alugar por mais 99 anos o espaço que ocupam.

Os barcos que saem do cais Jack Layton são muito frequentes para a ilha mais procurada – a Centre Island. Uma vez desembarcados, há trilhas para passeios pedonais e ciclovias que permitem circulação de bicicletas duma ponta à outra das ilhas, cerca de cinco quilómetros. Com um parque enorme onde se podem fazer piqueniques, com entretenimento para crianças e adultos, ali se têm realizado, em particular nos meses de verão, grandes festivais de música que atraem milhares de pessoas.

A história das ilhas revela que pessoas muito ricas começaram a construir casas de veraneio na parte leste de Centre Island e na de Algonquin, nos fins do século XIX, logo após sua formação. Uma igreja anglicana, St Andrew-by-the lake foi erigida em 1884. Em 1888, o Island Park foi aberto ao público e continua a ser um dos lugares com a vista mais privilegiada para a cidade de Toronto. Duas pontes foram construídas em 1912 e 1914 para ligar as ilhas maiores e mais frequentadas. Atualmente há cerca de 650 habitantes, e mais de 250 casas. Uma organização de moradores conseguiu organizar-se e eventualmente conseguir fazer parte da decisão de quem vive nas ilhas e quem pode comprar as casas devolutas, embora ao longo dos anos se tenha criado grande controvérsia, dado ser propriedade municipal.

As praias atraem muito público e são procuradas pois a água do lago é limpa, calma e de temperatura agradável. O “Hanlan Point”, na parte noroeste das ilhas evoca o nome da primeira família a morar na ilha todo o ano. Foi John Hanlan quem mandou ali construir o primeiro hotel em 1878 e muito contribuiu para atrair veraneantes durante a época balnear. Há no Hanlan point uma praia de nudismo, algo pouco comum no Canadá.

Em 1939, na ponta mais oeste, foi concluído o aeroporto Billy Bishop e, desde 2015, há um túnel que permite acesso pedestre ao mesmo. Levantou-se muita polémica sobre a permissão da circulação de jatos, e até hoje o aeroporto está limitado a aviões regionais e voos de ligação com os Estados Unidos. 

Toronto é uma cidade recente em termos históricos. A natureza, no entanto, é pródiga e a cidade encanta os que a procuram, pois as belezas naturais são tão abundantes nesta cidade que precisamos de muito tempo para as descobrir.

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Imagens cedidas por Manuela Marujo

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