Viagens

Algarve – sol, mar, praia

Desde criança que conheço a mourisca Albufeira, ligada nos verões da minha infância, por uma “automotora” à estação ferroviária de Santa Clara-Sabóia, Baixo Alentejo. Ao longo das décadas, observei que Albufeira se descaracterizou com a invasão de turistas. Não fui daquelas pessoas que protestou, Portugal precisava e precisa de turistas para melhorar a economia do país, e há tantas outras praias por onde escolher, por que não mudar apenas de destino?

Algumas famílias portuguesas mais privilegiadas descobriram o Algarve, antes dos estrangeiros. Mas foram os ingleses que, após a Segunda Guerra Mundial, encontraram na costa algarvia um local atraente e o tornaram famoso. Foi, todavia, só depois dos anos sessenta, que o Algarve se abriu ao turismo de massas. Falta de bons transportes rodoviários e ferroviários tornavam o Algarve pouco acessível até essa altura. O aeroporto de Faro, inaugurado em 1965, iria mudar tudo.

O mês de agosto é o favorito dos nacionais para veranear; as praias enchem-se de crianças e suas famílias alegres e barulhentas. Quem prefere a tranquilidade e tem o privilégio de poder fazer férias noutros meses do ano, escolhe junho, setembro, ou até o mês de outubro que são também quentes e mais tranquilos, nas praias algarvias.

Praia dos Três Irmãos, no Alvor, é uma das muitas praias lindas do Algarve. Escolhi-a desta vez, para passar férias. Diz a lenda, que os rochedos rentes à praia eram três irmãos pescadores, petrificados devido à sua falta de fé, quando tentavam chegar à praia depois de destroçado o barco em que navegavam. É uma lenda e como tal, não explica a ira divina e o terrível castigo atribuído aos três homens pela Divina Providência. Mereciam ter sido transformados em rocha?

O Alvor é uma vila pré-romana, com foral do Rei Dom Manuel I, século XV, mas só ficou conhecida dentro e fora do país quando a empresa Torralta, no fim dos anos 1960 mandou construir torres na areia da praia, tornando “ricos” os pescadores que trocaram suas casitas por quantias tentadoras. A “Torraltinha” como carinhosamente diziam os locais, fez felizes muitas famílias pobres naqueles anos de Portugal miserável. Os protestos que se fizeram ouvir, dos amigos do ambiente e natureza, não foram suficientemente fortes para parar o progresso.

Há torres com apartamentos privados, há torres com grandes apart-hotéis, há hotéis modestos e luxuosos. Apesar disso, o areal enorme e plano entrecortado de rochedos e falésias de formas misteriosas, onde se descobrem praias recatadas, atraem pela sua largueza que a todos permite lugar.

Na praia, do Alvor, em setembro, ouvem-se muitas línguas estranhas, mas também se fala português.  Gosto desta praia, localizada entre Lagos e Portimão, cidades que oferecem recreio e cultura, caso seja isso também que procuremos nas férias.

A poucos quilómetros de Alvor fica Silves, último reduto muçulmano, que foi conquistada definitivamente aos mouros, em 1253 pelo Rei Afonso III, Rei de Portugal e do Algarve.  O seu castelo mourisco pode ser visitado e oferece uma lição de história sobre derrotas e conquistas. Tanto que se pode aprender durante as férias!

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