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A “AGO”, o Museu das Belas Artes de Toronto

A Art Gallery of Ontario (AGO) é um dos meus lugares preferidos da cidade de Toronto. É um espaço perfeito para se visitar em qualquer estação do ano, especialmente no inverno, um lugar ideal onde passar algumas horas, abrigados do frio e a encantar-nos com as obras de arte ali expostas.

Ir à AGO, na baixa da cidade, atrai-me por vários motivos. O edifício da Dundas, com esquina nas ruas McCaul e Beverly, foi renovado nos anos de 2004-2008 sob a orientação do conceituado arquiteto canadiano Frank Gehry, e vale por si mesmo uma visita. A fachada gigantesca de cristal, que faz lembrar um “navio à deriva dentro da cidade”, nas palavras de um jornalista do New York Times – é a Galleria Italia. Do interior desta, enquanto saboreamos um expresso ou um “gelatto”, podemos admirar as pequenas galerias de arte, bistrôs, cafés, etc., situados do lado oposto da Rua Dundas.

A primeira exposição na AGO data de 1913, e teve lugar na casa apalaçada “La Grange” doada por Harriet B. Smith em 1917, ainda hoje parte integrante do museu, e que dá o nome ao parque atrás do edifício. Presentemente, nesta mansão histórica, pode apreciar-se o mobiliário e decoração da época, e tomar-se chá ou uma refeição ligeira num ambiente requintado.

A Galeria possui mais de 95 000 obras de arte na coleção permanente, datadas desde o século I até ao presente. Tem no seu acervo a maior e mais impressionante coleção de arte de pintores canadianos e de arte indígena de todo o país constituída por esculturas, pinturas, gravuras e outros objetos. A coleção de fotografias, desenhos, miniaturas de barcos e outros milhares de objetos artísticos satisfaz os mais variados interesses de visitantes nacionais e estrangeiros.

Obras de artistas famosos têm sido expostas temporariamente ao longo dos mais de cem anos da vida da Galeria. Lembro apenas as mais recentes a que tive o privilégio de poder contemplar: Yayoi Kusama, Guilherme del Toro, Weiwei, David Bowie, Jean-Michel Basquiat, Francis Bacon e Henry Moore.

Para quem gosta do escultor Henry Moore, a AGO tem a maior coleção do mundo de obras deste escultor britânico que doou a sua coleção particular ao museu.

Ir à AGO com crianças pode ser muito divertido. Com o generoso patrocínio de alguns filantropos, o museu dedicou um espaço privilegiado para ocupar as crianças que ali podem entrar, gratuitamente, para brincarem e aprenderem através de jogos e oficinas apropriados para as várias idades.

Há um restaurante muito moderno aberto ao público, cafés, um auditório com cinema, uma biblioteca e uma loja que vende de tudo um pouco relacionado com arte.

Em maio deste ano, a AGO criou, a título experimental, um passe gratuito anual para qualquer pessoa com menos de 25 anos de idade e um passe anual de $35.00 para adultos, que permite entradas ilimitadas na Galeria. É uma decisão que me alegra muito, dado que o preço duma entrada para adulto, no valor de $25.00, tem impedido muita gente de frequentar este museu de arte. Às quartas-feiras, a AGO continua com a tradição de entrada gratuita das 18 h às 21 h para qualquer pessoa.

Quando, às vezes, perguntava aos meus alunos se conheciam a AGO e me diziam que não, ficava com pena. Outras pessoas amigas que vivem em Toronto também mal conhecem este lugar de arte. Compreendo que não era muito motivador ir lá muitas vezes pois as entradas eram pouco convidativas. E para uma família, ficava mesmo exorbitante!

Tenho passado momentos de beleza e de grandes descobertas neste lugar. A partir de maio deste ano, com a entrada em vigor dos novos passes, não há desculpa para não beneficiar do museu das belas artes da cidade. Aqui vos deixo a sugestão.

Manuela Marujo

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Imagens cedidas por Manuela Marujo

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