Saúde & Bem-estar

O dia em que a Terra parou e parar para viver

Movimento atípico; apenas uma pessoa passa na rua. Trânsito? Que trânsito? Crianças de mãos dadas com seus pais, empolgadas por irem à escola? Não vejo há alguns dias. Prateleiras de supermercados vazias. Será que comemos papel higiênico e eu não sabia? A humanidade já não é mais a mesma… Toda essa reclusão foi recomendada pela  OMS e políticos responsáveis, chefes de estado com o mínimo de discernimento acataram e propagaram a ordem: “fiquem em casa”.     

Várias coisas passam pela minha cabeça diante desse momento que o mundo vive. Me dá um pouco de medo se eu me inclinar às teorias conspiratórias. Será que estão contando toda a verdade a respeito desse vírus? Muitas fake news se espalham, misturadas com informações importantes. Mais uma vez, precisamos tomar um cuidado imenso com o que compartilhamos, a fim de divulgar  as informações necessárias e não causar pânico (ainda mais) na população.

Vejo políticos irresponsáveis incentivando e  comparecendo a protestos públicos. Pior: cumprimentando com apertos de mão, fazendo selfies com manifestantes, correndo o risco de estar contaminando  tanta gente com esse tal de coronavírus. Pessoas confiam em seus chefes de estado, em seus líderes, e se eles demonstram que não há com o que se preocupar, até inconscientemente, essas pessoas  não vão se preocupar também.

As redes sociais estão mais ativas do que nunca; memes de pessoas que já estão “enlouquecendo” ficando em casa, no terceiro dia, me fazem sorrir. Afinal, rir das desgraças também é preciso. Não estou falando em fazer piada com a morte alheia, mas a gente não pode deixar de procurar um lado cômico em momentos como esse, senão tudo fica mais intenso, difícil.

As pessoas estão dando aula de yoga no Instagram, festivais musicais estão acontecendo virtualmente, os artistas estão se mobilizando para entreter o público, tem gente lendo poesia em live do Facebook. Isso é bonito de ver.

Li  sobre os impactos ambientais que esse momento tem causado no mundo como, por exemplo, a drástica redução das gôndolas em Veneza, na Itália, deixaram as águas dos canais, comumente turvas, bem mais claras, chegando a deixar visível um grande número de peixes, ou ainda, que foram apresentados estudos realizados pelo Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), nos Estados Unidos, de que a China e Itália causaram uma redução drástica na poluição ambiental em ambos os países após entrarem em quarentena.

Me comovi com a solidariedade que ainda existe em nós, quando vi diversos vizinhos se mostrando à disposição uns dos outros para ir ao mercado, principalmente aos vizinhos mais velhos, que fazem parte do grupo de risco.

Vi egoísmo também. Pessoas estocando comida para meses, sem necessidade, deixando os outros sem alimentos básicos como arroz, feijão e água. O egoísmo partiu também de indústrias e pessoas, pensando em lucrar com o momento.

Percebi o quanto somos vulneráveis, e senti medo por isso. Concluí que precisamos de planos mais concretos caso aconteça algo ainda mais sério, para administrarmos melhor a situação sem chegar a um caos completo.

Olha o maluco beleza, Raul Seixas, novamente por aqui, pois no decorrer das notícias e acontecimentos, me lembrei da música em que o Raulzito dizia “no dia em que a Terra parou”, e paramos! Estamos neste momento parados por uma necessidade histórica. E isso me fez lembrar, também, da prática de meditação. A meditação nos ensina que precisamos parar, respirar, prestar atenção em nós mesmos, olharmos para dentro como nunca olhamos, com o intuito de mudarmos certos padrões que temos em nossa rotina e que não enxergamos por vivermos no piloto automático. Precisamos parar para pensar e pensar para viver.

Adriana Marques

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