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Existe vida após a rede social

Existe vida após a rede social-mundo-mileniostadium Mudar velhos hábitos, como todos sabem, é uma das tarefas mais difíceis de serem feitas. A rotina nos faz viver no automático e acabamos por não prestar atenção às nossas próprias atitudes, escolhas e aos pequenos detalhes do dia-a-dia.

Dia desses resolvi fazer uma experiência de auto-observação: prestei atenção na maneira como acordo, como me alimento, como vou trabalhar, como me relaciono com o ambiente e as pessoas que me cercam. Identifiquei que, boa parte das  escolhas feitas no meu cotidiano, não partiam diretamente de mim, mas sim do efeito causado pelo verdadeiro bombardeio que a internet faz através de artigos, publicidade explícita ou não,  influencers, etc. Ao reparar nesse processo da minha rotina, me dei conta de que a primeira coisa que fazia ao acordar, era pegar o celular. Dedicava um bom tempo olhando as vitrines virtuais, as notícias sensacionalistas e negativas, as propagandas direcionadas de acordo com o meu perfil; enfim, nem um “bom dia” eu dava à minha família por estar focada apenas no mundo virtual. Na correria, engolia com a ajuda do café, um pão com queijo no café da manhã e já estava a caminho do trabalho. Com o celular, registrava uma foto ou outra da janela do metrô usando um filtro super em alta nas mídias, adicionava uma frase antes de postar “Mais um dia, bom dia”. Passava quase todo o trajeto fazendo isso e olhando rapidamente os “stories” nas redes sociais. No trabalho, algumas vezes repetia esse processo para me manter “atualizada”. No fim do dia, ao chegar em casa, comia assistindo TV e, antes de dormir, dava uma passeada, de novo, pelas redes sociais, antes de cair de sono com os fones de ouvido. Acredito que muitas pessoas estão se identificando com essa rotina, afinal, essa é a era da internet.

Nesse processo de auto-observação, percebi meus livros ainda não lidos, encostados no armário, cheios de poeira. Já não conversava tanto com meu marido como fazíamos antes, trocando ideias e impressões sobre os mais variados temas. Notei, inclusive, a diminuição no meu consumo de frutas e água! Minha vida estava sendo deixada de lado por uma série de coisas vindas daquele minúsculo e viciante aparelhinho que, simplesmente, me distraíam.

Essa experiência de auto observação faz parte de um projeto pessoal desde o início desse ano em busca da minha verdadeira essência. Não é fácil dar conta dos vícios e artifícios do ego e tantos outros monstrinhos que fazem parte da nossa estrutura. Mas chega um momento da vida em que você tem de escolher: encara uma mudança ou continua passando pela vida como se estivesse num sonho. Foi então que tomei uma decisão radical: apaguei todos os meus aplicativos, minhas redes sociais e fui experimentar como é viver sem esses artifícios. Como é conviver mais consigo mesmo? Como é ficar sem o “like” das pessoas? Ainda não tenho todas as respostas de como é viver a vida sem a internet, ou melhor, sem tanta internet. Mas já posso adiantar que é um hábito (ou vício?) dificílimo de ser desfeito. A pior sensação é a de sentir-se isolada do mundo. Por outro lado, esse “break” está sendo extremamente útil no meu processo de auto conhecimento. Com esse desligamento das redes, sobra espaço e tempo para o resgate e fortalecimento da minha essência. Depois, é possível até um retorno ao mundo virtual. Com outra postura e maior discernimento, podemos driblar as manipulações de que somos vítimas e viver de forma mais autêntica. Viver na vida real.

Adriana Marques/MS

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