Amar e ser amado(a)
Queremos amar e ser amados, mas nem ao menos sabemos amar a nós mesmos, quem dirá amar o outro? Replicamos o que vemos em filmes e novelas, desaprendendo como é essa troca genuína, gerando com isso, uma inexplicável angústia escondida. Passamos a vida remoendo essa incapacidade e desejo!
Inicío o texto com essa afirmação, diga-se de passagem, forte, para refletirmos juntos sobre o auto-amor.
Eu fico me perguntando: como devo amar a mim, quando a ênfase da sociedade está em encontrar alguém, amar alguém ? A intuição me diz que devo começar através do autoconhecimento. E, para isso, eu preciso lidar com as minhas sombras e talvez essa seja uma das partes mais dificultosas. Tenho que olhar para elas e aceitar que elas existem; dessa forma, eu consigo identificar onde posso melhorar e onde devo trabalhar para haver transformação . Também devo olhar para a minha luz. É importante! Ao longo do tempo, nós aprendemos que temos que nos recolher à nossa “insignificância” e, assim, não percebemos as nossas qualidades, talentos e dons. A “humildade” é qualidade muito apreciada por todos. Observe que coloquei a palavra “humildade”, entre aspas. Essa, inclusive, já foi pauta discutida por aqui, a diferença entre a ostentação altruísta e a soberba, entre a humildade e a falsa “humildade”. Mas, de qualquer modo, isso é algo que a grande massa considera como positivo sem distinguir entre a falsa e a verdadeira humildade. Ainda bem que alguns se salvam dessa interpretação errônea que nos limita.
A intuição, muitas vezes adormecida por falta de uso, me diz, de novo, que o amor por si mesmo(a) começa a partir do olhar aos detalhes luminosos dentro de nós. Exercite esse olhar. Se olhe no espelho e fale em voz alta tudo o que você tem de bom, se elogie, se incentive, diga em voz alta o que você precisa fazer para mudar certos padrões. É importante verbalizar.
Acredito que outro passo muito importante é o de tirar o mundo das costas. Muitas pessoas querem fazer tudo pelos outros, atender a todos os desejos alheios com o único objetivo de serem queridas e aceitas através do “sim” indiscriminado.
Pincelei de forma superficial sobre a dificuldade do ser humano ainda não ter aprendido a amar verdadeiramente, porque desde que nascemos somos condicionados a enxergar e acreditar apenas no amor romântico da ficção. Quando nos deparamos com a realidade e ela não funciona como nos filmes, vem a frustração. Frustração por não atingir a expectativa projetada e acalentada desde a infância. Por isso tantos casais não aguentam a pressão, por isso que as relações estão cada vez mais superficiais. Porque não desenvolvemos a capacidade de amar genuinamente, e, principalmente, não aprendemos amar a nós mesmos; e quando não amamos a nós mesmos, dificilmente conseguiremos amar outra pessoa.
O problema é que as pessoas se interconectam por semelhança. Ou seja, quem não se ama acaba se conectando com quem também não se ama. Vê a lambança?
A partir do auto-amor somos capazes, finalmente, de amar o outro, e, consequentemente, ser amado pelo outro. Sejamos exemplo e aprendamos juntos a cultivar essa virtude tão almejada, que movimenta todas as forças do Universo, e, ao mesmo tempo, tão singela: o amor.
Adriana Marques
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