Música

Concerto “City Portraits”

Junta músicos luso-canadianos na Escola de Artes da McMaster University

A Universidade de McMaster em Hamilton recebeu um concerto de música clássica que retratou a diversidade cultural de Toronto. “City Portraits” juntou dois luso-canadianos em palco e o resultado não podia ter sido melhor.

Em declarações ao Milénio Stadium, Joseph Resendes, maestro do concerto, falou-nos um pouco sobre esta atuação. “No palco tivemos 74 músicos e embora todos estudem na McMaster, nem todos integram a nossa Escola de Artes. Alguns são de Ciência Política, Direito, Biologia, mas todos ensaiam uma vez por semana para o concerto. O tema é City Portraits porque cada um de nós tem uma conexão com uma determinada cidade. Eu, por exemplo, estou muito ligado a Hamilton”, disse.

Wesley Ferreira com Joseph Resendes

Wesley Ferreira é um dos clarinetistas mais proeminentes da sua geração e reconhece que é bom partilhar o palco com outro português. “Foi um concerto espetacular porque tive a oportunidade de colaborar com Joseph Resendes. Conheço-o desde pequeno, mas nunca tínhamos tido esta oportunidade. Adorei a experiência e espero que volte a acontecer (risos)”, justificou. Professor assistente de clarinete na Escola de Música, Teatro e Dança da Universidade do Colorado, sempre que pode Wesley regressa a Ontário. “Eu nasci e cresci em London e a primeira vez que toquei um instrumento foi na Banda Lira do Senhor Divino Espírito Santo. O meu pai foi o meu primeiro professor de música e eu percebi muito cedo que queria ter uma carreira nesta área. Eu queria tocar trompa, mas ele disse que eu devia experimentar o clarinete. Então eu não tive grande escolha, mas acabou por ser o instrumento certo. Acho que como ele tocava saxofone achava que me podia ensinar a tocar clarinete”, contou.

Oriundo de uma família com uma grande tradição musical, Resendes também integrou várias filarmónicas portuguesas em Hamilton, uma decisão que lhe mudou a vida. “Eu tinha quatro anos quando comecei a tocar numa filarmónica portuguesa em Hamilton. Eles davam-nos instrumentos e fardas e, acima de tudo, uma oportunidade para aprender música. Eu ia com o meu pai para os ensaios e sentava-me ao lado dos instrumentos de percussão. Tocava bateria, lembro-me que tinha uns desenhos amarelos. Acho que se não fosse pela comunidade portuguesa eu não tinha optado pela área da música”, explicou.

Resendes toca saxofone, clarinete, flauta e piano e explica que o trabalho do maestro é semelhante ao de um pintor. “O papel do maestro é ouvir. Nós recebemos a informação e depois temos de encontrar uma forma de equilibrar todos estes sons. É um pouco como o trabalho de um pintor que tem acesso a várias cores e que depois acaba por misturá-las e criar outras tonalidades”, informou.

Resendes quer terminar o doutoramento em Ciências Musicais e acredita que a banda universitária ainda pode crescer mais. “Gostava de ver este programa crescer porque acredito que tem imenso potencial e também quero terminar o doutoramento, é um dos meus objetivos a curto prazo. É muito desafiante para mim continuar a crescer e voltar a partilhar o palco com músicos como o Wesley”, adiantou.

Wesley Ferreira deixa um conselho para quem está a dar os primeiros passos na música. “Não interessa o tipo de educação que tens ou o teu nível intelectual. O que interessa é a tua perseverança, na música ou em qualquer outra área. No fim do dia são essas pessoas que conseguem alcançar os seus objetivos”, avançou.

Joana Leal

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