Ambiente

Terra Viva: Plasticultura – Plástico Biodegradável

Anualmente são utilizadas mais de 545 mil toneladas de filmes plásticos na agricultura – porém, com o desenvolvimento de novos materiais biodegradáveis, esta situação poderá inverter-se.
Atualmente os plásticos usados na agricultura são de polietileno, um derivado do petróleo. Estes materiais podem demorar séculos a degradar-se, sendo que à medida que se vão fragmentando acabam por entrar na cadeia alimentar. Também estes filmes usados nas explorações agrícolas contribuem para o aumento dos tão falados microplásticos.

Uma investigação que juntou empresas e universidades de Portugal e outros países criou um plástico biodegradável, para cobrir várias sementeiras, com produtividade semelhante ao convencional e que poderá contribuir para a redução do consumo de água e de pesticidas.

Várias unidades agrícolas, principalmente hortícolas, utilizam a chamada plasticultura, ou seja, a utilização de plásticos convencionais, de polietileno, para proteger as sementeiras de culturas como o melão, a meloa, os pimentos ou os morangos, aumentar a produtividade e antecipar a data da colheita.

Os plásticos usados são um grande problema ambiental, já que nem todos lhes dão o tratamento devido. Já todos vimos montes de fitas de rega ou de plásticos usados na produção de morangos atirados em qualquer lado, desde à beira de caminhos passando pelas margens de rios. Mas há práticas ainda mais incorretas como a sua queima ou enterramento o que leva a uma poluição muito complicada dos solos.

Esperemos que esta situação melhore rapidamente… E parece que vêm aí boas notícias!

Uma cientista do Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade Técnica de Lisboa, Elisabete Duarte, participou numa investigação, para produção de plásticos amigos do ambiente de utilização na agricultura.
O projeto comunitário, chamado Agrobiofilm, juntou três Pequenas e Médias Empresas (PME) e centros de investigação de Espanha, França, Noruega e Dinamarca, além do Instituto Superior de Agronomia, e é um bom exemplo do trabalho conjunto entre indústria e ciência.

Foi para resolver este problema que surgiu o desafio de substituir os plásticos convencionais por produtos amigos do ambiente, integrados no solo juntamente com os restos das culturas e biodegradados com os microrganismos e flora presentes no terreno, sem pôr em causa a produtividade.

Fabricado a partir de amido de milho, óleos vegetais e polímeros biodegradáveis, este bioplástico tem a grande vantagem de voltar a ser incorporado no solo, sem prejudicar o ambiente.

Conforme informação veiculada no site de uma marca já no mercado, pode ler-se:
“Em comparação ao mulch tradicional, o Agrobiofilm® mostrou ser mais eficiente, proporcionando melhor rendimento em certas culturas.
A nível de preparação do solo e aplicação mecanizada, este mulch biodegradável não demonstrou diferenças, tendo ainda a vantagem de não ser necessário retirar no final da cultura, poupando esta operação e custos para o agricultor. Assim, deve ser incorporado no solo no final do ciclo da cultura, juntamente com os resíduos desta. Depois de enterrado vai biodegradar-se completamente, transformando-se em matéria orgânica.”

Os estudos foram feitos com culturas de melão, meloa, curgetes, pimentos (de ciclos curtos, três ou quatro meses), morangos (mais longo, 8 meses) e até vinha – uma alternativa seguida pelo parceiro francês, que aplicou o agrobiofilm em vinhas novas.

Esperemos que se despachem a colocar estes plásticos no mercado e que se tornem obrigatórios – isto acompanhado, claro, de um preço acessível para os agricultores.
Desfrutem da natureza com respeito e admiração.

Paulo Gil Cardoso

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