Ambiente

Terra Viva – Pastilhas Elásticas

Atiramos dezenas de milhares de pastilhas elásticas para o chão diariamente e nem imaginamos o impacto que este ato tem na natureza.

Mascar pastilhas elásticas é um hábito com centenas ou milhares de anos, há autores que referem que tribos índias, da região que corresponde atualmente à Guatemala, já mascavam uma resina extraída de uma árvore a que chamavam “Chicle”, há também referências que na Grécia antiga se mastigava uma resina da árvore “Mastiche” para higiene oral, limpando e branqueando os dentes e eliminando maus hálitos.

As pastilhas elásticas feitas com látex, idênticas às que conhecemos hoje, surgem no final do séc. XIX. Na sequência do exílio nos E.U.A. do ex-presidente mexicano António Lopez de Santa Anna que levou consigo resina látex e a deu-a conhecer ao fotógrafo e inventor Thomas Adam Jr., este último cria as primeiras pastilhas elásticas da era moderna que com um toque de licor rapidamente se tornaram num sucesso comercial – calcula-se a produção mundial em cerca de 1,7 mil milhões de unidades por ano. Atualmente, as pastilhas elásticas são feitas a partir de polímeros como o poli(isobutileno) e co-polímeros como o poli(acetato de vinilo), isobutileno-isopreno e estireno-butadieno que não são solúveis em água.

As pastilhas elásticas atiradas para o chão e para a natureza são um risco elevado para uma série de animais. Não são biodegradáveis e, por tal facto, são poluentes, demorando cerca de cinco anos a decomporem-se.

Atraídas pelas cores atrativas e pelo cheiro adocicado das pastilhas, as aves são as principais vítimas, muitas morrem asfixiadas porque os seus bicos ficam colados e outras morrem pela ingestão por não as conseguirem digerir. Também os esquilos são vítimas das doces chicletes morrendo pelas mesmas causas. Não são porém só estes animais maiores que sofrem com as pastilhas elásticas, milhares de insetos, sejam voadores ou rastejantes veem as suas vidas comprometidas quando ficam colados.

Nas cidades, em espaços públicos e espaços de lazer, as pastilhas elásticas são um problema de poluição visual, sendo muito difícil removê-las. Existem, pelo mundo fora, muitos locais onde atirar uma pastilha elástica para o chão é passível de multas elevadas, é o caso de Singapura em que a multa pode chegar aos 500 dólares, onde é até ilegal mascar pastilhas elásticas, ou de Londres onde a multa é de 50 libras.

Nem tudo são más notícias, em 2009 foram criadas no México as primeiras pastilhas elásticas biodegradáveis e que começam a aparecer no mercado, tendo no entanto ainda um preço elevado.

Depois disto esperamos que compreenda o impacto que as pastilhas elásticas que habitualmente atira para chão têm no ambiente e natureza à sua volta, quando terminar de mascar uma e não tiver um balde de lixo próximo enrole-a num papel e guarde-a no bolso até encontrar um contentor onde colocá-la. Com esta atitude estará a salvar um pássaro ou esquilo e a contribuir para uma cidade mais limpa. O comportamento de cada um de nós faz toda a diferença, e só com uma atitude de respeito pela natureza é que poderemos continuar a desfrutar dela com admiração.

Paulo Gil

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