Terra Viva – Fontes de Energia
Sem energia não existiria vida e também não teríamos a civilização tecnológica que temos.
Ao longo da história o homem foi procurando variadas fontes de energia, transformou-a, armazenou-a, transportou-a, aplicou-a de diversas e inventivas formas. A necessidade de energia do homem é insaciável e também vital.
Atualmente as fontes de energia mais exploradas são as de origem sólida e fóssil através do aproveitamento do calor da sua combustão essencialmente para produção de energia elétrica.
As fontes mais utilizadas a nível global, conforme números disponíveis de 2016 de consumo anual, são:
Petróleo e produtos derivados: 4.473 milhões de toneladas
Combustíveis sólidos: 3.657 milhões de toneladas
Gás: 3.032 milhões de toneladas
Energias Renováveis: 1.878 milhões de toneladas
Nuclear: 680 milhões de toneladas
Outras fontes: 44 milhões de toneladas
Pelos números apresentados se conclui-se que as fontes mais utilizadas são as de origem fóssil, e através da sua combustão, emissoras de dióxido de carbono, perfazendo 81,1% das fontes de energia utilizadas, apenas 13,6% são de origem de energias renováveis.
Anualmente queimam-se 11.162 milhões de toneladas de combustíveis que contribuem para a poluição atmosférica, efeito estufa, e consequentemente aquecimento global.
O esforço de mudança relativamente às fontes de energia tem sido muito- é, porém, ainda insuficiente. A inércia de todo o nosso sistema produtivo é extremamente difícil de alterar.
As alternativas existem. O nosso desenvolvimento tecnológico de captação de energia solar, por exemplo, é ainda incipiente, no entanto, o foco tem de ser a sua evolução. Recebemos mais de mil milhões de terawatts de energia solar anualmente.
Outra questão urgente é que se calcula que existam apenas aproximadamente mais 44 anos de petróleo disponível. A ser verdade, poderemos imaginar as convulsões civilizacionais que esperam a raça humana, desde conflitos entre nações sobre recursos energéticos a convulsões sociais por necessidades de sobrevivência.
O despertar para questões vitais para a continuidade da espécie humana e da própria Terra está já em curso, acreditemos que podemos alterar o rumo até aqui seguido. Neste mesmo espaço do Milénio Stadium, na edição de 15 fevereiro deste ano, foi aqui dado um excelente exemplo do que pode ser feito – relembro a publicação sobre a ilha açoriana Graciosa.
“A Graciosa dá atualmente um passo exemplar para o mundo tornando-se na primeira ilha da Terra com energia 100% renovável, sendo líder na utilização de recursos naturais renováveis para produção de energia através do projeto “Graciólica”. Este é o primeiro sistema integrado de energia híbrida a ser implementado no mundo, baseado na produção energética a partir do vento e do Sol.”
Outros exemplos por esse mundo fora podem ser referidos – existem já gigantescos Parques Fotovoltaicos, que passo a elencar:
Parque Fotovoltaico da Amareleja, Portugal – potência de 46MWp
Parque Fotovoltaico de Abu-Dhabi, Emiratos Árabes Unidos – potência de 100MWp
Parque Fotovoltaico de Gila Bend, Arizona, USA – potência de 280MWp
Também na energia Eólica existem já enormes instalações. Das 20 maiores, 15 encontram-se nos EUA. A 13ª maior instalação do mundo é o Parque Eólico do Alto-Minho, em Portugal, sendo constituído por 120 aerogeradores com uma capacidade instalada de 240 MWp, estando prevista uma produção anual de 530 GW/h. Os geradores estão distribuídos por 5 subparques, 38 em Picoto – São Silvestre, 52 em Mendoiro – Bustavade, 32 em Santo António, 66 em Alto de Corisco e 52 em Picos.
Como se pode constatar, as possibilidades de fontes de energia limpas já existem, apenas se devem multiplicar e desenvolver. A capacidade de adaptação e genialidade humanas serão com certeza as vias para a preservação e para a promoção do respeito e admiração pela natureza. Ainda há esperança.
Paulo Gil Cardoso
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