Ambiente

Terra Viva – Cimeira do Clima das Nações Unidas – COP 25 É tempo de agir!

O discurso de abertura da Cimeira do Clima proferido pelo Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi claro e inequívoco relativamente à urgência que existe em todos os líderes mundiais se empenharem em tomar ações no sentido de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apelando ao aumento da “vontade política” dos líderes mundiais.

A 25ª Conferência das Partes (COP 25) da Convenção Quadro das Nações Unidas, decorre entre o dia 2 e o dia 13 de dezembro em Madrid, depois do Chile por motivos de segurança ter declinado a sua realização. Esperam-se delegações de 196 países, sendo portanto uma verdadeira reunião mundial. Que haja entendimentos e compromissos de ação efetiva é o que se espera e deseja para bem do planeta e de toda a vida na Terra, incluindo claro está a Humanidade.

No mesmo dia da abertura da cimeira, a organização internacional não-governamental Oxfam, publicou um relatório onde alerta para a existência de cerca 20 milhões de deslocados por ano devido a desastres provocados pelas alterações climáticas, sendo os países mais pobres os mais afetados por incapacidade de preparação ou resposta a eventos climáticos extremos, indicando que 80% dos deslocados internamente são em países asiáticos. A Oxfam acrescenta ainda que “o número de desastres climáticos relacionados com o clima que resultam em deslocamento aumentou cinco vezes na última década.”

Muito haverá a fazer para alterar as mentalidades de todos – muitos são os países que têm desprezado os alertas, existem verdadeiros atentados à saúde da Humanidade e do planeta um pouco por todo o mundo. Os maiores produtores de gases de efeito estufa em 2017 foram: China, com 27,5% do total mundial; seguida pelos E.U.A. 14,75%; União Europeia 9,33%; Índia 6,43%; Rússia 4,86%. De referir que os E.U.A reduziram as emissões de 2017 de 6.673 milhões de toneladas para 6.570 milhões de toneladas em 2018, enquanto a China aumentou no mesmo período de 12.454 milhões de toneladas para 12.700 e a Índia aumentou de 2.379 milhões de toneladas para 2.870 milhões de toneladas. Apenas por curiosidade, Portugal aparece na posição 65 do “ranking” com 62 milhões de toneladas em 2017. De referir que todos estes valores são alvo de dúvidas devido às formas de cálculo e de como cada país revela os seus números, situação que também se pretende corrigir nesta cimeira de Madrid. Apesar de anfitriã da cimeira, a própria Espanha (posição 27 com 306 milhões de toneladas em 2017) tem processos a decorrer em tribunais europeus por incumprimento das recomendações da União Europeia. Todos prevaricam e todos se defendem apontando o dedo a outros e desviando atenções. A hipocrisia não resolve problemas, apenas os adensa.

Um dos grandes assuntos a debate será a participação financeira dos países para o Fundo Verde Climático que serve de apoio aos países em vias de desenvolvimento, para que apliquem tecnologias amigas do ambiente, e a existência de um mecanismo de compensação às nações que sofram prejuízos provocados por fenómenos climáticos extremos. Este fundo foi alvo de consenso aquando da assinatura do Acordo de Paris, no entanto o cumprimento das contribuições para o fundo está muito aquém do acordado, com contribuições para o fundo em atraso ou inexistentes e sem se conseguir compensar os países lesados na medida do estipulado.

Esperemos que a COP 25 não seja uma “Torre de Babel” – não nos podemos dar ao luxo de continuar a falar diferentes línguas, é tempo de agir e não de desentendimentos. A natureza precisa urgentemente de respeito, caso contrário não poderemos continuar a desfrutá-la.

Paulo Gil Cardoso

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