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O clima não tem Nação

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A negação e a campanha de desacreditação sobre as alterações climáticas não surtirá qualquer efeito sobre essas mesmas alterações climáticas. Por mais que se neguem as evidências, por mais que se deturpem resultados e se use retórica demagógica, nada alterará o curso de desregulação que o ambiente na Terra sofre.

O clima é como um complexo puzzle composto por peças que destruímos, mudamos de lugar, forçamos encaixes. Neste momento a destruição de peças é de tal ordem que o quadro final começa a ser imprevisível. Penso não ser necessária grande inteligência para perceber este exemplo que acabei de dar.

Não existem fronteiras para as tempestades, massas de ar, furacões, chuvas torrenciais, frio ou calor extremos, não existem fronteiras para chuvas ácidas nem para secas extremas, não existem fronteiras para o ar que respiramos nos Polos, no continente americano, na Europa, na Ásia ou outro qualquer recanto desta Terra dividida pelo homem em quintais de interesses e com demarcações de territórios baseados no primitivismo desta espécie que se autoproclama Sapiens Sapiens.

A Terra tem 4,5 mil milhões de anos e o homem surgiu há cerca de 350 mil anos: comparando este tempo com um ano, o homem surgiu no último minuto do dia 31 de dezembro e apenas num minuto conseguiu desregular e provocar alterações com repercussões imprevisíveis na vida da Terra e da sua própria existência.

Continuar a acreditar que existe um bom futuro para a espécie humana e para o planeta, apoiando e suportando aqueles que estão em negação e que sobrepõem nacionalismos e egoísmos a uma globalização equilibrada e consciente, é como acreditar que podemos viver sem respirar.

O espetáculo de vaidades e de interesses de alguns líderes mundiais presentes na Cimeira do Clima, promovida pelas Nações Unidas, demonstra exatamente o primitivismo de que padecemos.

Será que alguns países construirão redomas sobre os seus territórios para evitarem sofrer com a poluição dos outros, ou protegerem-se de furacões? Será que construirão redomas para evitar que o resto do mundo não sofra com as suas emissões? (engraçada esta ideia, já que morreriam asfixiados com os seu próprios gases).

As desregulações climáticas e ambientais têm uma enorme repercussão essencialmente nos mais desfavorecidos, nas populações mais pobres, nos países e regiões do globo com menos infraestruturas e recursos: fome e morte por questões ambientais são evidentes atualmente.

Claro que, para quem vive isolado, nas redomas permitidas pela riqueza, não sente o que se passa lá fora, quem circula de carro com ar-condicionado/aquecimento não sente a chuva ou o calor lá fora, quem tem dinheiro para comprar produtos de estufa não necessita de cavar a terra para semear, nem está dependente do clima para as suas colheitas e refeições. Porém, com o aumento dos fenómenos extremos, não haverá casulo que aguente e mesmo aqueles com mais recursos sofrerão com isso.

O assunto é global e muito sério para continuarmos apenas com desfiles de vaidades e de teimosias, e com argumentos populistas. Existe uma urgência de ação, é necessário escolher e saber quem poderá fazer o que é necessário para evitar o apocalipse climático.

Para que possamos continuar a desfrutar da natureza é necessário respeitá-la e admirá-la. Todas as Nações têm que entender que o clima não tem Nação.

Paulo Gil Cardoso/MS

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