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Foto: DR

 

Cerca de 20% da superfície dos continentes são desertos. Porém, até neles, a vida resiste às adversidades da escassez de alimento e à aridez desses locais.

Quando pensamos em desertos vem-nos logo à ideia o Sahara ou a imagem de dunas de areia infindáveis, no entanto, os desertos existentes na Terra são de vários tipos, existindo desertos de gelo, de rochas ou cobertos de sal.

Os maiores desertos do planeta são exatamente de gelo, e se fugirmos à condicionante sobre a escassa pluviosidade que durante anos serviu para a catalogação do que é um deserto, a Antártida contém porventura os maiores desertos na Terra.

Afinal, o que define um deserto?

Podem considerar-se desertos as regiões onde a precipitação é inferior a 400mm anuais ou onde a evaporação supera a precipitação. Devemos acrescentar, para além destas condições, a escassez de vegetação e de vida animal, temperaturas extremas e solos áridos ou com composição desfavorável à vida. Existe. por exemplo, um deserto com 20 000 Km2 nas terras altas da Islândia onde a precipitação anual é abundante, mas devido às caraterísticas do solo vulcânico a água perde-se rapidamente, não havendo retenção e por tal não permitindo a existência de vegetação.

São considerados essencialmente os seguintes tipos de desertos: 

Desertos de ventos contra-alísios: são resultantes da ação de ventos contra-alísios, são muito secos e situam-se junto à linha do Equador. O Sahara enquadra-se neste tipo.

Desertos de monção: são consequência do comportamento de ventos provocados por diferenças de temperatura e pressão atmosférica entre oceanos e nos continentes, o que leva a grandes precipitações em zonas costeiras e consequentemente a não precipitação em zonas interiores.

Desertos de latitudes médias ou subtropicais: localizam-se em regiões tropicais, situados em zonas continentais onde chega pouco ar húmido. Têm como caraterística grandes amplitudes térmicas.

Desertos costeiros: resultado do bloqueio de sistemas montanhosos que levam a precipitação intensa e não permitem a deslocação das massas de ar húmido para além dessas barreiras. São os desertos com os mais baixos índices de chuva do planeta. O deserto de Atacama, no Chile, é um deles.

Desertos polares: são zonas onde os gelos cobrem enormes extensões de solo, ou nalguns casos, apesar da não existência de gelo, as temperaturas são extremamente baixas. Nos locais onde existe gelo permanente, não existe vegetação devido à ausência de água no estado líquido.

Existem desertos em todos os continentes e latitudes, os 10 maiores são: Deserto da Antártida 13 829 430 km2; Deserto do Ártico (Groelândia) 13 726 937 km2; Sahara 9 100 100 Km2; Deserto da Arábia 2 300 000 Km2; Deserto de Gobi (China) 1 300 000 Km2; Deserto do Kalahari 900 000 Km2 (sul de África); Deserto da Patagónia (sul do Continente Americano) 670 000 Km2; Deserto de Vitória (Austrália) 647 000 Km2; Deserto Sírio 520 000 Km2; Deserto da Grande Bacia (E.U.A.) 492 000 Km2.

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Existem também desertos causados pela ação humana, o Mar de Aral é o mais emblemático e pior exemplo. Situado na fronteira entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, este era o quarto maior lago do planeta, hoje é apenas um imenso deserto. Essa imensa massa de água onde circulavam navios de mercadorias e de pesca, pura e simplesmente deixou de existir devido ao desvio das águas dos rios que o alimentavam para a irrigação de gigantescas áreas de cultura de algodão. Em poucas décadas o Mar de Aral desapareceu.

A ação humana provoca o aumento de zonas de deserto à razão de 70 000 Km2 por ano. Os desertos naturais são mais que suficientes… Neste ritmo, a desertificação será tal que comprometerá toda a vida na Terra tal a conhecemos. É tempo de compreender e desfrutar da natureza com sapiência.

Paulo Gil Cardoso/MS

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