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Ameaças Invisíveis

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Crédito: DR.

É difícil combater ou resistir a inimigos que não se veem, não se cheiram ou se sentem.

Substâncias, seres microscópicos, radiações, raios cósmicos…, são mais as coisas invisíveis ou indetetáveis do que as identificadas pelos nossos sentidos. As adversidades à vida e à existência do Homem são inúmeras. Esforçamo-nos diariamente por desenvolver tecnologia que nos permita conhecer o invisível, procuramos criar mecanismos que nos permitam conhecer o cosmos para além do que os nossos sentidos permitem. Esta senda de conhecer o que nos rodeia é um ato de sobrevivência. Identificar possíveis ameaças à nossa existência, porém, não é suficiente. A identificação é o primeiro passo, o segundo passo é desenvolver defesas ou armas contra essas ameaças. Centenas de milhares de investigadores e cientistas trabalham arduamente nestas duas vertentes. Ainda assim surgem perigos onde menos esperamos, alguns repentinamente, outros lentamente e sub-repticiamente vão-nos envolvendo e prejudicando.

Existem grandes ironias e paradoxos na atividade humana: as mais evidentes neste contexto de ameaças invisíveis são as próprias excrescências resultantes da proliferação do próprio Homem e o esgotamento de recursos por uma expansão descontrolada.

Numa ânsia produtiva e de expansão exacerbada, libertamos quantidades gigantescas de dióxido de carbono, metano, clorofluorcarbonetos, substâncias cancerígenas da mais variada sorte, radiações, venenos… Além das resultantes do esforço produtivo agrícola e industrial, ainda introduzimos ameaças invisíveis nos alimentos e nos materiais dos objetos que utilizamos. Com certeza que, na maior parte das vezes, inadvertidamente e inconscientemente.  Ao ritmo vertiginoso e exponencial de crescimento que a espécie humana teve nas últimas centenas de anos, porventura seria difícil ser de outra forma.

Atualmente a humanidade é uma ameaça à biosfera, promovendo uma destruição de biodiversidade só comparável às grandes extinções em massa do passado da Terra. Não vislumbramos que com este ritmo a existência da nossa espécie terá ela própria uma existência fugaz, consumimos anualmente uma vez e meia os recursos do planeta relativamente à sua capacidade de regeneração. Esta ânsia tem um final previsível, a impossibilidade de sustentação do Homem. Pela imensidão do tempo, por todos os milhares de milhões de anos, pela resiliência da vida, que sempre se adaptou e renovou, podemos inferir que esta situação momentânea criada pelo Homem será com certeza ultrapassada, no entanto, sem o Homem.

Todo o dinâmico e gigantesco puzzle da Terra se ajustará, as peças que não se encaixarem, não se adaptarem, serão eliminadas.

Procuramos identificar as ameaças invisíveis e superá-las, e distraidamente não percebemos que a maior ameaça invisível somos nós próprios.

Estamos sempre a tempo de inverter o rumo. Vejamos o invisível, respeitemos o que nos rodeia, respeitemos as gerações vindouras.

Paulo Gil Cardoso/MS

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