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Portugal vai a jogo

As apostas desportivas podem ser vistas como um verdadeiro fenómeno em Portugal, seguindo a tendência que, de resto, se verifica um pouco por todo o mundo – são, na realidade, uma forma simples, acessível e cativante de entretenimento para a população jovem e adulta. Os adeptos desta nova forma de ir a jogo multiplicam-se a cada dia, estimulados pelo desenvolvimento de apps, por exemplo, que tornam possível que a qualquer hora, em qualquer lugar, em tempo real e de forma muito intuitiva possam fazer uma aposta.

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Créditos: DR.

Toda esta simplificação do processo de apostar e jogar levou a que o número de registos de novos jogadores crescesse de forma exponencial: no quarto trimestre de 2020 registou-se um impressionante crescimento de 79,2% em relação a igual período de 2019. São, na prática, 293,8 mil novos jogadores.

Os dados constam do relatório mais recente do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), a entidade que supervisiona e regula o jogo online em Portugal, e que mostra que no último dia de 2020 estavam “autorizadas a exercer a atividade de exploração de jogos e apostas online em Portugal” 15 empresas – mais três face a 2019. Entre as mesmas, existem 25 licenças – 11 para para exploração de apostas desportivas e as restantes para jogos de fortuna ou azar.

A entidade comunica ainda que no período em análise se observou a realização de pelo menos uma aposta em jogos de fortuna ou azar ou apostas desportivas online em cerca de 675 mil jogadores sendo que destes 42,7% apostaram em apostas desportivas à cota, 28,7% em jogos de fortuna ou azar e 28% acabaram por se dividir pelas duas categorias.

O maior número de apostadores tem entre 25 e 44 anos (61,4%), seguidos dos apostadores com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos (22,9%). Em relação a novos registos, 65,7% deles correspondem a jogadores com menos de 35 anos.

Dinheiro gera dinheiro

No seu conjunto, no último trimestre de 2020 o setor dos jogos e apostas online gerou cerca de 113,2 milhões de euros de receita bruta – um valor que supera em 48,4 milhões o valor registado em igual período de 2019 (um crescimento de 74,7%) e em 29,1 milhões em relação ao trimestre anterior.

A maior fatia corresponde, contudo, às apostas desportivas à cota, que geraram receitas brutas de 64,1 milhões de euros (56,6%). A pandemia parece ter levado a um aumento deste tipo de apostas, que no período em análise atingiu os 345,4 milhões de euros, o que significa um aumento de 159,7 milhões em relação ao mesmo período de 2019 e de 122,6 milhões quando comparado com o trimestre anterior.

O Estado agradece

Este grande aumento registado nas receitas brutas provenientes desta atividade resultaram num impacto (muito) positivo nos cofres do Estado – segundo o relatório do SRIJ, o Imposto Especial de Jogo Online (IEJO) totalizou, no período analisado, 39,9 milhões de euros, mais 4,1 milhões de euros do que no último trimestre de 2019.

O cenário ideal

Ainda que as apostas desportivas e os jogos de casino na internet tenham sido legalizados em 2015 – sendo obrigatório, no entanto, que as empresas obtenham uma licença de operação junto do SRIJ, também conhecido como “a ASAE do jogo” – o ano de 2020 parece ter criado um cenário perfeito para o desenvolvimento dos mesmos.

A pandemia provocada pela Covid-19 forçou as pessoas a permanecer mais tempo em casa, muitas vezes adotando o regime de teletrabalho, a reduzir os contactos sociais e a apostar na internet e nas ferramentas de comunicação e de entretenimento como forma de preencher o tempo livre – e aqui podemos incluir as plataformas de jogos de fortuna ou azar e de apostas desportivas.

Segundo o Diário de Notícias, o segundo semestre do ano passado foi de facto aquele em que os portugueses mais jogaram online. Em média, foram “jogados” 15 milhões de euros por dia durante todo o ano – o segundo semestre registou um máximo de 3160 milhões de euros, superando os cerca de 2530 milhões do primeiro.

Os desportos preferidos

Bem sabemos que os diferentes desportos não possuem o mesmo número de adeptos – e o mesmo acontece no universo das apostas desportivas! Mas o futebol é rei dentro das quatro linhas e dentro do ecrã do smartphone ou do boletim de aposta. Esta modalidade desportiva representou 86,72% do total de apostas deste tipo registadas em Portugal. As competições preferidas dos apostadores foram a Premier League (9,8% do volume de apostas efetuadas), I Liga portuguesa (9,1%), Liga dos Campeões (9%), a Liga Europa (6,5%) e, finalmente, a La Liga (6,3%).

A Bwin, uma marca internacional de apostas online, comprou a casa de apostas portuguesa bet.pt por 60 milhões de euros e já a partir de julho de 2021 vai dar o seu nome à I Liga, patrocinando a competição nas próximas cinco temporadas.

Ao futebol segue-se o basquetebol (5,21%) e o ténis (4,86%). No primeiro, a NBA foi responsável por um quarto do total de apostas, enquanto que o torneio de Roland Garros recebeu 16,9% do total de apostas.

Um mundo de opções

Com o crescimento do interesse e da efetivação das apostas desportivas no país,  é compreensível que não só apps dedicadas a essa atividade como também plataformas de informativas registem, também elas, um crescimento e desenvolvimento notáveis. Podemos salientar o website Apostas Online que funciona como um guia de apostas em Portugal: para além de incentivar a prática de um jogo online informado e consciente, ainda faz diversas análises, como por exemplo quais são os melhores códigos de bónus de apostas, onde se encontra o maior valor para apostar online em futebol, etc.

Betano, ESC Online, Betclic, Betway e Casino Portugal são algumas casas de apostas legalizadas que oferecem aplicações móveis tanto para Android como para IOS.

A autoexclusão

Em jeito de conclusão uma nota para os jogadores autoexcluídos da prática de jogos e apostas online: consultando o relatório da SRIJ podemos perceber que no total das entidades exploradoras se encontravam autoexcluídos 72,4 mil jogadores, mais 10,3 mil do que a 30 de setembro de 2020 – um número explicado pela autoexclusão de 18,8 mil jogadores e pelo término da autoexclusão de 8,4 mil jogadores.

Inês Barbosa/MS

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