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O que será o futuro, depois desta pandemia, para o associativismo?

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DR.

 

Uma pergunta que não tem resposta para muitas pessoas, mas é uma realidade que obriga a mudanças drásticas na sociedade, que não se esqueçam que vieram para ficar.

Ai, ai, nem sempre somos bem vistos quando escrevemos um artigo de opinião, sobretudo quando toca em temas que, direta ou indiretamente, podem ferir alguém. Especialmente quando as pessoas interpretam o que escrevemos de forma errada, interpretando-o como destrutivo, mas tem que se dizer a realidade do que pode vir acontecer, quer muitos gostem ou não. Temos que nos convencer de uma coisa que é a realidade do que vai ser o futuro, após esta pandemia nos deixar e esperemos que seja rápido porque quanto mais tempo demorar mais graves serão as consequências – não esperem coisas fáceis em nenhum sentido, todas as associações querem ter dias coloridos, todos querem melhorar a vida dos seus clubes que direta ou indiretamente os liga, mas se assim o pensam e desejam ver um futuro mais risonho, agora é a hora de o construir, toca a trabalhar para mais massa crítica e isto só se consegue com união.

Eu costumo dizer que quanto melhor estiver o meu amigo e o meu vizinho, melhor eu estarei. Não podemos viver com o mal dos outros, a não ser no desporto onde para uns ganharem outros têm que perder, mas no que toca ao associativismo as coisas, depois desta pandemia nos deixar em paz, não vão ser fáceis. Vai tocar a todos, mesmo aos que têm ou julgam ter uma economia equilibrada, isso tem que ser a última coisa a pensar. As dificuldades estão à vista e só não vê quem não quer, ou então vive num mundo diferente. As perspetivas para o futuro são uma realidade e todos têm que assumir e dar as mãos, nada mais há a fazer. Se compreenderem e souberem assumir que sozinhos são fracos, como um elo isolado, e juntos são mais fortes, como uma corrente, têm a chance de encontrar o potencial da colaboração e o efeito multiplicador das coisas que sozinhos lhes vão faltar, basta serem realistas e assumirem. Nada é vergonha, vergonha é andar a enganar, ou tentar enganar os outros quando os outros já conhecem a realidade, isso sim é uma vergonha. As direções têm uma grande chance de, após um período afastadas dos associados, as que regressarem, passarem a valorizar o relacionamento entre eles. Vão ser muito menos do que eram no passado, antes da pandemia nos separar. Vão ser poucos os sócios a aderirem, que a tendência é para serem muito poucos, porque o hábito de ir aos eventos vai acabar, especialmente nos mais idosos, porque nunca mais se vão sentir seguros seja onde for. O medo de serem infetados, mesmo depois, vai permanecer. Isso vai fazer com que os resistentes passem a investir cada vez mais para aguentar a sobrevivência. Como a quantidade vai diminuir em geral, a forma mais fácil é unir casas e manter vivas as culturas. Não vale a pena julgar que são melhores que A ou B, a realidade vai ser tudo menos o que muitos estão à espera. 

Não esquecendo que o suporte de muitos clubes e associações são as pequenas e médias empresas que, de forma calorosa, patrocinavam a atividade dos clubes e associações. Mas agora esta pandemia também afetou o setor empresarial e de forma arrasadora. Os próprios empresários passaram a olhar o meio associativo de forma diferente e isto vai ser prejudicial para os clubes, especialmente quando não há massa crítica, isto é, algo que convença o empresário a patrocinar com uma garantia de que pode haver um retorno no investimento. Chama-se a isto visão de negócio, investir onde futuramente se possa colher. Mas calma, não interpretem isto no sentido negativo ou destrutivo, isto é, quando uma empresa investe numa publicidade na esperança de retorno de clientela. Quando assim não é o investidor é fraco. Neste campo, a pandemia obrigou os empresários a olhar diferente e a pensar formas de investimento diferentes. Esta pandemia veio dar uma reviravolta em tudo, na forma de se conviver entre amigos, familiares e até da nossa forma de viver o dia a dia. Por acaso já alguém parou para pensar quantos jovens que normalmente se deslocavam aos clubes para passar algum tempo, mas que agora não vão voltar e as idades acima dos 65, (espero estar enganado, mas…) 50% não voltam? Irão frequentar as associações ou clubes em dias de festas especiais e nem todos. Os jovens hoje têm as novas tecnologias de onde tiram tudo, e dizem que é muito melhor do que perderem tempo para muitas vezes não aprenderem nada. É assim que alguns já pensam. Aqui está a prova de que a pandemia obrigou a mudar a forma de olhar as coisas. Ou se trabalha para uma melhor qualidade e massa crítica mais forte ou muito se vai perder.

Está na altura de pensarem diferente e esquecer o passado, olhar o presente, respeitar o mesmo e planear o futuro. Todos ficarão a ganhar porque as mudanças afetam políticos, celebridades ricas, amigos, parentes e inimigos – podem não ser todos da mesma forma, mas vai alterar a forma de viver de todas as classes. Vai haver menos eventos sociais por falta de adesão e de poder económico. Vai haver menos gastos em viagens desnecessárias etc., e tudo isto vai afetar de forma grave o associativismo, por isso chegou a hora de unir para não deixar cair.

Neste campo espero que me engane, mas da forma que as coisas estão, a tendência é para piorar, se não houver união.

Augusto Bandeira/MS

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