Temas de Capa

O que diz o mundo real sobre o mundo digital?

As redes sociais são estruturas online compostas por pessoas ou organizações, conectadas por uma ou várias relações, que compartilham valores e objetivos comuns.

As redes sociais, tais como o Facebook, YouTube, WhatsApp, Sina Weibo, Instagram, Twitter, Telegram, LinkedIn e Pinterest, entre outros, vêm passando por inúmeras mudanças ao longo dos anos, o que tem influenciado a vida de pessoas no mundo inteiro.

As tão faladas dependências, o viver numa realidade paralela, a manipulação da opinião pública, levaram-nos a tentar perceber junto de pessoas reais até que ponto o mundo digital está a influenciar as suas vidas. Sem qualquer pretensão de vos apresentar um estudo devidamente fundamentado sobre esta matéria, fomos para a rua e escutámos as opiniões e hábitos dos internautas.
Eis os resultados. As conclusões são vossas.

Francisco Pegado/MS

Karishma Mishra , 21

MS: What are you looking for when you are in social media?
KM: When being on social media on a daily basis, firstly, I look for what my family or friends are up to in their lives such as in the events they share or what trips have they gone to. For myself, I look for positive vibes in posts, motivation or inspiration such as in gym posts or any “role model” that I follow.

MS: What do you like the most about social media?
KM: Firstly, social media allows me to stay connected with my family and friends, whether they are around me or are far away. I get to know about every event that happens in their life which makes me feel important. Also, very recently, I have noticed that there are a growing number of posts on social media that inspire young people about positivity, confidence, and self-esteem. Lastly, I love how social media gives me the platform to share my own life experiences or events through simple posts I make that can help create an impact on the lives of others.

MS: What scares you or something that you fear about social media?
KM: I fear that sometimes on social media if I say something or post something, it may offend people around me and then I can become the center of judgement. I strongly feel that even though social media gives individuals a unique platform to represent or embrace their individuality or gives them a space to share a particular event or state an opinion about an event, social media is a very sensitive forum and we have to be careful about how we utilize it.

MS: To what extent, are you dependent on social media?
KM: As part of a growing population and a fast-forward digital world, where we are constantly reliant on our devices, I would say I am dependent on social media. As a person who wants to always be on the top of my knowledge about things happening around me or even in being in the trend, my everyday life heavily relies on this resource.

MS: Do you consider that your life has had an impact by social media?
KM: Yes my life has had an impact by social media. When I was younger, I constantly scrolled through feeds of celebrities whom I admired or even feeds of my friends and always wanted to look a certain way or be perceived by society in a certain way. I was bullied growing up and this phase in my life really pushed me to the idea of “perfection”. Today, I use this platform in a healthy aspect to share my individuality with others and inspire others to be the best version of themselves.


Lília Vilar, 43

MS: O que o atrai nas redes sociais ?
LV: Meu interesse principal no uso das redes sociais é manter contato com a família próxima do Brasil, participando ainda que indiretamente das conquistas e atividades diárias. Participo também de grupos focados em criação dos filhos, com informações sobre eventos, promoções, ideias para o dia a dia, compra e venda entre mães, etc. Além disso, utilizo as redes para estreitar relações com pessoas que tenho afinidade política na busca de informações imparciais, através de grupos de interesse. A facilidade de obter informação (quando vc sabe recorrer às fontes) é ótima.

MS: O que o assusta?
LV: O perigo de ter suas e informações pessoais monitorados por quem quer que seja é o que mais me assusta. Também a imagem que se passa nas redes de perfeição e felicidade permanente: isso não existe.

MS: Até que ponto você está dependente?
LV: Sobre estar dependente é algo relativo… Se as redes sociais causam certa dependência? Sim. Se podem prejudicar nossas relações pessoais? Sim, como todo o prazer desfrutado de forma exagerada (dormir, comer, beber…). Convém então a cada um buscar uma vida balanceada, no sentido virtual e real: uma agregando valor à outra.
São opções que fazemos na vida. Quando escolhemos algo abrimos mão de outras coisas, não se pode ter tudo, daí elencamos prioridades. Eu poderia ficar meses ou definitivamente sem entrar em redes sociais e apenas socializar com aqueles que estão à minha volta. Certamente daria mais atenção, leria mais livros, ouviria mais música, escreveria mais memórias, e finalmente terminaria de organizar minhas fotos e gavetas… Mas deixaria de ter outras conexões que também são importantes pra mim. É questão de escolher, priorizar, equilibrar…
Entretanto vez por outra tento desconectar por algumas semanas pra focar em algum projeto concreto.

MS: Você considera que a sua vida mudou desde que você entrou no “mundo” das redes sociais?
LV: Sim, a vida mudou, o mundo mudou… Voltaria a viver como há 30 anos atrás, com a minha querida máquina de escrever, com cartas pelo correio e telefones públicos pois temos que aprender a ter e a não ter. Mas… como negar a facilidade que a tecnologia nos trouxe?


Renato Almeida, 39

MS: What are you looking for when you are in social media?
RA: Beautiful things, places, art, music… even beautiful souls.

MS: What scares you or something that you fear about social media?
RA: How fast information spreads; how negative info becomes more popular and faster than positive; how people are comfortable showing their prejudice in social media while it’s unacceptable in most societies.

MS: To what extent, are you dependent on social media?
RM: Not at all.

MS: Do you consider that your life has had an impact by social media?
RM: Not really.


Rafaela Pelegrini, 29

MS: O que o atrai nas redes sociais?
RF: O que me atrai: A diversidade de informação que encontro nas redes sociais que “frequento” (Instagram, LinkedIn) – política, moda, comportamento,diversão, entretenimento, notícias , tendências, autoajuda, dicas (em geral) e as histórias das pessoas, que eu nunca saberia se não fossem partilhadas pelo Instagram.
Redes como LinkedIn- formação, informação profissional, contatos, network, textos reflexivos, comportamento profissional.

MS: O que o assusta?
RF: Os julgamentos, as pessoas não terem filtro para falar e isso afeta a outra pessoa – isso afeta um grupo, uma sociedade. Os discursos de ódio, o bullying com todo tipo de diferença, a alienação política e a falta de empatia.
Ontem uma menina de 22 anos, acho, suicidou-se depois de receber duríssimas críticas de pessoas na sua página pessoal, isso é ABSURDO!
A opinião das pessoas quanto a corpos, a ditadura da beleza, da magreza, do cabelo
liso, do padrão de beleza branco, classe média, é doentio. O machismo, sustentando tudo isso, a brincadeira com as doenças, principalmente a depressão…
Os comentários e posts homofóbicos, misóginos e racistas, machistas… absurdo! O julgamento das crenças, a incitação ao ódio e a alienação política me assustam muito também.

MS: Até que ponto você está dependente?
RP: Eu me considero dependente sim! Por exemplo: preciso do Instagram para me comunicar com pessoas próximas, para fazer uma receita, pra me expressar (às vezes) desabafar, para expor meus sentimentos minhas críticas (autocríticas), meus sentimentos e frustrações com a maternidade, meu repúdio quanto ao discurso político e machista da maioria das pessoas ao meu redor. E por aí vai… meu posicionamento político é bem delineado no meu perfil também, meu apreço com as causas…

MS: Você considera que a sua vida mudou desde que você entrou no “mundo” das redes sociais?
RP: Mudou muito! Principalmente em questões de formação de opinião, empatia com as causas que necessitam da nossa atenção mas não as têm. Mudou por demandar novas práticas, às vezes exageradas, às vezes necessárias. Acho que mudou muito pelo fato de estarmos vivendo num contexto super complexo, cheio de novidades e que estamos tentando determinar se acabamos. Mas tudo mudou, a tecnologia mudou tudo, as redes sociais mudaram comportamentos e ações dos que as utilizam, e também dos que as repudiam.
Também sinto necessidade de espalhar empatia com causas como autismo, síndrome de down, feminismo, LGBT, a causa ambiental e também com pessoas que passam pelas mesmas situações que eu passo no meu cotidiano, às vezes as informações que eu repasso são interessantes para as pessoas. As aventuras como mãe, mulher, expressar meu carinho por quem mora longe, meus amigos e minha família sempre estampam meu feed. Acho que é uma necessidade atual da maioria dos usuários.


Soraia Loureiro, 26

MS: O que o atrai nas redes sociais?
SL: O poder estar a par do que nos rodeia, sobretudo quando estás tão longe das origens. A comunicação ficou mais fácil e rápida. Através das ondas de solidariedade, é mais fácil espalhar um pedido de ajuda, uma partilha de opiniões ou mesmo procurar ou partilhar uma oferta de trabalho.

MS: O que o assusta?
SL: A facilidade com que estamos expostos, a rapidez com que as notícias se espalham sem fundos ou certezas de verdade. Os jogos e desafios virais que colocam vidas em perigo diariamente. A facilidade com que se agride o outro verbalmente (nunca diga online o que não diria pessoalmente, regra de ouro)…

MS: Até que ponto você está dependente?
SL: Estou dependente dos meios de comunicação que as redes sociais nos oferecem, porque facilita muito a comunicação com família e amigos. Com a rede social em si não tenho qualquer tipo de dependência .
As redes sociais têm claramente os dois lados da moeda. Se escolhermos o certo são claramente uma vantagem na nossa vida, simplificando em muito o nosso dia a dia.

MS: Você considera que a sua vida mudou desde que você entrou no “mundo” das redes sociais?
SL: As redes sociais permitem um processo de comunicação bastante intenso sem a necessidade do contacto físico, o que por um lado facilita em muito os nossos dias, por outro passamos demasiado tempo em frente ao écran e dependente das novas tecnologias: neste cenário tornamo-nos pessoas mais introvertidas após o seu aparecimento.


Roberto Da Costa, 36

MS: O que o atrai nas redes sociais ?
RD: Amigos de infância e a comunicação com amigos que vivem distantes. Novas amizades com pessoas que vivem em países diferentes.

MS: O que o assusta?
RC: O conteúdos que algumas pessoas são capazes de publicar sabendo que podem ferir as sensibilidades dos outros. As pessoas que partilham tudo sem verificar a origem. A falsidade nas redes sociais onde todo mundo é rico, bonito e perfeito.

MS: Até que ponto você está dependente?
RC: É dificil admitir mas as redes sociais criam uma dependência silenciosa (se assim posso chamar) e que isso afeta a maioria dos usuários, inclusive eu.

MS: Você considera que a sua vida mudou desde que você entrou no “mundo” das redes sociais?
RC: Não mudou, mas as redes sociais permitiram-me entrar e manter o contato com pessoas com quem já nao falava desde a minha infância.

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