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Green Party diz que todos os partidos precisam de colaborar entre si

“A minha vitória é um momento histórico para o Canadá”. - Annamie Paul, líder do Green Party

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Annamie Paul, líder do Green Party. (DR)

 

Annamie Paul fez história ao tornar-se na primeira mulher negra a ser eleita para liderar um partido político no Canadá. Na sua página oficial a nova líder do Green Party introduz-se como sendo filha de imigrantes das Caraíbas que chegaram ao Canadá nos anos 60. Paul diz que a mãe sempre incentivou os filhos a usufruírem de tudo o que o país tinha para oferecer e por isso incentivou os filhos a aprenderem a nadar e a andar de patins.

A nova líder do Green Party fez parte do primeiro grupo de estudantes a se formar a nível nacional no programa de língua francesa nos anos 80. Paul concluiu na Princeton University um mestrado em Public Affairs e é licenciada em Direito pela University of Ottawa.

Com uma vasta experiência em relações internacionais Paul trabalhou de perto com Bruxelas na prevenção de conflitos. Paul é fluente em inglês, francês, catalão e espanhol. Mãe de dois adolescentes, é casada com um advogado internacional de Direitos Humanos especialista em negociações de paz e reconciliação.

Em entrevista ao Milénio Stadium Annamie Paul garante que com um governo minoritário todos os partidos políticos precisam de colaborar para ajudar os canadianos durante a pandemia. Paul diz que a sua recente eleição é a prova de que “as grandes coisas ainda são possíveis”.

Milénio Stadium: O PM Justin Trudeau e o governo federal liberal de minoria sobreviveram na semana passada a um voto de confiança que lhes deu o apoio necessário para continuar no poder. O NDP, os Verdes e os deputados independentes aliaram-se e chumbaram uma moção dos Conservadores e do Bloco Quebecois que pretendia criar um novo comité para investigar aquilo que chamam de “corrupção liberal”. Quais são os efeitos deste acordo para o país?

Green Party: Entrámos numa segunda vaga de pandemia e muitas pessoas ainda estão a tentar recompor-se. Num Parlamento minoritário precisamos de manter uma forte colaboração entre todos os partidos políticos se quisermos prestar o apoio necessário ao povo do Canadá. No meio de uma pandemia, não há simplesmente espaço para a temeridade que testemunhámos nos últimos dias.

Lutar pela formação desse comité nunca seria motivo suficiente para uma eleição antecipada. Os liberais precisam de se colocar à disposição para responder às solicitações e perguntas razoáveis dos parlamentares e os conservadores precisam trabalhar em colaboração para projetar uma estrutura que permita a continuidade do trabalho crítico do Parlamento.

Nas últimas semanas, vimos um declínio constante, de volta à política hiper partidária, quando a cooperação e colaboração entre os partidos deveriam permanecer na ordem do dia. O Partido Verde do Canadá deseja que os partidos diminuam a retórica para que possamos continuar trabalhando nas questões críticas em nome do povo canadiano.

MS: Alguns especialistas afirmam que, se não houver eleições nacionais neste outono, o país vai às urnas na primavera do próximo ano. Se isso acontecer, quem é pode vencer?

GP: Cooperação e colaboração entre partidos, em vez de política hiper partidária, continuam na ordem do dia durante este período sem precedentes. Ainda estamos na segunda vaga da pandemia e ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que ajudamos pessoas e empresas a superá-la com segurança. Esperamos que não haja eleições na primavera e que o Parlamento possa prosseguir o seu importante trabalho.

MS: Pela primeira vez na história do país temos uma mulher negra à frente de um partido. Que significado é que a eleição da líder dos Verdes tem para as minorias?

GP: A minha vitória é um momento histórico para o Canadá. Ao me eleger como líder, o Green Party do Canadá provou, mais uma vez, que grandes coisas ainda são possíveis. Nestes tempos sem precedentes, é exatamente disso que precisamos. As pessoas no Canadá disseram claramente que não querem que o país volte a ser como era antes da COVID-19. As pessoas percebem que não podemos continuar a percorrer a antiga estrada e a esperar chegar a um destino diferente.

MS: A COVID-19 mudou a política nacional?

GP: Em todo o país, a pandemia obrigou-nos a enfrentar uma questão básica todos os dias: “Quanto vale uma vida?” Com o novo líder do Partido Verde do Canadá, acredito que a resposta será encontrada na forma como atuamos para acabar com as lacunas na nossa rede de segurança social; na forma como convocamos a liderança política para se transformar numa economia verde sustentável que garanta a nossa prosperidade futura e na união de um país em torno de questões como os direitos fundamentais, incluindo os apelos para honrar a autodeterminação indígena.

MS: As eleições americanas afetam o mundo inteiro, inclusive o país vizinho. Donald Trump e Joe Biden têm propostas diferentes para os EUA e algumas podem afetar mais o Canadá. Qual dos dois candidatos é o melhor para a economia canadiana?

GP: O Green Party vai encontrar formas de trabalhar com quem quer que seja eleito Presidente dos EUA. O relacionamento com os EUA exige que o Canadá encontre maneiras de trabalhar com o Presidente sempre que possível, mas ao mesmo tempo manter uma independência de pensamento e ação.

Joana Leal/MS

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