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Ema Dantas – Mãe. Empresária. Filantropa. Mulher.

Ema Dantas é uma mulher de garra e determinação e um dos exemplos mais especiais da nossa comunidade portuguesa em Toronto. Reconhecida pelo seu lado empreendedor, Ema é fundadora e diretora da Marketplace – uma das empresas a fazer parte da lista “Canada’s Fastest Growing Companies”.

Ema Dantas está também à frente de um projeto absolutamente fascinante, que tem como foco a desmitificação dos problemas de saúde mental – Peaks for Change. O seu lado aventureiro fez com que Ema se propusesse a subir montanhas – sempre por uma boa causa, já que os fundos angariados revertem para o Centre of Addiction and Mental Health, localizado em Toronto.

Juntámo-nos numa conversa sobre a importância da celebração feminina, neste que é o mês dedicado à mulher.

MS: Sabemos que o mundo empresarial ainda é muito masculino. A maior parte dos lugares de topo estão ainda atribuídos a homens. Na sua experiência enquanto empresária sentiu-se, de certa forma, diminuída por ser mulher?
ED: Às vezes… Visto que a minha empresa é uma empresa de tradução, talvez se sinta um bocadinho menos do que em qualquer outra empresa de outro ramo. Mas ainda hoje, mesmo depois de 20 anos, ainda há muitas pessoas que se surpreendem que a companhia seja minha. Então sim, nesse aspeto, sim. Mas, mais uma vez, no meu ramo de negócio não é tão predominante, mas eu acho que noutros ramos ainda é.

MS: Acha então que ainda há um caminho a percorrer no que diz respeito a essa mentalidade da sociedade? Porque se nós olharmos para as grandes empresas, no Canadá também, todos os lugares de topo são atribuídos a homens, são os homens que os asseguram… Acha que essa mentalidade terá ainda que mudar um bocadinho?
ED: Acho que sim, ainda temos um bocadinho de trabalho para fazer.

MS: O facto de ser mulher… A Ema acha que lhe atribui uma visão diferente da sociedade? Acha que há um lado mais sensível por parte das mulheres em determinadas áreas? Como, por exemplo, no seu caso do Peaks for Change – Acha que a mulher tem esse lado mais sensível e, por isso, tem determinadas funções na sociedade?
ED: Eu acho que sim! Nós como mulheres temos aquele papel mesmo de ser mãe e de cuidar dos outros. Então se calhar, nesse aspeto, eu acho que nós temos mais a função e temos mais aquela dedicação de ajudarmos os outros e somos mais carinhosas com os nossos empregados. Não digo que os homens não sejam, obviamente.

MS: É uma sensibilidade diferente!
ED: Sim, é um nível de sensibilidade diferente porque nós somos mulheres! Esse é o nosso caráter!

MS: Enquanto empresária, e como é uma mulher que tem uma vida familiar preenchida, até porque é mãe, sempre conseguiu conciliar bem esses dois mundos?
ED: Eu acho que sim! Eu já tenho a empresa há 20 anos e nós aprendemos a fazer tudo! Aprendemos a ir para casa e a ir lavar roupa, cozinhar, buscar as crianças à creche… Mas também temos a capacidade de trabalhar fora de casa. Eu acho que qualquer pessoa que queira, se a mulher quiser – e essa foi a minha escolha – podemos fazer as duas coisas. Podemos ter uma carreira, uma empresa bem sucedida e ter uma vida familiar. Porque se os homens conseguem fazer… Porque é que as mulheres não conseguem? Claro que conseguimos!

MS: Nós temos aquele extra que é o facto de sermos mães e termos de lidar com essa parte de ter que tratar das crianças! Eles tratam, mas não é da mesma forma! E a Ema tem duas filhas…
ED: E dois netos!

MS: E teve sempre o apoio de alguém que esteve do seu lado, quando teve as crianças. Mas, enquanto mãe, alguma vez pensou “se eu fosse homem não passava por isto”?
ED: Às vezes, quando eu deixava as miúdas na creche, custava-me um bocadinho, ficava com aqueles remorsos… Especialmente quando as pessoas diziam, “mas eu estou em casa” e eu não tinha o luxo de estar em casa, porque eu também me tinha divorciado e as miúdas eram pequenas. Mas eu sabia que tinha de tratar delas e sabia, ao mesmo tempo, que à noite tinha que ser mãe. E eu acho que se eu consigo qualquer mulher consegue!

MS: Acha que ainda faz sentido celebrar o Dia da Mulher?
ED: Acho que sim. Temos de ver as coisas que se podem fazer no mundo dos homens e que muitas mulheres não fazem. Por exemplo, escalar montanhas ainda é um mundo muito dos homens. Se os homens são celebrados porque é que as mulheres não podem ser? Eu acho que sim, eu acho que vale a pena e serve para lembrar todas as mulheres que somos especiais e que conseguimos fazer qualquer coisa que um homem faz.

MS: Gostava que a Ema deixasse uma mensagem para as mulheres empreendedoras, como a Ema é, que escalam montanhas como a Ema escala, e para as mulheres no geral que nos estão a ler.
ED: Nós somos todas mais fortes do que aquilo que pensamos. É um dia de cada vez, um passo de cada vez, um sorriso de cada vez! Força! Se nós tivermos em mente que queremos fazer uma coisa nós conseguimos! Qualquer pessoa consegue!

MS: Até uma mulher…
ED: Até uma mulher!

MS: Ou principalmente uma mulher!
ED: Ou principalmente uma mulher! Eu acho que principalmente uma mulher!

Catarina Balça

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