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Comércio online

O futuro hoje

Com um importante mercado de exportação, a Kubebath tem crescido sempre acompanhando a evolução tecnológica. A componente online do negócio tornou-se demasiado importante e nesta empresa tem sido considerada como uma face essencial para garantir o futuro. Miguel Braga, CEO da Kubebath, deu-nos o seu testemunho baseado na experiência profissional acumulada há muitos anos e deixou-nos várias pistas para reflexão.

Miguel Braga, CEO da Kubebath

Milénio Stadium: Que importância tem para o seu negócio o comércio online?

Miguel Braga: A marca Kubebath não vende diretamente online, mas temos third party partners, com quem vendemos muito online.

MS: Porquê a aposta nesta vertente comercial?

MB: Porque as pessoas cada vez se acomodam mais à venda online – em vez de andarem em lojas à procura de um produto, procuram online e quando encontram aquilo que gostam optam por duas situações: ou compram online ou dirigem-se à loja com a escolha feita. Por isso é que nós apostamos muito nas fotografias.

MS: Que vantagens, e que desvantagens também, se associam ao comércio digital?

MB: Para o comerciante há muito mais vantagens, porque não só abrange uma pequena área – como se pode ter com um estabelecimento comercial – como também pode abranger o país inteiro, não só o Canadá como os Estados Unidos da América, que tem um mercado muito mais forte – e foi sempre aí onde apostámos muito mais. Para o consumidor, o único problema (para o Canadá não, mas para os EUA) é que o “free shipping” não é “free”, toda a gente paga aquele montante de portes de envio – isso até é benéfico para o comerciante, porque quando tem lá os comerciais, recebe na mesma o valor do shipping (ou seja o net price do produto, que inclui o tal “free shipping”).

MS: O que se perde com o comércio digital? Acredita que um negócio online acaba por restringir um serviço mais próximo ao cliente? Estará até a fidelização dos clientes posta em causa?

MB: Nós mantemos os nossos estabelecimentos comerciais físicos abertos, mas sempre com uma forte presença online. Há sempre aqueles clientes que preferem comprar o produto na loja, ver o produto pessoalmente, comprar e levar. Muitas vezes porque não se sentem seguros com o transporte, porque há sempre risco de danificar e não sabem o que fazer se o produto estiver com algum estrago, mas isso já está tudo automatizado – caso isso aconteça, a pessoa simplesmente faz o login na sua conta no site onde comprou o produto, faz o relatório do dano, tira uma fotografia e envia o email e nós enviamos o produto.

Honestamente, hoje em dia, quem fica para trás é quem não está online – aquelas pessoas com mais idade e com lojas que até trabalhavam muito bem há uns anos, começam agora a perder presença online, e no meu ramo da casa de banho, por exemplo, há aquelas lojas que controlavam o mercado aqui na área de Toronto, mas que não põem os produtos todos online, escondem os preços, e os clientes começam a afastar-se um pouco dessas lojas, o que faz com que algumas até fechem – e nós apostamos muito no comércio digital, porque não só atraímos os clientes locais, como vendemos para o país inteiro (Canadá) e também nos Estados Unidos da América.

MS: Tendo esta montra online, considera então que os seus horizontes, a nível de clientela, se estendem, é isso? Deixa de conquistar apenas clientes aqui da zona e a sua empresa passa a ser algo muito maior…

MB: Sim, exatamente. E mesmo dentro da própria cidade é muito importante o serviço online, porque o próprio cliente que está no centro de Toronto, Yonge & Bloor, por exemplo, e não se vai dirigir a Jane & St. Clair para comprar um vanity, porque fica muito longe, vai arranjar uma loja ali perto. Quando a loja está online, com o preço atribuído aos produtos e boas fotografias, com descrição exata do produto, e ainda tem a possibilidade de receber o que compra em sua casa, é muito mais apelativo – a pessoa gosta do que vê online, escolhe o produto e pode recebê-lo em 48 horas por 50 dólares, por exemplo… O raciocínio é logo: “nem vou sair de casa! Ainda gasto mais em gasolina e tempo, só a andar às voltas à procura de estacionamento, etc.” – é realmente mais conveniente e as pessoas acabam por preferir encomendar online.

Hoje em dia compra-se tudo online mercearias, medicamentos, qualquer coisa.

MS: Como é que empresas mais pequenas, a tentar vingar num mundo online, lidam com gigantes, como por exemplo a Amazon, que dominam grande parte do mercado? Como o Miguel agora disse, já se compra qualquer coisa online e a Amazon é daqueles casos onde se pode encontrar tudo…

MB: Eles têm muitos intermediários – há o importador, depois tem o distribuidor, e todos têm uma comissão, e depois a Amazon leva também uma comissão muito alta. No mobiliário são, por exemplo, 25%. Todos têm que receber. Mas se eu começar a importar  uma torneira agora, por exemplo, não tenho nenhum intermediário e posso pôr essa torneira à venda no meu website muito mais barata do que essas grandes empresas, porque também não tenho aqueles armazéns caríssimos, etc. – eles adicionam sempre valores para cobrir esses custos extra. Portanto, quem começa deve apostar muito nas fotografias a imagem é essencial, ter uma descrição do produto muito boa, para que exista o menor número possível de chamadas de costumer service ou emails. Nós apostamos muito nisso e funciona muito bem. Eu acho que toda a gente que tenha um bom produto, que marque a diferença no mercado e que aposte bem nas fotografias e na descrição do produto, acaba por se destacar.

Catarina Balça/MS

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