Temas de Capa

Avós com um presente, um passado e um futuro.

Apoio, carinho e amor para com filhos e netos, torna os avós amados e respeitados.
No seio de uma família, os avós são muitas vezes um pilar de moralismo – alguém que tem sempre tempo, tanto para os filhos como para os netos e, não raras vezes, um importante apoio financeiro. Substituindo muito frequentemente os pais, conseguem que as crianças lidem melhor com a ausência física dos seus progenitores, devido aos empregos e a um tipo de sociedade que tem um ritmo cada vez mais acelerado e que parece nunca abrandar.

Quando falamos de avós e netos, automaticamente, a imagem que surge é a de pessoas que, regra geral, satisfazem todos os caprichos que os pais proíbem. Claro que não o fazem por desrespeito, longe disso, mas sim pelo grande amor que nutrem pelos netos. Afinal, estes representam a continuidade deles mesmos. Para além disso, temos os mimos; o contar de histórias infantis; o importante apoio nos momentos de dificuldades familiares e o facto de nunca se recusarem a cuidar dos seus descendentes, mesmo que isso implique alterações de rotinas diárias e algumas questões de logística, por vezes, complicadas. Obviamente também não podemos esquecer que são umas autênticas máquinas do tempo ao contarem a história da família e da sua própria infância.

Claro que, como tudo, há casos e casos. Há avós que podem morar perto de um filho em relação a outro(s), o que faz com que uns netos possam usufruir mais da sua presença em detrimento dos outros e isso, por vezes, deixa-os tristes porque, de alguma maneira, não conseguem satisfazer todos por igual, mas mesmo assim tudo tentam fazer para que essas ausências não sejam tão sentidas e consigam agradar a todos.

Chegará a vez de serem os netos, um dia, a ajudarem os avós. Muitos já são elementos fundamentais no auxílio nas atividades mais básicas e nos momentos difíceis das suas vidas, principalmente, quando começam a aparecer limitações físicas. O neto com este comportamento de ser quase uma “muleta de apoio”, provoca nos seus avós, sem se aperceber, um infinito sentimento de gratidão, renovação, companhia e amor.

Os avós são uns “co-educadores” dos netos, pois não assumem somente para si as responsabilidades da sua criação, mas compartilham com os próprios filhos esse papel assumindo, numa larga fatia, elementos importantes, como a tradição, a maneira de falar e o modo de ver a realidade. Mesmo que não tenham a guarda formalizada na justiça, são cuidadores voluntários.

Na sociedade existem diferentes tipos de avós: os que se assumem como se fossem os próprios pais dos netos, adotando um estilo parental; os avós que partilham a mesma habitação conseguindo ser “apenas” avós e os que gostariam de ser somente avós, mas acabam por ter a mesma função socialmente atribuída aos pais, quer seja por motivos judiciais ou por falecimento dos mesmos…

A imagem que se cria de serem pessoas idosas, incapacitadas e dependentes, está ultrapassada. Alguns deles ainda trabalham, têm uma vida socialmente ativa e, por esses motivos, têm mais oportunidades de conviver com os seus netos, podendo fazer parte da vida deles por um período mais longo do que há um tempo atrás. Não existem fatores que condicionam os avós no desempenho do seu papel. Já não existe o modelo autoritário. Os avós do presente quebraram com o estilo regido por uma educação dura. Lidam com os netos passando-lhes regras com conceitos modernos, com respeito pela opinião e privacidade. Hoje são avós ativos e presentes que promovem e intensificam valores, mais ou menos visíveis nos jovens atuais: a sinceridade e a frontalidade, o respeito pela diferença e o combate a todas a formas de discriminação, a liberdade de expressão, o amor sem calculismo e a importância da intervenção social em muitos comportamentos, outrora escondidos. Os que outrora foram netos são hoje os avós.
O ciclo vai continuar enquanto existirem Homens.

Paulo Perdiz

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