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Alterações climáticas – As causas e as consequências a médio e longo prazo

Os fenómenos ou mudanças climáticas têm sido discutidas em diversos fóruns da sociedade contemporânea. Caracterizam-se por uma alteração significativa e prolongada na distribuição estatística dos padrões meteorológicos que decorrem ao longo de um período que pode ir de décadas a um milénio. Este fenómeno pode manifestar-se numa mudança das condições atmosféricas médias ou numa distribuição de estados do tempo em torno das mesmas, com a maior ou menor ocorrência de fenómenos climáticos extremos.

O aquecimento global (associado às alterações climáticas) é caracterizado pelo aumento inequívoco e continuado da temperatura média do sistema climático da Terra, onde a vida só é possível devido ao chamado “efeito de estufa” – um fenómeno natural que é responsável por manter as temperaturas à superfície do planeta em valores propícios à manutenção da vida.

Quando a radiação solar atinge a atmosfera terrestre, uma parte é refletida de volta para o espaço e outra parte atravessa-a, sendo absorvida pela superfície do planeta, provocando o seu aquecimento. O calor assim gerado é emitido em direção ao exterior, sendo que uma parte se escapa para o espaço e outra parte é absorvida pelos gases presentes na atmosfera, designados por “gases com efeito de estufa”. Este fenómeno impede que a totalidade do calor escoe para o exterior, mantendo uma temperatura média à superfície de cerca de (+15oC) em vez de (-19oC).

Além deste efeito de estufa natural, existem diversos gases com efeito de estufa responsáveis por um aquecimento adicional da atmosfera, e cuja origem se deve a um conjunto variado de causas humanas.

Segundo os cientistas, se não travarmos desde já, e de forma significativa, as alterações climáticas, os resultados poderão ser devastadores. Caso o planeta continue a aquecer, poderão verificar-se algumas das seguintes mudanças:

O nível do mar irá subir devido ao facto de a água expandir com o aumento da temperatura e de os oceanos absorverem mais calor do que a terra. O mesmo sucederá devido ao derretimento dos glaciares e das banquisas (gelo marinho).

Algumas cidades costeiras poderão ficar inundadas.

Algumas zonas com chuva e queda de neve abundantes poderão tornar-se mais quentes e secas.

Os leitos de alguns rios e lagos poderão secar.

O número de secas prolongadas poderão aumentar, prejudicando as colheitas.

As reservas de água potável para consumo, higiene, agricultura e produção de alimentos poderão diminuir.

Poderá ocorrer a extinção de muitas espécies animais e vegetais.

Certos fenómenos climáticos extremos como furacões, tornados e outras tempestades que sejam causadas por alterações na temperatura e no mecanismo de evaporação da água poderão tornar-se mais frequentes.

O jornal Milénio Stadium saiu às ruas para ouvir das pessoas o que elas pensam sobre o assunto e como lidam no dia-a-dia com esta evidência – o clima na Terra está a mudar.

 

Ana Novais, 38 anos

Qual é a sua opinião sobre este tema?

A emissão de gases, com efeito de estufa, está a saturar a atmosfera.

Na minha opinião, as pessoas andam contra a natureza: As fábricas continuam a poluir o ar, e por conta desse ar contaminado, milhões de pessoas morrem a cada ano. Para além disso, algumas pessoas, comunidades e agências do governo continuam a poluir os oceanos com esgotos, resíduos médicos e agrícolas, plásticos e outros. Estes poluentes contaminam não só as plantas e animais marinhos, mas também as pessoas que se alimentam deles.

Por outro lado, “A natureza por sua vez anda contra as pessoas”: tempestades, furacões, tornados, tufões e terremotos. Tudo isso tem resultado em enchentes e deslizamentos, que destroem tudo por onde passam.

Em relação a tais ocorrências, um escritor de assuntos científicos, alertou: “o mundo está diante de uma crise de água, que vai afetar a todo o planeta”. Os políticos admitem que a falta de água é um problema, que em grande parte é por culpa “de todos” os humanos. A solução está no interesse, por parte dos humanos, em garantir a convergência com a natureza.

O clima está mesmo a mudar?

O clima do planeta mudou há milhões de anos, e vem mudando.

O ano de 2018 foi o 4° ano mais quente da Terra, ficando atrás de 2016, o ano mais tórrido registado no planeta. No “top” deste preocupante ranking, estão ainda os anos de 2015 e 2017, de acordo com informações divulgadas pela NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA), NASA e pelo Ministério do Meio Ambiente do Reino Unido.

A preocupação não está tanto no facto destes anos terem sido escaldantes, pois os rankings anuais, por si só, não espelham toda a história das alterações climáticas de longo prazo, já que a variabilidade natural do clima pode fazer com que haja este tipo de subidas ou descidas de um ano face a outro. Portanto os impactos do aquecimento global, a longo prazo, já são evidentes.

Do que tem receio? Que cuidados têm no dia-a-dia para proteger/preservar o ambiente?

Não é a tecnologia que nos prejudica mas sim a interferência humana. Isso preocupa-me, e a cargo desta interferência o planeta aquecerá muito mais rápido. Receio o facto do caso “alterações climáticas” não se tornar um tema obrigatório nos meios de comunicação devia tornar-se mais visto do que todas as publicidades do desporto e obrigatório nas escolas.

Parece caricato mas o que vejo na televisão, em pleno o Dia Mundial do Ambiente, são os líderes mundiais encararem projetos como o “ Mercosul” como sendo um sucesso – isso preocupa-me, uma vez que o “ Mercosul” é um projeto que promove o desmatamento progressivo da floresta amazônica para dar lugar a monoculturas e pecuária intensiva, a invasão de carne a custo irrisórios e de soja como ração, para não falar no acréscimo de emissões do tão falado “ dióxido de carbono” devido ao aumento do transporte comercial entre a América do Sul e a Europa. Isso para mim é assustador.

Cuidar do ambiente é saudável, é dever de todos. Muito mais para quem recebe a informação. Por isso no meu dia a dia já faço o que está ao meu alcance como, por exemplo,  encaminho o lixo procedente de materiais como vidro, plástico, alumínio e cortiças e tampas recicláveis para coletas seletivas. Isso é uma ação consciente. Quem me conhece já viu fazer e aprendeu que podemos fazer pequenos gestos gerarem grandes diferenças. Recolho cortiças e já doei a um banco em Portugal – amigos perguntavam o que ganhava com isso, e a minha resposta foi: um mundo melhor. Dou exemplos do que realmente faço, quero ensinar a quem não está agindo com consciência. Parar com o desperdício alimentar, encaminhar o lixo, trocar o “ar condicionado” pelo ventilador, o carro pela bicicleta e em caso de viagens mesmo curtas fazer caminhadas em vez de qualquer meio de transporte. Adotar tais comportamentos é fazer um esforço consciente, saudável, para um mundo melhor. Juntos podemos.

 

Francisca Rocha, 55 anos

Qual é a sua opinião sobre este tema?

Sou da opinião que o problema existe, pois as pesquisas cientificas a que temos acesso são suficientemente claras para nos fazerem entender que os governos mundiais e todos os seus cidadãos têm que agir coletivamente para a redução do aquecimento climático.

O clima está mesmo a mudar?

Acredito que sim, porque os cientistas têm provado isso e os governantes da maior parte dos países do mundo acordaram em Paris, em 2015, fazer esforços necessários para reduzir a emissão de gases e a poluição.

Do que tem receio? Que cuidados têm no dia-a-dia para proteger/preservar o ambiente?

Tenho receio de não poder viver com saúde e de o mundo se tornar hostil para nós e ainda pior para as gerações vindouras não me esquecendo de mencionar a vida animal terrestre e marítima, a floricultura e a horticultura, tudo por causa dos nossos maus hábitos, desrespeito pela natureza, políticas governamentais, guerras etc.

Coisas que tenho feito para ajudar a proteger/preservar o ambiente são: reduzir o uso de agua quando tomo banho, escovo os dentes e lavo a loiça, usar os transportes públicos e caminhar o mais que puder, não usar plásticos, reciclar e descartar detritos adequadamente tanto em casa como no meu local de trabalho e na rua.

 

Carlos de Paiva, 40 anos

Qual é a sua opinião sobre este tema?

Acho que é um tema que tem que ser discutido não só pelos governantes, mas sim por cada um de nós, até porque todos estamos sendo afetados por essa questão.

O clima está mesmo a mudar?

Desde que o mundo é mundo existe essa mudança climática, o problema é que essa mudança está acontecendo num ritmo muito acelerado e do jeito que está acontecendo a tendência é sempre piorar se não forem tomadas medidas sérias.

Do que tem receio? Que cuidados têm no dia-a-dia para proteger/preservar o ambiente?

O meu receio é que no futuro, se não houver um controle sobre isso tudo, nossos filhos, netos, bisnetos sofram as consequências com todas essas mudanças.

Acho que para preservar o meio ambiente não precisamos fazer parte de nenhuma organização que lute pelo planeta, basta fazer seu dever de casa sempre, como reciclar o lixo, não jogar lixo na rua, economizar energia, não desperdiçar agua, usar o mínimo possível de produtos descartáveis… Acho que dessa forma, todos fazendo a sua parte, podemos fazer um planeta melhor para nossos filhos.

 

Giovanna Martinez, 34 anos

Qual é a sua opinião sobre este tema?

Temos que nos reeducar em relação aos nossos hábitos com o meio ambiente para que as próximas gerações não sofram por irresponsabilidades do ser humano.

O clima está mesmo a mudar?

Sim, podemos notar que as mudanças por conta do aquecimento global já estão acontecendo e podemos presenciar no nosso dia a dia, por exemplo, na extinção de várias espécies, derretimento das geleiras e aumento do nível do mar. São apenas algumas das consequências desencadeadas pelo aumento da temperatura global.

Do que tem receio? Que cuidados têm no dia-a-dia para proteger/preservar o ambiente?

Temos que ter a consciência da importância de preservar. O ser humano está acostumado a se preocupar depois que o dano é causado, só que muitas vezes esses danos são irreparáveis.

Podemos começar por simples gestos como economizar água, evitar o consumo de energia, separar o lixo, usar produtos biodegradáveis e não jogar lixo nas ruas.

 

Sílvia Cruz 36 anos

Qual é a sua opinião sobre este tema?

Existe muita informação sobre este tema a nível das redes sociais, TV e todos os meios de comunicação, mas nem todas as pessoas levam a sério este grande problema. Se perguntarmos a todas as pessoas, elas têm a consciência e dizem que temos que tomar mais medidas, mas nem eles fazem o mínimo de esforço para contribuir para minimizar este grande problema. Se todos, mas mesmo todos, nos entreajudarmos nas coisas pequenas já é muito bom.

O clima está mesmo a mudar?

Claro que o clima está a mudar, vimos nos tornados que são cada vez mais frequentes e assustadores, subida das águas, o degelo dos glaciares. Isto cada vez mais é uma normalidade.

Do que tem receio? Que cuidados têm no dia-a-dia para proteger/preservar o ambiente?

Receio que num futuro muito próximo vamos ver uma degradação na nossa qualidade de vida, de espaços verdes, falta de água. No meu dia a dia tento comprar cada vez menos coisas embaladas, usar cada vez menos sacos de plástico ou garrafas de plástico, reutilizar alguns materiais e desligar as luzes quando não é necessário.

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