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2019, o ano de Greta Thunberg

A mensagem de Greta Thunberg é clara – os governos mundiais não estão a fazer o suficiente para combater as alterações climáticas. O nome da sueca de 16 anos que anda na boca de todo o mundo tornou-se viral em 2019. Thunberg falta todas as sextas-feiras às aulas para protestar e a ação, cujo nome é “Fridays For Future,” é seguida por milhares de pessoas nas redes sociais.

Greta disse em setembro, em Nova Iorque, no início da Cimeira da Ação Climática, convocada pelo secretário-geral da ONU, o português António Guterres, “que lhe roubaram os sonhos e a infância” e “que há gente que sofre e que está a morrer, que há ecossistemas inteiros a desaparecer, e que no planeta se está no início de uma extinção em massa, tudo ao mesmo tempo que os líderes mundiais apenas falam de dinheiro e dos contos de fadas do crescimento económico eterno”.

Greta já visitou vários países, inclusive o Canadá e Portugal. A ativista que sofre de Asperger, um tipo de autismo, ouviu falar pela primeira vez sobre aquecimento global quando tinha oito anos. A jovem, natural de Estocolmo, a capital da Suécia, é filha de Malena Ernman, uma das principais cantoras de ópera do país e do ator Svante Thunberg.

Na semana passada Thunberg discursou em Madrid, no final da Marcha pelo Clima, um encontro que juntou milhares de pessoas na capital espanhola e deixou o aviso: “Estamos aqui porque os líderes mundiais vieram negociar o nosso futuro. O mundo não está na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019, que decorre até 13 de dezembro em Madrid, o mundo está aqui convosco para combater as alterações climáticas. Vocês são a esperança, não os políticos. A mudança de que precisamos não virá dos poderosos, virá das massas. E a mudança está a chegar, quer queiram ou não, porque não temos outra hipótese”, informou. De acordo com o movimento “Fridays For Future”, participaram na manifestação em Madrid cerca de 500 mil pessoas. A 24 de maio mais de um milhão de jovens, de mais de 100 países, faltou às aulas para exigir medidas dos governos no combate às alterações climáticas.

Greta foi capa da revista Time em maio deste ano e já recebeu vários prémios, nomeadamente o prémio de Embaixadora da Consciência pela Amnistia Internacional em 2019. Este galardão já foi entregue a pessoas como Nelson Mandela, antigo presidente da África do Sul, Malala Yousafzai, ativista paquistanesa e até ao movimento dos direitos indígenas do Canadá. 

A ativista ambiental tem 14 milhões de seguidores nas redes sociais, a maioria no Instagram e no Twitter. O Facebook é a rede social onde a sueca tem menos seguidores.

No Instagram, Greta conta com 8 400 000 seguidores, no Twitter 3 024 773 seguidores e no Facebook 2 561 822 seguidores.

Kim Kardashian, uma das maiores influenciadoras digitais do mundo, que conta com 153 milhões de seguidores no Instagram, disponibilizou-se para ajudar a gerir as suas redes sociais. Nos últimos meses têm surgido várias contas falsas com o nome de Greta, o que tem gerado a preocupação da ativista. 

Greta tornou-se vegetariana e já não viaja de avião para não contribuir para a emissão de gases.

Em novembro, Greta desembarcou num porto de Nova Iorque para participar na Conferência do Clima da ONU. Ela cruzou o Atlântico num veleiro oferecido por Pierre Casiraghi, filho da princesa Caroline de Mónaco, que colocou à sua disposição o “Malizia II”, uma embarcação com “zero emissão de carbono”.

Para se deslocar de Lisboa a Madrid para estar presente na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 Greta recebeu várias ofertas, mas acabou por se deslocar de comboio.

Greta escreve os seus próprios discursos, mas admite que consulta especialistas em clima e ouve a opinião de outras pessoas antes de os apresentar em público.

A expressão “emergência climática” foi considerada a palavra do ano pelo Dicionário de Oxford, que define o termo como “uma situação em que são necessárias ações urgentes para reduzir ou atenuar as alterações climáticas e evitar danos ambientais potencialmente irreversíveis resultantes delas”. Ao fim dos primeiros nove meses do ano, o termo já tinha sido usado 100 vezes mais do que em 2018.

Esta semana o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chamou pirralha a Greta Thunberg. “A Greta já disse que os índios morreram porque estavam a defender a Amazónia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha”, disse Bolsonaro. Greta reagiu com humor e adicionou o termo à sua biografia no Twitter.

Em dezembro a Time elegeu Greta como a personalidade do ano – é a pessoa mais jovem de sempre a receber esta distinção. A fotografia da capa foi tirada em Portugal.

Joana Leal

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