“Se o cônjuge tiver mais de 70 anos não é seguro ir ao cemitério”
Desde o dia 15 que as funerárias implementaram novas regras na realização dos funerais. Com o estado de emergência, há mais restrições à deslocação, nomeadamente de pessoas com mais de 70 anos.
Carlos Almeida, presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), utiliza o exemplo de um funeral que se vai realizar amanhã para ilustrar as preocupações acrescidas com os mais idosos.
“É o caso de um senhor de 95 anos que estava internado nos cuidados paliativos e que vai deixar uma namorada de 90. Vou falar com a família para aconselhá-la a que ela não esteja presente. Não é recomendável. Vou sugerir que tenham mais atenção, porque até podem ser barrados no caminho”.
Com as novas regras, não há velórios, nem missas nas igrejas, e os funerais realizam-se no cemitério, numa breve e íntima homenagem, com a “encomendação do corpo e a bênção do sepulcro. Se o cônjuge tiver mais de 70 anos não é seguro ir ao cemitério, mas não acredito que consiga impedir um ancião de estar presente nesse último momento. São riscos que ele vai querer correr e a emoção não é amiga da sensatez”.
A própria Direção-Geral da Saúde expressa na última norma publicada sobre o tema a recomendação que “as pessoas dos grupos mais vulneráveis, não participem nos funerais”.
Medidas para prevenir o contágio de Covid-19, numa altura em que a burocracia se vai acumulando. “Consumar o registo de óbito é um problema, assim como tudo o que é necessário no pós-funeral, como as comunicações ao banco, Segurança Social, etc. Estamos a tentar por marcação no Registo Civil ir registando tudo porque deixar acumular é de loucos”.
JN
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