Portugal

Quanto dinheiro já chegou às vítimas dos incêndios? Pouco, muito pouco

Quatro meses depois da tragédia de Pedrógão Grande e dois dias depois de nova tragédia provocada pelos incêndios em metade do país, impõe-se fazer um novo balanço aos donativos que já chegaram às pessoas afetadas

Não é o dinheiro que apaga a tragédia. O dinheiro apenas ajuda as populações a reeguer as suas vidas e os seus negócios. Um dinheiro que está a demorar a chegar às vítimas dos incêndios. Passaram dois dias depois da nova tragédiaprovocada pelos fogos em metade de Portugal, mas já passaram quatro meses da tragédia de Pedrógão Grande. No total, Quantos donativos já foram distribuídos pelas populações? Poucos. E isso traduz-se em poucas casas já refeitas, em vidas que continuam em suspenso.

Poucos resultados, ainda, para os milhões de euros que a grande onda de solidariedade dos portugueses juntou. O último balanço do Fundo Revita, criado pelo Governo, é datado de 30 de setembro. Aderiram a este fundo 35 entidades que deram dinheiro, bens ou disponibilizaram-se a ajudar com prestação de serviços. No total, fixe o número: quase 3.800 milhões de euros de ajuda. Mais concretamente:

  • 787.590,31 euros

Protocolos com várias entidades – 205 casas de primeira habitação para recuperar

Só 35 concluídas
64 com obra em execução
66 em fase “avançada”

Ou seja, apenas cerca de 17% das habitações já foram reconstruídas. O site do Revita é omisso relativamente aos custos.

 Diretamente a cargo do Revita

88 casas, na maioria reconstruções integrais
Estão em fase de pagamento 16 processos, no valor de cerca de 58.666,74€

No site do fundo lê-se que, “para uma maior eficiência na gestão dos donativos, foram estabelecidos protocolos com entidades de referência”. Entre elas, estão a Cáritas Diocesana de Coimbra e a União das Misericórdias Portuguesas em conjunto com a Fundação Calouste Gulbenkian, “que agregaram outros donativos, sendo responsáveis pela sua gestão”.

Há ainda um protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa para coordenar a “logística de apetrechamento” das habitações afetadas e a “preparação das respetivas propostas de afetação de recursos”.

No quadro de cooperação estabelecido foi assegurada através do Fundo Revita, através da sua Comissão Técnica, a distribuição das casas a recuperar e a reconstruir nos três concelhos afetados, mas também nos municípios adjacentes de Góis, Pampilhosa, Sertã e Penela”.

Para além do dinheiro para a reconstrução de casas, há também apoios canalizados para agricultores: 363 produtores agrícolas no total. Está em “fase de processamento” o pagamento de subsídios, no valor total de 812.712,30 euros.

União das Misericórdias Portuguesas, no site juntosportodos.org que criou para mostrar como estão a ser canalizados os donativos, à data de hoje, 17 de outubro, ao início da manhã, o balanço era este:

·       Donativos·       2 109 963,32 €
·       Apoios concedidos·       75 159,04 €
·       IVA e outras despesas legais·       192 610,50 €
  • Ou seja, só 3,6% dos donativos é que chegaram já, efetivamente, às pessoas afetadas. 

Morreram 100 pessoas, no total, nos fatídicos dias 17 de junho e 15 de outubro. O dinheiro não apaga a tragédia nem a memória. Mas ajuda quem fica.

 

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