Portugal

Portugal retoma vacina da AstraZeneca na próxima segunda-feira

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas (D), o presidente do Infarmed, Rui Ivo (C), e o coordenador da task-force para a vacinação contra a covid-19, Henrique Gouveia e Melo (E), durante a conferência de imprensa com atualização da informação sobre a vacina covid-19 da Astrazeneca, no Ministério da Saude, em Lisboa, 19 de março de 2021. RODRIGO ANTUNES/LUSA

Portugal vai retomar a vacina da AstraZeneca na próxima segunda-feira. Docentes e não docentes vacinados no fim de semana a seguir. Cerca de 120 mil pessoas com vacinação adiada.

Depois da suspensão anunciada na segunda-feira, Portugal vai retomar a administração da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 a partir da próxima segunda-feira, dia 22, anunciou o coordenador da task-force para a vacinação.

Henrique Gouveia e Melo afirmou que a vacinação vai ser retomada na segunda-feira. “O plano de vacinação sofreu uma pausa no que concerne à vacina da AstraZeneca e vai ser posto em marcha outra vez a partir de segunda-feira. Vamos retomar o plano, acelerando-o e recuperando o atraso destes quatro ou cinco dias parados sem vacinação da AstraZeneca”, disse o coordenador da task force, numa conferência de imprensa em que esteve também presente o presidente do Infarmed, Rui Ivo, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

“Além de fazermos o arranque na segunda-feira, os docentes e não docentes serão vacinados no fim de semana a seguir“, revelou.

“Relativamente ao número de pessoas com a vacinação adiada, são perto de 120 mil pessoas em que adiamos a vacinação por uma semana. Vamos recuperar muito rapidamente essa vacinação. Mais uma semana, semana e meia, e temos o plano recuperado”, disse o coordenador da task-force.

A retoma foi anunciada na sequência da decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA) de que a vacina da AstraZeneca “é segura e eficaz” e que não está associada aos casos de formação de coágulos sanguíneos que levaram à suspensão da sua utilização em mais de uma dezena de países europeus.

O presidente do Infarmed, Rui Ivo, realçou as indicações do Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância da EMA e assegurou que as mesmas vão ser expressas a partir de sexta-feira na informação para profissionais de saúde e cidadãos.

“Essas conclusões são muito claras, ao confirmarem que os benefícios da vacina da AstraZeneca são muito superiores a quaisquer riscos que foram identificados. Os termos em que a avaliação foi feita e que permitiram que a vacina seja utilizada irão agora ser plasmados nos documentos que são aprovados pela EMA”, referiu Rui Ivo, assegurando que as entidades portuguesas têm estado “em articulação com as congéneres europeias”.

Graça Freitas apela aos portugueses para “não recusarem qualquer vacina”

Já a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que a vacina da AstraZeneca foi suspensa por uma “decisão de saúde pública”. “Há uma coisa que se chama o princípio da precaução em saúde pública. Na dúvida, fez-se uma pausa”, assegurou, acrescentando que a pausa é “facilmente recuperável e não vai impactar significativamente no esforço de vacinação”. “Foi uma decisão tomada por dois organismos técnicos: a DGS e o Infarmed, por princípio da precaução em saúde pública”, reiterou.

Graça Freitas disse ainda haver a expectativa de que no próximo mês haja outras vacinas. “Prezamos muito a segurança, por isso feita uma avaliação, se pusermos uma vacina a circular, é porque é segura e as pessoas podem confiar”, explicou. “Qualquer que seja a marca da vacina, é porque tem características de segurança, de eficácia e de qualidade”, disse Graça Freitas, apelando aos portugueses para “não recusarem qualquer vacina”, pois “ao vacinarem-se estão a proteger-se”.

“Se a uma pessoa for oferecida uma vacina, seja qual for a marca, deve aceitá-la. O risco de ter doença grave, internamento e indesejavelmente morte (sem vacinação), é muito superior”, acrescentou a diretora-geral da Saúde. “O grande apelo que devemos fazer aos portugueses é que ponderem muito bem antes de recusar, porque a alternativa é continuarem vulneráveis e suscetíveis de poderem vir a desenvolver uma doença potencialmente grave ao ponto de ser letal”, sublinhou.

Graça Freitas avançou que, com a retoma da utilização da vacina, serão vacinadas, em paralelo, “duas linhagens”: a das pessoas que têm comorbilidades e os docentes e não docentes, porque as “escolas estão a ser o setor que está a desconfinar primeiro”. “Uma coisa não impede a outra e são duas `linhagens´ em paralelo para dois fins diferentes, mas ambos importantes”, assegurou.

Portugal tinha anunciado a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca na segunda-feira, “tendo por base a aplicação do princípio da precaução e saúde pública”. A suspensão, que se repetiu em vários países da Europa, surgiu na sequência de relatos de casos graves de coágulos sanguíneos em pessoas que foram vacinadas com doses do fármaco.

Esta quinta-feira, a Agência Europeia do Medicamento confirmou que a vacina da AstraZeneca é “segura e eficaz”. O regulador da União Europeia concluiu que os poucos casos de formação de coágulos sanguíneos ou episódios trombóticos em pessoas imunizadas com a AstraZeneca (em 20 milhões de vacinados, foram detetados pouco mais de 40 casos) não estão associados ao fármaco anglo-sueco. Mas a investigação continua.

Depois da posição da Agência Europeia do Medicamento, Espanha, Itália, França e Alemanha também já anunciaram que vão retomar a vacinação com a vacina da AstraZeneca.

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