Portugal

O Mundo Lusófono: Comunidades Globais e Locais

Congresso Internacional da “Lusophone Studies Association”

Foi em 2013 que a Lusophone Studies Association, com sede na Universidade de York, realizou o seu congresso inaugural em Toronto. Apresentei, com os meus colegas de projeto, uma comunicação sobre as Festas do Espírito Santo no Canadá, mas estava longe de adivinhar que, seis anos mais tarde, estaria presente no Congresso Internacional da Associação, realizado em Évora de 25 a 29 de junho, para apresentar a comunicação final sobre o mesmo tema.

Foi um prazer rever os colegas da Associação na acolhedora cidade de Évora. Este congresso multidisciplinar, subordinado ao título “O mundo lusófono: Comunidades globais e locais”, foi, como os anteriores, uma iniciativa de académicos da diáspora e realizou-se desta vez na histórica universidade, na Escola de Ciências Sociais. Os organizadores principais foram o historiador e presidente da Associação, José C. Curto, e o historiador Hélder Adegar Fonseca, da dita Escola. Como comentou o Dr. Hélder Fonseca: “foi fácil e expedita a organização do Congresso com o José Curto”.

Organizado de dois em dois anos, o Congresso atrai uma grande variedade de investigadores, tendo sido selecionadas 137 comunicações, apresentadas em sessões paralelas, seguidas de debate após as três, quatro ou cinco comunicações de 20 minutos apresentadas em cada painel. As sessões sobre os países africanos de expressão portuguesa obtiveram o triplo de participantes, dado haver professores e estudantes nesse ramo de estudo na Universidade de Évora. As comunicações continuarão a ser publicadas na conceituada revista académica Portuguese Studies Review, que é bem mais antiga do que a Associação, e é dirigida pela historiadora Ivana Elbl, da Universidade de Trent.

Algumas salas de aula encantaram-nos pelos painéis de azulejos do século XVIII em todo o perímetro da sala, sentando-se os alunos, antigamente, num banco de pedra embutido na parede, de costas para os azulejos, para escutarem o professor sentado do alto da sua cátedra, o que deu origem ao termo “cadeira” para designar cada curso universitário, lecionado pelo professor da especialidade.

Foi servido um delicioso almoço em cada dia, no refeitório jesuíta, em que todos se sentam do mesmo lado das mesas de pedra fixas, à volta da sala, não faltando o púlpito, onde um monge, antigamente, fazia a leitura das escrituras. Sentiu-se história em cada canto, beleza em cada claustro e fonte desta antiga universidade.

Depois do dia de trabalhos, houve sempre uma simpática receção no jardim da Fundação Eugénio de Almeida – Centro de Arte e Cultura, para os congressistas poderem continuar o debate e ficarem a conhecer-se melhor. Não assisti à reunião dos sócios da Associação, mas ficámos a saber que será presidida, durante os próximos quatro anos, por Maria João Dodman, que presidirá também ao próximo congresso.

Fazer parte deste, na Universidade de Évora, foi uma experiência inolvidável, tanto pela variedade de apresentações e nível académico como pela simpatia dos dirigentes e participantes, embora fosse constante o chegar e o partir destes últimos, muitos deles brasileiros, sujeitos a viagens longas e autorizados a ficarem ausentes por pouco tempo. Como eu, todos terão, seguramente, apreciado o encontro proporcionado por mais um congresso da Associação e o cenário onde se realizou: uma Évora em festa que celebrava os Santos Populares.

Ilda Januário

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