Médicos e investigadores defendem legalização da cannabis para fins medicinais
Assinam carta aberta em que dizem que a legalização “permitiria o acesso à cannabis em condições reguladas
Cerca de 100 subscritores da área da saúde, entre eles vários médicos de medicina geral, neurologistas, oncologistas, psicólogos e investigadores, assinam uma carta aberta, hoje divulgada, a pedir a legalização da cannabis para fins medicinais.
Na carta, a que a Lusa teve acesso e que foi divulgada pelo Público e pelo Expresso, os subscritores recordam os “inúmeros efeitos medicinais” da cannabis e defendem que estes “podem e devem ser colocados ao serviço das pessoas.
Os subscritores, entre eles o médico João Semedo, o primeiro presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed), José Aranda da Silva, e o médico e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, recordam que muitos países já legalizaram a prescrição da cannabis, dando como exemplos o Canadá, a Dinamarca a Argentina e o México.
“Nestes países, a cannabis pode ser utilizada pelos médicos como uma ferramenta terapêutica eficaz e segura e está disponível e acessível aos doentes. Infelizmente, esta ainda não é uma realidade em Portugal”, recordam, numa carta aberta divulgada na semana em que a Assembleia da República vai debater projetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN sobre a matéria.
O médico oncologista Jorge Espírito Santo e o advogado e professor de psicologia criminal Carlos Poiares também fazem parte da lista de subscritores, além de diversos investigadores e de utilizadores de cannabis para fins terapêuticos.
Segundo defendem, a legalização “permitiria o acesso à cannabis em condições reguladas e com garantia de qualidade e segurança, por parte dos milhares de doentes que dela poderiam beneficiar”.
Os cerca de 100 subscritores defendem que a legalização da cannabis para fins medicinais “deve avançar rapidamente e tornar-se uma realidade em Portugal”.
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