Portugal

Médico português nomeado conselheiro do Papa

Rui Nunes é especialista em bioética e vai trabalhar na área da dignidade humana face à evolução da ciência e da tecnologia.

Lisboa, 1102/2015 – Rui Nunes, Luís Peixoto de Sousa e Maria de Belém Roseira momentos antes da apresentação da 3º edição do livro Regulação da saúde, na livraria Almedina no Saldanha. O livro apresentado pela antiga ministra da saúde, propõe um novo modelo de gestão pública e foi escrito por Rui Nunes, médico, professor catedrático e primeiro presidente da entidade Reguladora da Saúde. A edição é da Vida Económica, representada por Luís Peixoto de Sousa.
(Reinaldo Rodrigues / Global Imagens)

O presidente da Associação Portuguesa de Bioética foi nomeado membro da Academia Pontifícia para a Vida. O anuncio foi feito pelo próprio Rui Nunes, apanhando de surpresa a hierarquia da Igreja em Portugal que desconhecia a nomeação do médico e professor na Faculdade de Medicina do Porto como “conselheiro” do Papa Francisco. “Estou muito honrado com a nomeação porque significa que o trabalho que tenho feito em Portugal é reconhecido e valorizado”, disse ao JN o médico católico. Nos canais eclesiásticos ainda nada foi publicado sobre a nomeação.

A Academia Pontifícia para a Vida escusou-se a comentar a nomeação de Rui Nunes por esta ainda não ser oficial. No entanto, o JN sabe que o médico faz parte dos novos membros correspondentes da instituição, lista que será anunciada nos próximos dias por Monsenhor Vincenzo Paglia, presidente da Academia, a única pessoa no Vaticano indicada para atribuir este tipo de cargo. “Não é uma nomeação do Papa”, vincou a mesma fonte ao JN, dando a entender que Rui Nunes se antecipou ao anúncio público da Santa Sé. A nomeação tem a data de 11 de março e é válida por cinco anos.

Criada em 1994, a organização tem a função de aconselhar o Papa no que diz respeito aos valores da vida e do respeito pela dignidade humana perante os desafios e desenvolvimentos a ciência e da tecnologia. Questões como a inteligência artificial ou a morte assistida são alguns dos temas em discussão no seio da Igreja mas também na sociedade em geral. “A bioética não pode criar barreiras ao desenvolvimento mas há linhas vermelhas onde é preciso pensar global e onde a ética tem um papel fundamental”, frisou. Rui Nunes é considerado o “pai” do Testamento Vital que permite a milhares de portugueses, entre outras coisas, escrever que tratamentos médicos desejam receber em caso de incapacidade de comunicar. “Há cientistas que acham que a ciência é um fim em si mesmo mas não é”, afirmou o especialista em bioética.

Rui Nunes, que se junta a Filipe dos Santos Almeida, diretor de serviço de Humanização do Centro Hospitalar Universitário de São João, no grupo de conselheiros papais, acredita que “os desafios com que as ciências biomédicas se confrontam atualmente à escala global, implicam uma reflexão ética sem precedentes”.

Jornal de Notícias

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