Portugal

Marcelo avisa que “caminho ainda vai ser muito trabalhoso” e não quer mais emergência

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fala ao País sobre a décima renovação do segundo estado de emergência no Palácio de Belém, Lisboa, 25 de março de 2021. RUI OCHÔA/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA/LUSA

Marcelo alertou esta quarta-feira que “o caminho que se segue ainda vai ser muito trabalhoso” no âmbito da pandemia e pediu mais um esforço aos portugueses para não termos de “voltar atrás” e sairmos do confinamento. E “desejaria que esta fosse a última renovação do estado de emergência”.

“Há muito trabalho ainda para proteger o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para recuperar a economia”, afirmou também o presidente da República na sua declaração ao país. E “se 2020 foi o ano da luta pela vida e pela saúde, 2021 terá de ser o ano do início da reconstrução social, sustentada e justa, em que não basta que as pessoas devam ser o centro da justiça, do direito, das finanças, da economia, da política. Têm de sentir que verdadeiramente o são”, apelou no dia em que o Parlamento aprovou a renovação do estado de emergência por mais duas semanas até 30 deste mês.

“A economia demorará a dar os passos da reconstrução, a sociedade demorará muito mais”, avisou ainda Marcelo, para quem “é altura de pensarmos mais no futuro”.

“Portugueses, hoje quero sobretudo pedir-vos ainda mais um esforço para tornar impossível o termos de voltar atrás, para que o estado de emergência caminhe para o fim, para que o desconfinamento possa prosseguir sempre com a segurança de que o calendário das restrições e os confinamentos locais, se necessários, garantem um verão e um outono diferentes. Estamos a entrar no que desejamos venha a ser o começo da ponta final no período mais difícil da nossa vida coletiva desde a gripe espanhola”, exemplificou Marcelo Rebelo de Sousa.

“No dia 6 de novembro de 2020 decretei o segundo e mais longo estado de emergência que hoje conhece aquela que desejaria que fosse a sua última renovação, até 30 de abril. Durante este segundo estado de emergência, o período mais difícil foi o que se seguiu ao confinamento geral no dia 15 de janeiro. Mais de cinco meses de estado de emergência e quase três meses de confinamento geral” começou por recordar Marcelo Rebelo de Sousa.

“É certo que menos restritivo do que aquele há um ano, mas mais intenso, até porque os números atingidos chegaram a colocar-nos na pior situação na Europa e depois no Mundo”, prosseguiu o chefe de Estado. “Agora, que o desconfinamento deve seguir o seu curso de forma gradual e sensata, importa lembrar o óbvio: quando chamados ao heroísmo dos grandes desafios, como os da vida e da saúde, os portugueses respondem sempre com coragem e solidariedade”, destacou o presidente.

Em segundo lugar, “quando a economia e a sociedade sofrem como sofreram e continuam a sofrer, os portugueses encontram caminhos muito difíceis mas notáveis de sobrevivência, de adaptação, de mudança de vida”.

Em terceiro lugar, “quando problemas de fornecimento e de avaliação de vacinas parecem para alguns obstáculos intransponíveis, a verdade é que, cada vez mais os vulneráveis dos mais vulneráveis estão já protegidos e isso também ajuda a explicar a essencial redução e estabilização de internamentos, de cuidados intensivos e de mortes a que assistimos em nas últimas semanas”.

Em quarto lugar, quando o desconfinamento cria “a sensação de alívio definitivo, o caminho que se segue ainda vai ser muito trabalhoso. Antes do mais, vai dar trabalho na pandemia, sobretudo nas áreas em situação mais crítica, mas também na prudência exigida por todo o território para evitar a subida dos números decisivos que são os da pressão nas estruturas de saúde, números agora estabilizados”. Depois, continuou o presidente, “vai dar trabalho nos números da economia, embora saibamos que houve indústria, economia, algum comércio e serviços que não pararam, como houve o Estado a suportar emprego e rendimento de muitos portugueses”.

“Mas mais complicado do que os números da economia é a situação das pessoas. É fundamental ter a noção de que o que ficou e fica nas suas cabeças e nas suas relações com os outros pesa muito”, sublinhou o chefe de Estado. E enumerou: “as solidões dramáticas dos mais idosos para quem vai uma palavra especial, os institucionalizados e não institucionalizados, agora que vacinados já podem recebervisitas e sair. As marcas na vida pessoal, familiar e profissional de todos, com crises, destruturações e frustrações irreversíveis ou de efeitos longos, as desorientações em milhares de estudantes a requererem tempo para digerirem tantos choques, o agravamento na pobreza, nas desigualdades, nas injustiças”.

JN

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