Portugal

A greve do verão

Lembram-se de Portugal, o país com 4 estações do ano?
Pois… eu também me lembro, mas há muito que não o sinto.


Perdi, perdemos todos, as certezas que o calendário nos dava – dia 21 de junho chega o verão, 21 de setembro o outono, 21 de dezembro o inverno e dia 21 de março, a tão aguardada, primavera. Mais dia menos dia, com mais ou menos precisão nas previsões que todos víamos, atentamente, todas as noites a seguir ao telejornal, as temperaturas, o estado geral do tempo, adequavam-se aos meses que se sucediam.
Pois… velhos tempos em que o tempo seguia o que aprendíamos, nos livros dos primeiros anos da escola.

Já não é novidade, eu sei, mas deixem-me sublinhar que o tempo já não é o que era. E as consequências são diversas. Económicas, sociais e até políticas. O registo de verões, duros, prolongados (no ano passado, por exemplo…), com temperaturas demasiado elevadas (o nosso clima, supostamente, é temperado), aparece demasiadas vezes associado à devastação e desgraça dos incêndios. Por outro lado, as chuvas e saraivadas, fora de tempo, destroem culturas, surpreendem incautos e invadem o dia-a-dia que todos esperávamos ser de calor e sol.

Na realidade, o tempo (mau, porque fora de tempo ou, manifestamente, exagerado) estraga férias, investimentos, ( não apenas na agricultura… pensem, por exemplo, nas lojas de roupa e na dificuldade em vender a coleção de verão, quando o frio ainda se entranha no corpo), mas também pode arrasar florestas e, tragicamente, por fim a vidas humanas.

Neste ano de 2018 os portugueses ainda não sentiram o verão. Uma ou outra semana de mais calor, não conseguiram esbater a sensação de que uma primavera invernosa ainda nos enche os dias. E se isto nos afeta a todos, até psicologicamente, (não apenas aos que já estão de férias e tinham planeado descansar à beira-mar), também é verdade que nos alivia do medo, posso dizer quase pânico, do que poderá vir associado ao tempo muito quente – a tragédia dos incêndios.

O tempo assim, frio e com chuva, é a melhor arma de combate aos fogos. Imagino que todos os dias haja governantes a agradecer a todos os Santos a instabilidade meteorológica. É que assim, as eventuais falhas nos planos de emergência, conseguem literalmente passar entre os pingos da chuva.

Não fosse o movimento sindical a “incendiar” a sociedade com greves – professores, médicos e enfermeiros, funcionários judiciais… – este seria um “verão político” perfeito, com a greve do próprio verão…

Enfim… o tempo e os sindicatos, esses grandes “destruidores” – de férias e de paz político-social.

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER