Opinião

Saiam da toca e mudem de atitude e mesmo de notícias

Quando esta pandemia acalmar tenho a certeza que certas pessoas não vão saber escrever ou falar de mais nada

Eu sei que muitos dos leitores não vão gostar deste artigo de opinião, mas eu como me estou nas tintas para o que se pensa da minha pessoa, neste caso concreto sinto-me muito bem e como se diz em alto e bom som, quando não se gosta coloca-se na beira do prato. Ninguém é obrigado a nada, ou esqueceram-se que houve o 25 de Abril? Parece que a maioria se esqueceu ou então está infetado/a.

Desculpem mas eu tenho vindo a seguir certos jornais de todos os quadrantes – nacionais, provinciais, distritais e locais -, e reparo que todos ou quase todos só dão atenção à Covid-19, até demonstram que se não fosse esta pandemia não sabiam dar noticias. Por favor mudem de ritmo e comecem a dar, escrever e falar de outros assuntos! Reparem: no fim de semana passado foi o 25 de Abril. A forma como o Governo português celebrou foi vergonhoso e deu um exemplo de irresponsabilidade a todos os portugueses – depois de andar a obrigar a certas e determinadas medidas vai celebrar uma data de todos os portugueses com meia dúzia de intelectuais… Podia-se ter celebrado envolvendo todos em geral e de uma forma muito simples – bastava incentivar todos à colocação de um cravo na janela e, como alguém pediu, cantar a Grândola Vila Morena nas varandas etc. Reparem que no próprio dia um dos homens de abril, Otelo, disse: “Confesso que era um frete ir lá ouvir aqueles discursos”. Vindo do Otelo diz tudo! Mais de metade da população já nasceu depois da Revolução, mas continuemos. Este fim de semana é o primeiro de maio – uma data muito importante, Dia do Trabalhador, data que teve início em Chicago com uma  manifestação com 500 mil trabalhadores nas ruas, e uma greve geral em todo o território dos Estados Unidos, em 1886. Três anos mais tarde, em 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, em França, uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago – a primeira acabou com 10 mortos, em consequência da intervenção policial. Isto para dizer que quase tenho a certeza que ninguém vai falar desta data, anda tudo perdido com o invisível e maluco vírus que passou a comandar e a gerir tudo e todos. O raio do invisível tomou conta das pessoas! Não se esqueçam que em Portugal os trabalhadores assinalaram o 1.º de maio logo em 1890, foi ano da sua realização internacional. Na altura, as ações do Dia do Trabalhador limitavam-se a alguns piqueniques de confraternização e alguns discursos pelo meio. Com as alterações qualitativas assumidas pelo sindicalismo português no fim da monarquia, durante a I República transformou-se num sindicalismo reivindicativo, consolidado e ampliado, até que, em 1919, após algumas das mais gloriosas lutas do sindicalismo e dos trabalhadores portugueses, foi conquistada e consagrada na lei a jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria. Isto é um pouco do que nos transmitem sobre o 1.º de maio – se repararmos, hoje os sindicatos têm muita força, falta saber se em prol dos trabalhadores ou se em prol de outrem. Qualquer empregador nos dias de hoje sabe por onde passou, o que lhe custou chegar até ali e sabe respeitar os seus colaboradores. Não conheço e espero que não haja anomalias, desavenças entre partes. Hoje o cidadão vê as coisas diferentes e sabe dar para depois receber. Concordo com a continuação da celebração de datas importantes como estas mas, por favor, mais uma vez respeitem o povo em geral, especialmente aqueles que neste momento se encontram na linha da frente. Não voltem a gozar com a cara de todos nós. O 25 de Abril veio para haver igualdades, não vamos continuar com uma lei para a classe política e outros e outra para a classe menos favorecida.

Para terminar aqui vai um pouco de gasolina para a fogueira: para quando se começa a pensar nas consequências que se avizinham para o setor associativo na nossa comunidade? Será que estão todos de boa saúde depois desta paragem que ainda não se vê a luz ao fundo do túnel para o regresso à normalidade?

Continuem a ficar em casa até que nos mandem sair.

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