Opinião

Portugal, Portugal e viva Portugal

Seria tudo esta semana como todos gostavam que acontecesse, e aconteceu.

Sim, aconteceu uma cerimónia modesta, calma e todos os protocolos foram respeitados. Os governos sempre presentes, municipal, provincial e o federal, muito bem representados, nada ficou sem um toque à portuguesa mesmo nos tempos que atravessamos. Como todos nós portugueses gostamos que as coisas não sejam esquecidas no Dia de Portugal e de manter a cultura viva e para que não fique esquecido foi a melhor forma que se encontrou para se celebrar sem desrespeitar as regras impostas. Alguns folcloristas também estiveram presentes na representação de todos os grupos, era impossível estarem todos derivado ao número de pessoas que poderiam aparecer e não era bom para nós portugueses celebrar o Dia de Portugal e faltar ao respeito aos governantes que impuseram as regras. Assim, mais uma vez e como sempre, fizemos o que tinha que ser feito sem sair das normas impostas – cumpriu-se e não ficou sem celebrar o dia mais importante para todos nós portugueses. Parabéns a toda a equipa organizadora das cerimónias que decorreram na quarta-feira (10), Dia de Portugal. Gostei do formato das celebrações, simples e com nível, faltaram os espetáculos. Para o bem a pandemia trouxe ajudas para alterações a serem implantadas. Se calhar vieram em boa hora, isto é, vieram ajudar a mudanças na forma de organizar as festividades da Semana de Portugal. Agora é a altura certa para se dar início ao novo formato e a pouco e pouco deixar de haver megaconcertos a custo zero – passar a fazer menos com mais qualidade, onde todos terão de suportar as despesas. Se somos verdadeiros patriotas tanto vamos a um espetáculo com entrada gratuita, como a pagar um preço simbólico para ajudar as despesas.

No futuro só assim se vai conseguir algo para a continuidade da Semana de Portugal. Tudo isto veio dar uma lição e o futuro o dirá. Já existem algumas casas a ter dificuldades em se manter em atividade por várias razões. Durante os discursos alguém disse, e muito bem, que está na altura de se unirem as pessoas e pensar seriamente na casa de Portugal. Meus caros leitores, já se fala nisto há tanto tempo e ainda há pessoas a remar em sentido contrário. Somos, é a realidade, uma imigração muito jovem. A comunidade portuguesa por estes lados começou mais ou menos nos últimos 50 anos com eventos culturais. Tudo era fácil no campo do voluntariado, mas com as mudanças de tipos de vida, com o evoluir das tecnologias e a   facilidade como se passou a ter tudo mais rápido. As coisas foram alterando e hoje há que dar um passo em frente, porque o que se passa neste momento no nosso meio com a diversidade cultural é que por vezes é tudo do mesmo. Quando somos um país tão pequenino onde todos querem ser reis. As dificuldades económicas que se fazem sentir nos meios associativos já aconteceram noutros países com a comunidade portuguesa e o fim foi a união. Em conjunto, com ajuda de grandes empresários, abriram-se casas de Portugal onde hoje se organizam excelentes festas. Nós por cá, como se disse em frente ao monumento de Camões, está na hora de darmos as mãos.

Durante as cerimónias a que tive a oportunidade de assistir reparei na falta do representante do nosso Governo português. Fiquei um pouco admirado na falta do mesmo tendo-o como uma pessoa muito para a frente e sempre com o orgulho de estar a representar o seu país, mas mais admirado fiquei quando ouvia uma voz ao lado a dizer que o mesmo representante do Governo deixou a cidade de Toronto em inícios de março. Achei um pouco estranho não ter ouvido a nossa comunicação social dar a importante notícia a todos os portugueses, é que reparem: nós não somos meia dúzia, já somos um número que merece um certo respeito. Como na vida vale tudo, não fiquem admirados. Que se deixe estar por lá que ninguém deu por falta dele até agora. É que pouca falta nos faz. Pelo menos podia ter deixado um comunicado a dar uma explicação, mas enfim.

Viva Portugal, viva o Canadá.

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