Opinião

O síndrome do sabe-tudo

Sempre que tenho conhecimento de histórias reais, coloco as palavras em números e tento transformar certas personagens e avaliar as mesmas como na matemática, (tipo 2 e 2 não são 4). 

Tenho também muito cuidado ao opinar seja sobre o que for e nunca coloco nomes, embora tudo tenha um princípio e fim. É como nas histórias que as nossas mães nos contavam quando éramos crianças nas quais, se bem se lembram, acreditávamos e algumas permanecem nas nossas memórias. São marcas que ficam e nunca mais se esquecem. 

Na sociedade que nos rodeia há histórias tão excelentes que ficamos a pensar se tudo aquilo é normal ou se acontecem por obsessão – ao querer ser (sem saber ser, nem saber transmitir) só porque se acha que fica bem. Até se pode ouvir alguém a tentar dizer, indiretamente, algo menos agradável, tipo um aviso para bem de todos, mas não compreendemos que as indiretas são direcionadas para alguém. Qualquer cidadão, com dois dedos de visão, compreende que só a tal síndrome de sabe-tudo e obsessão não lhes permite compreender. É por isso que, por vezes, se tomam decisões muito tristes. Quem tem conhecimento das coisas, pode levar muito longe a vida que se prontificou a gerir, mas a forma como se lida com o saber é o que mostra quem realmente somos. As pessoas devem ser humildes, ao invés de causar constrangimento. O saber contribuir para que se possa expandir os conhecimentos só fica bem, no entanto, na outra mão, existem as pessoas com a síndrome de sabe-tudo, que são extremamente arrogantes e se consideram superiores às pessoas ao seu redor, julgando que todos são cegos ou surdos. Os sabe-tudo nem conseguem ver que, a seu lado, está aquele que sabe e percebe do saber-saber, ouve com atenção, estuda e depois avalia. Por teoria, as pessoas com conhecimento, quando se deparam com algo que difere de sua visão, analisam todas as informações, refletem e estabelecem um pensamento crítico sobre aquilo, isto é, quando criticam já têm alternativa. O que se vê e, aos poucos, se descobre é que os sabe-tudo apenas dão atenção ao que confirma as suas crenças, e ignoram aquilo que os desafia ou contradiz. Até chegam ao ponto de vir com conversas que não têm nada a ver com o tema em discussão. Quantas vezes se ouvem conversas que nos fazem questionar (a nós próprios…) se estamos no planeta certo. Para certas pessoas há uma receita boa, pomada para a dor de cotovelo e uma colher de chá de educação, todas as manhãs, no café.

E depois para que os sabe-tudo fiquem contentes, em alguns momentos, nós temos que tentar fechar os olhos áquilo que não condiz com as nossas opiniões. Fazemos isso porque gostamos de validar os pensamentos, gostamos de dar a entender que estão certos. Principalmente, quando se trata de opiniões que sustentamos desde muito cedo e que não é fácil mudar. Então deixa-se os sabe-tudo abanar a bananeira. Precisamos manter em mente que, ainda que desejemos estar certos, precisamos estar abertos à novas opiniões e visões do mundo e reconhecer os nossos erros, aproveitando todas as oportunidades de aprendizagem. Coisa que falta aos que procuram ser porque não gostam de ver algo ser mudado por receio de perder alguma coisa. Para bom entendedor, por vezes mentes brilhantes misturadas com os sabe-tudo, é triste e perde-se boa gente que nada vão aprender. 

Os sabe-tudo possuem um sério problema – nessa tentativa persistente de se mostrarem superiores, eles apenas mostram que sofrem de uma séria insegurança sobre si mesmos. Nem têm conhecimentos, nem mostram uma maturidade saudável. Têm sim uma obsessão pelo poder – sem saber, nem conhecimento. Chama-se a isso comportamento tóxico. 

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