Opinião

Hoje os filhos educam-se ou compram-se!

Até podem passar todos, mas no futuro assumem as consequências

Diz-se algures pelas bandas da Assembleia da República, em Portugal claro, que até ao nono ano de escolaridade vai ser sempre abrir: todos passam mesmo sem saber. Será que percebi bem? Isto é uma autêntica vergonha. Afinal, educa-se ou não?

Desta forma e com o que se avizinha, a sociedade que se espera e que vamos ter no futuro vai ser, sem dúvida, preocupante porque na idade de se preparar uma criança vai-se deixar andar à balda, tipo corre a ver se me apanhas. Coitados dos alunos que quando chegarem ao mercado de trabalho vão sentir uma dificuldade enorme em se adaptarem aos tempos modernos porque não estarão preparados para se defenderem, não têm bases nenhumas para seguir um futuro profissional. Os próprios alunos, como já passam muito pouco tempo com os encarregados de educação, “pais”, vão estar-se nas tintas para a escola ao saberem que passam sempre. As pessoas esquecem-se que as escolhas profissionais jamais se fazem no berço, as pessoas esquecem-se que os nossos filhos passam mais tempo com os amigos na escola e com os professores na escola do que com a família.

Os sonhos, os verdadeiros, começam desde cedo e o que parece aqui é que sonhar, ter brio no que se faz, progredir no conhecimento, pode ficar para os três últimos anos do secundário. Será que chegam os três anos para sonhar com a carreira profissional que se quer? Se os alunos não aprenderem a estudar até lá, vai ter que se baixar as notas de acesso à faculdade, senão as mesmas ficarão vazias. Parece exagerado mas não é, porque vai ser a realidade no futuro com a educação em Portugal e não só em Portugal – as faculdades ficarão vazias de estudantes com a falta de conhecimento e é disso que a vida é feita.  Aqueles que podem até vir a ser os nossos governantes e fazer o que muitos de nós fazemos hoje, se o facilitismo continuar, o que lhes vai acontecer é que nem uma carta vão saber escrever, nem uma resposta vão saber dar e terão que pedir a alguém para o fazer, (isso acontece na nossa sociedade nos dias de hoje), nem vão ter conhecimentos conseguem para gerir a vida pessoal. É triste, mas será ainda pior com a estratégia que o Governo está a tentar implementar. O mais grave é que esta medida da não retenção está a ser feita com base na poupança ao Estado de muitos euros por aluno. Onde raio estamos a chegar? Cortar na educação desta forma é desmotivador, infeliz e diz tudo acerca de quem atualmente manda no país. Estamos a jogar com a educação e futuro dos jovens e de toda a sociedade. É uma medida aberrante, sem nexo e de desinvestimento nos nossos filhos e netos para muitos. Espero que os pais jamais aplaudam uma medida destas – devemos exigir um ensino de qualidade, devemos exigir respeito pelas nossas crianças e jovens e porque não também pelos professores, uma educação de qualidade é exigente e respeitosa, jamais algo descartável, como parece acontecer.

Digo sem vergonha: no meu tempo de criança recordo-me bem das “estaladas” que levei dos meus pais e dos professores quando as notas não eram as melhores. E sempre foram positivas. Na escola, tantas vezes dei com a cabeça no quadro se algo estivesse menos bem, e muitos ficariam de castigo na hora do recreio se os trabalhos não fossem como os professores esperavam, mas dali saíram mestres e respeito que é o que hoje não acontece. Considero-me um jovem, mas na primária escrevi com um aparo, muitos jovens não sabem o que é, fiz o exame da quarta classe com caneta e vinha um professor de fora ou os alunos deslocavam-se a outra escola. Assim se fizeram homens e mulheres, porque é nessa altura que se prepara o futuro de quem tem sonhos. É com rigor e regras, sem ferir ninguém e não a deixar andar, mas infelizmente a ser verdade no futuro as qualidades de formação vão ser muito fracas e vamos ter graves consequências e difíceis de resolver.

Hoje veem-se pessoas sem capacidades, mas dá-se uma desculpa porque não tiveram hipótese e é triste perceber que alguns nem responder a uma carta sabem e recorrem a outros para o fazer, outros nem capacidade têm de enfrentar as pessoas por falta do saber ser e pedem a outros para o fazerem. No futuro e se os governantes avançarem com tudo o que se tem falado, pode vir a ser muito pior.

Como vamos imaginar o futuro se as coisas assim continuarem? Pobres das crianças que não têm culpa nenhuma. Hoje veem-se adultos com idades avançadas envolvidos em cargos, mas sem capacidade para tal. Andam ao colo dos outros pela falta do saber. As crianças que passarem por esta fase escolar do deixa seguir, quando estiverem sozinhos no futuro, sem terem quem os carregue ao colo para o confronto com a realidade, terão um dia a dia muito mais intenso e muito pior do que aqueles que hoje sentem dificuldades.

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