Opinião

Foi nisto que se votou. Só aceita quem quer.

A verdade vem sempre ao de cima, graças a pessoas sem medo e programas que ajudam a que se tenha conhecimento de tudo.

Graças ao programa “Sexta às Nove” da RTP ficámos a conhecer uma vergonha, como outras, que se vai passando em Portugal. Negociatas de milhões a troco, para alguns, de milhões e, para outros, de tostões. Ainda bem que estamos num estado de democracia onde se pode opinar e mostrar que algo anda a ser conduzido de forma menos séria, o que acontece em tudo.

Veio-se a saber que o secretário de Estado Adjunto e da Energia, em março de 2019, assinou o contrato de concessão de licença a uma empresa, denominada Lusorecursos Portugal Lithium, com sede em Vila Real, que foi constituída escassos três dias antes da assinatura, sendo sócios Ricardo Pinheiro e João Torres da Silva. Esta empresa apresenta um capital social de apenas 50.000€, que como já todos sabem vai gerir um negócio que implica um investimento da ordem dos 300 a 350 milhões de euros, mas vai ter um retorno lucrativo da ordem dos 380 milhões em 20 anos. Mas reparem, o capital social é de 50.000€: assim se faz um negócio a envolver os bonitos do governo para a construção da maior refinaria de lítio da Europa. Ah, como eu gosto de ver as verdades e os intelectuais a ficarem com a carapuça descoberta. Ainda mais engraçado foi saber-se que atribuição da referida concessão milionária foi assinada por João Galamba e vergonhoso foi saber-se que devia ter havido um estudo de impacto ambiental, mas na boca do dito senhor não fazia falta. Assim se faz de conta que ninguém percebe nada.

Afinal onde anda a juventude com garra, a tal geração diferente? É com políticos como o Galamba que se mostra bem a realidade do nosso jardim à beira-mar plantado. No silêncio podre das cumplicidades, os grandes negócios vão sendo feitos, sempre com os bons rapazes da era política dos sem vergonha e com desprezo absoluto pela transparência da contratação pública, mas também pelos interesses das populações atingidas por negócios vergonhosos e pelas quais o primeiro-ministro, que alguns portugueses escolheram, nada fez para pelo menos lhes dar uma explicação.

Mas todos sabem que o programa “Sexta às Nove”, onde se teve conhecimento desta vergonhosa negociata, esteve suspenso durante mais de um mês por razões que nunca foram esclarecidas pela direção da RTP. Mais tarde e após diversas denúncias e protestos, o programa regressou, mas apareceu encurtado para apenas 20 minutos de duração. O raio dos rapazes não dão nada nas vistas! Assim vamos caminhando para uma governação tipo Venezuela, do tipo “eu quero posso e mando!”. Até querem controlar quem deve de falar, (onde é que eu já vi disto…). Qualquer dia controlam quem pode ver – basta reparar quem é o diretor de programação da RTP! Quem tem cu tem medo e quando as verdades saem para fora assustam muita gente, (oh… onde é que eu já vi disto…).

O secretário de Estado Adjunto e da Energia até é um homem cheio de razões, tenta enganar muita gente, mas depois de tudo o que se tem passado na praça pública ainda teve coragem e na segunda-feira (11) decidiu visitar o local da exploração do lítio. Foi recebido em Boticas por populares em protesto contra a dita exploração do lítio – teve mesmo que acabar por não fazer a visita que estava programada. O pobre de espirito e sem vergonha João Galamba tem a lata de dizer que lamenta não ter conseguido falar com as pessoas que estavam no protesto, mas não diz que não teve coragem de se aproximar. Nesse dia ouvia numa rádio nacional os comentários que diziam que  João Galamba teve a coragem de dizer aos jornalistas que não ficou surpreendido e afirmou posteriormente que já estava à espera do protesto. Ora, grande lata!  Nem acompanhado pela GNR teve hipótese. Estes governantes sem vergonha esquecem-se que se trata de populações pobres do interior do país. Pouco ou nada se fala de toda esta luta e da razão da mesma, mas para o bem, ultimamente, tem-se vindo a desenvolver de forma bem crescente e esperemos que continue a prosseguir com firmeza até impedir que os vencedores sejam o lucro fácil dos grandes interesses capitalistas e as negociatas dos amigos do costume.

Assim anda o jardim à beira-mar plantado com negociatas de vergonha.

E nós por cá, como vão as negociatas? Alguns até são obrigados a trocar de cuecas três ou mais vezes por dia com o medo que lhes batam à porta por causa de certas negociatas.

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