Opinião

Foi bonito de se ver!

Há coisas que por vezes pensamos se devemos ou não falar nas mesmas, mas neste caso em concreto acho que se deve dar a conhecer. Sim, era mesmo para não escrever nada sobre o assunto, mas foi bonito de se ver e fez-me lembrar outros eventos parecidos – falo de um evento que teve lugar no sábado passado (2 novembro) celebrando o aniversario de um dos ranchos da nossa comunidade que é, segundo dizem, o mais velho a divulgar a nossa cultura fora de portas de Portugal.

Ouvi alguns comentários e presenciei um ambiente familiar no bom sentido, quero eu dizer a boa disposição entre todos, pelo menos ninguém foi proibido de ser entrevistado (isto é uma brincadeira à parte que só quem conhecer a história é que percebe). Dos discursos dos convidados e do seu presidente algo me chamou atenção e que muito gostei de ouvir, porque de facto deve ser mesmo assim que as coisas devem acontecer: estou-me a referir às poucas palavras doces da vereadora da Câmara Municipal da Nazaré que foi enviada pelo presidente em sua representação. A senhora merece e (sei que outros assim o têm feito) os parabéns. Veio com as despesas pagas pela Câmara Municipal e ainda ofereceu um donativo ao rancho, não veio de mãos a abanar. Mais ainda, estudou a lição antes de sair da sua terra natal – quero com isto dizer que já conhecia meia dúzia de cantos da casa. Deviam ser assim todos os políticos e não como muitos que são convidados, com tudo pago e aparecem de mão fechada, mesmo como que a dizer que a comunidade é tão burra que paga para os políticos virem passear. Para quem não sabe existe nos orçamentos municipais uma rubrica que detém uma verba para promoção externa, isto é quando se querem deslocar para fora do país, seja em negócios ou para visitarem as suas comunidades podem utilizar esse mesmo dinheiro. Muitos fazem isso, chama-se honestidade. Numa organização para angariação de fundos organizada por estas terras faz uns anos, convidei a Câmara Municipal da minha linda cidade a visitar estas terras. E assim estiveram entre nós. Para além de terem pago as suas despesas ainda se disponibilizaram para assumir as despesas da equipa que veio animar a festa. Isto sim, tem valor, agora pagarem aos políticos porque se acham em dívida para com eles… meus caros leitores não tenham pena e não façam isso, porque na maior parte das vezes eles mesmos se bem entenderem, e é muito fácil, arranjam faturas para retirar o dinheiro e vai direitinho para o saco, para não dizer saco azul. Eu sei que muito cidadão não gosta quando eu escrevo coisas deste tipo, mas isto não é uma crítica, isto é apenas uma observação de algo que muitos não sabem e por vezes cometem-se erros e gasta-se dinheiro sem razão. Esta é a minha opinião, mas se não gostarem e enviarem-me indiretas, só me dão força.

Todos os nazarenos estão de parabéns pela forma como organizaram o seu aniversário – com um profissionalismo top. Ali se viu que a idade e o saber mandam respeito. Como amante do folclore só tenho de dar os parabéns ao diretor do rancho pela forma como mantém o que é genuíno. Nota-se o toque de quem sabe o que é o folclore. Também quero dar os parabéns a toda a equipa pela diversidade das idades no rancho, deve-se tirar o chapéu pelo facto de não haver escolhas. Ali tudo faz falta, por isso têm um excelente rancho, (que pena é não ter uma tocata).

A noite, do início ao fim, foi excelente e foi muito bonita a ida ao palco de um jovem, (de louvar juventude deste tipo), para falar sobre como se tratam uns aos outros, referindo “somos uma família”. Sendo natural das ilhas, sente-se em casa e foi acolhido como filho. Deu uma lição a muitos jovens pela forma como tratou o folclore e todo o grupo. Adorei ouvir. Não sei se estou errado, mas ali havia idades entre os 10 e os 65 ou mais. Muitos parabéns porque o folclore é mesmo assim – não tem idade, todos fazem falta.

Que todos os clubes tirem dali ideias para o futuro porque a fartura passa a escassez rápido.  Foi uma festa com discursos construtivos e a música 75% do tempo vocacionada para a fabulosa região da Nazaré.  No evento comentava-se o facto de não estarem outros ranchos a apoiar aquele que é o mais antigo. De lamentar, quando tanto se fala em união. Compreende-se que nem todos tem disponibilidade de tempo e até condições financeiras, mas na minha opinião ficou mal à nossa comunidade. Para terminar não posso deixar passar em claro a boa disposição do apresentador que contou histórias da sua passagem pela Nazaré. De facto, numa noite como aquela, um pouco de humor fica sempre muito bem.

Foi uma noite em que ninguém ficou cansado.  E a juventude, na hora do fecho, ainda enchia a sala. Muitos parabéns a todos os verdadeiros amantes do folclore.

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