Opinião

Coronavírus. Made in China!…

Sem querer alargar o pânico que entretanto se estabelece com este novo vírus, mas sem deixar de salientar o perigo que tal representa, num mundo globalizado pelas suas relações comerciais e pelos movimentos transnacionais da espécie humana, esta doença infeciosa e mortal atinge hoje, com todos os instrumentos sanitários à nossa disposição e as experiências semelhantes de um passado recente, o nível de uma verdadeira pandemia!

Com mais de 900 mortes e dezenas de milhares de infetados, o coronavírus já transbordou do seu país de origem, a China, para cerca de 20 países, entre os quais: o Vietname, a Coreia do Sul, a Malásia, os EUA, o Japão, o Reino Unido, a França, a Espanha e porventura outros não notificados por razões diversas. Portugal tem, até ao momento, apenas casos suspeitos em análise e outros que foram considerados negativos.

Este novo vírus (2019-nCoV) que causa doenças respiratórias potencialmente graves como a pneumonia e para o qual ainda não foi encontrado um antídoto capaz de a debelar é, à semelhança de uma outra estirpe com origem na China, o SARS-CoV, que provocou um surto da síndrome respiratória aguda grave em 2002 e o coronavírus Mers-CoV, que atingiu o Médio Oriente em 2012, considerado na sua origem e por especialistas uma doença das vias respiratórias provocada pelo contacto humano com animais infetados, nomeadamente selvagens, alguns dos quais fazendo parte da dieta alimentar de certas populações. Não sendo proporcionalmente tão mortal como o anterior SARS-CoV, embora já tenha ultrapassado o número de mortes do seu congénere, o coronavírus de Wuhan, cidade chinesa onde começou a manifestar-se é, no entanto, muito mais veloz na sua propagação, colocando a Organização Mundial de Saúde (OMS) e, de forma geral, todos os países em estado de alerta e a respeitarem as normas de segurança que entretanto são estipuladas.

Associadas às notícias sobre esta doença infeciosa, que preocupa todos os mortais, começam a surgir nas redes sociais e nas mentes elaboradas de alguns cidadãos várias “teorias da conspiração” sobre as “verdadeiras” razões que estão na origem destas epidemias que têm confrontado a humanidade em pleno século XXI. Para uns e neste caso, foi: uma fuga de um laboratório biológico que existe perto da cidade de Wuhan; para outros foi uma ação deliberada para prejudicar a crescente economia concorrente dos chineses; outros afirmam que se tratou de uma atitude intencional das autoridades chinesas para limitar o crescimento da população, etc., etc….

Sem dar crédito a tais intenções draconianas e assassinas, tenho no entanto que salientar criticamente, em relação à China, a morosidade da informação sobre o que se estava a passar e os sucessivos impedimentos para que as autoridades sanitárias mundiais pudessem investigar o que se passava no terreno, além de uma autêntica fraude comportamental dos seus responsáveis locais, políticos e sanitários, depois de terem passado pela terrível experiência anterior com o vírus SARS-CoV. Saliento, no entanto, o hérculo esforço posterior dos cidadãos e das autoridades chinesas, tentando limitar a propagação do vírus, através de quarentenas para muitos milhares dos seus cidadãos e a construção de um enorme hospital em Wuhan, destinado aos infetados, em apenas 10 dias. Um feito só possível num regime politicamente e fortemente centralizado!

Por outro lado, lamento igualmente que o mundo em geral esteja tão fragilmente habilitado a deter a propagação destes cíclicos vírus, cada vez mais perigosos, colocando em risco muitos milhares de vidas humanas.

Alguém disse um dia que as guerras do futuro não se farão com balas e espingardas, mas com bactérias e vírus. Não querendo acreditar que o que se passa atualmente com esta epidemia se deva a uma ação premeditada de quaisquer mentes perversas, preocupa-me a nossa impreparação para resistir a uma hipotética confrontação futura com tais armas.

Se queremos erradicar ou minimizar os efeitos nocivos destas viroses mortais temos de falar sem máscaras (menos aquelas que nos protegem…) para que a ONU, que não consegue evitar uma guerra, se dedique a criar mecanismos supranacionais para obrigar, a bem da humanidade, todos os países a aplicarem medidas de prevenção e controlo contra este tipo de ameaças.

No entanto e ao que parece, este novo vírus vai sofrendo sucessivas modificações até se tornar inócuo ao nosso organismo, face às defesas do nosso metabolismo. Mas, se tal convicção se mostrar verdadeira, o que se passa não é bem a atestação do ditado popular: “incha, desincha e passa”. Pelo caminho ficam centenas, se não milhares, de mortos, ainda num momento em que todas as previsões falham sobre a evolução do contágio, para além das muralhas da China.

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