OpiniãoAugusto Bandeira

Como as coisas mudaram aos poucos e em pouco tempo

Muitas vezes na nossa rotina diária presenciamos situações deveras violentas, e o que fazemos? Nada…

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Foto: DR

Caros leitores eu até pensei seriamente antes de decidir escrever esta meia dúzia de palavras sobre o que dia a dia se vê nas ruas, em casa, em grupos de amigos, etc. – uma violência num crescimento absurdo e sobre a qual pouco ou nada se está a fazer. Alguns, ao lerem esta minha opinião, irão pensar que lhes é endereçada a eles próprios, mas não, não pensem assim, as coisas são o que são porque a sociedade as tornou assim.

Nós fizemos com que tudo isto assim fosse agora, todo o cidadão em geral tem parte nas culpas e responsabilidade por tudo o que se passa em nosso redor. Não venham com paninhos quentes tentar limpar as mágoas ou retirar as nódoas que nunca mais saem, há coisas que ficam e nunca mais esquecem e por muito que nós tentemos fica sempre uma dentro que não sai para fora e a cada passo ativa-se e traz-nos à memoria o que nos feriu em determinada altura. A violência não é apenas uma agressão física, por vezes dói mais uma verbal, algo que não se devia dizer, nem baixinho – especialmente nos dias de hoje, com as tecnologias que temos, tudo se sabe, uma boca mal dada pode ferir muito mais que um chapadão.

A educação, o respeito e a moral estão cada vez mais em desuso na nossa sociedade, está-se a perder cada vez mais a essência da humanidade, o respeito, o amor pelo próximo. Olhando à nossa volta cada vez mais existe falta de respeito pelo ser humano, agride-se por tudo e por nada, às vezes unicamente porque esse indivíduo não cede a certos interesses que o agressor quer que seja facultado a seu favor, e é aqui que agressão verbal entra – que é a que mais mancha e dificilmente essa mancha desaparece. É que muitos esquecem-se que uma agressão física com o tempo passa, desaparece, mas uma agressão verbal nunca.

A educação e o amor pelo ser humano devem ser ensinados em casa. As novas gerações não possuem o exemplo do respeito por quem nos prepara intelectualmente para a vida, por quem nos dá os cuidados de que mais precisamos , por quem zela pela segurança de todos nós – muitas vezes parte-se para a agressão em frente aos filhos. Como diz um ditado muito antigo, os filhos seguem o nosso exemplo.

Urgentemente precisamos de voltar a ter uma sociedade respeitosa e isso só vai acontecer quando dermos o exemplo aos nossos filhos transmitindo que temos de amar e respeitar o próximo.

Muitos de vocês lembram-se como foi a escola primária, mesmo depois quem continuou a estudar, o respeito que havia entre alunos e professores. Se algo anormal acontecesse e os nossos pais tivessem conhecimento ao chegar a casa levava-se uma tareia por se ter faltado ao respeito diante do professor. Hoje é o contrário. Se os pais tiverem conhecimento que o professor levantou o tom de voz ao filho, os próprios vão ter com o professor e chamam-lhe à atenção para que não volte a fazer isso. Agora digam-me: como vai um professor educar uma criança quando em casa o respeito é nulo? Não existe exemplo saudável, tudo o que a juventude faz está bem, já não se ensina como no passado. Muitos nem se dão ao cuidado de ouvir a realidade do que terá acontecido, vão logo pelo lado da violência, e eu pergunto porque será que as coisas mudaram em tão pouco tempo? Muito fácil… as novas tecnologias, a luta pela igualdade, o trabalho entre outros afetou todo o cidadão ao ponto de deixar de ter tempo para seguir o crescimento das crianças, ao ponto de lhes dar tudo o que elas pedem para as ver caladas para os próprios terem mais tempo sem se chatearem com os mais pequenos. E tudo isto deu no que se vê hoje diariamente – uma violência, entre uns e outros e por coisas que não faz sentido nenhum, uma falta de respeito pelo próximo como nunca existiu, com tendência a piorar.

Não se esqueçam que os nossos filhos passam mais tempo com os amigos e com os professores do que com nós próprios, os pais. Alguém segue o dia a dia dos filhos para ver a qualidade de quem os acompanha, (com todo o respeito para com todos), dos próprios amigos, ver a qualidade e de onde vêm. Assim dizia o meu avô: diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem tu és.

A boa educação nasce no berço. 

 

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