Opinião

Coincidências extraordinárias (II)

Conhecido como “Fiel Escudeiro (advogado)” do promotor da “acumulação primitiva de capital”, o juiz-presidente do Tribunal Supremo angolano, Rui Ferreira, tem andado a parlapatear por aí, que nada tem a ver com o concurso que o colocou como magistrado do Tribunal Constitucional e depois como presidente do Tribunal Supremo.

Neste quesito, o juiz-presidente do Tribunal Supremo, Rui Ferreira, tem toda (e mais alguma) razão. Todavia, a questão não é esta.  A questão, quanto a mim, é a de saber se o Conselho Superior da Magistratura Judicial decidiu, de facto, se Rui Ferreira é (ou não) magistrado judicial.

O que importa saber é se o Conselho Superior da Magistratura Judicial respeitou os procedimentos legalmente impostos para a seleção de um candidato, no caso Rui Ferreira, ao cargo de Presidente do Tribunal Supremo.

Ora, quando Rui Ferreira alardeia por aí que sequer sabe como foi parar ao cargo que ocupa, fica implícita a ideia de pretender sacudir a “água do seu capote” e a insinuação segundo a qual o Presidente angolano João Lourenço também terá responsabilidades na sua ascensão ao cargo de Presidente do Tribunal Supremo.

A ser verdade, uma pergunta se impõe: Terá o Chefe de Estado angolano violado o princípio constitucional democrático, uma vez que Rui Ferreira foi o segundo mais votado não o primeiro na votação que o catapultou para o cargo que ocupa no Tribunal Superior?  Vá-se lá saber!

Rui Ferreira (tido como “Eminência Parda” do regime) não poderia ter sido mais eficaz do que os seus adversários ao reconhecer que o seu filho está envolvido num processo de corrupção que tresanda e por isso está sob os holofotes de todos os que acompanham o que se passa debaixo do “Sol Político” angolano.

Por mais volta que se dê, a verdade insofismável é que foi o pai que ensinou o filho ( o tal que, com apenas 23 anos e que nunca trabalhou na vida, tem, na sua conta bancária, a módica quantia de 50 milhões de dólares)  a trilhar os caminhos ínvios da corrupção.

Rui Ferreira é, convenhamos, prisioneiro da coincidência de ser advogado de empresas que o Executivo determinou que fossem desmanteladas ou rebatizadas e do advento do seu filho como sócio destas “novas” empresas.

Conclusão:  Aqueles que o tem denunciado, em relação ao caso AROSFRAM, têm razão. O génio empresarial do filho de Rui Ferreira é irmão gémeo do contexto da sua atuação como magistrado e depois juiz-conselheiro do Tribunal Constitucional.

A ser verdade que Rui Ferreira fez a afirmação segundo a qual o Presidente João Lourenço cauciona e o apoia mesmo ante às várias denúncias que têm sido feitas publicamente relativas à sua prevaricação, enquanto presidente do Tribunal Constitucional… para bom entendedor, meia palavra basta!

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