Opinião

As “festas” dos jovens adultos e a Covid-19!

As “festas” dos jovens  adultos-europa-mileniostadium

Portugal, à semelhança de outros países europeus que, pela proximidade geográfica e societal são os que mais nos interessam para esta abordagem, caminha rapidamente para uma situação insustentável, do ponto de vista da saúde pública e de todas as suas consequências ao nível económico dos cidadãos.

O ritmo de crescimento acelerado de novas infeções por Covid-19, perante uma vacina ainda em fase de teste, apresenta o perigo de “entupir” os nossos hospitais, criando um conjunto de dificuldades adicionais ao tratamento desta doença e de todas as outras, pelos nossos serviços de saúde e, mesmo que “chovam” milhões de euros da União Europeia para reabilitar a nossa produção, esta não se realiza sem as pessoas saudáveis!

Face ao volume de casos infeciosos que se tem vindo a verificar que, à cerca de um pouco mais de uma semana atrás atingia uma média de 100 a 150 casos diários para agora se situar entre os 500 e 700 casos diários, o Governo decretou a extensão da “Situação de Contingência” a todo o território continental, entre 15 e 30 de setembro. Em prática serão colocadas mais um conjunto de medidas restritivas, relativas à limitação de ajuntamentos, horários dos comércios, transportes públicos e outras matérias, destinadas a conter o desenvolvimento infecioso, embora me pareça que, pelo retorno às atividades produtivas normais após as férias e à abertura das aulas presenciais, deveríamos ser mais exigentes.

No entanto, há quem não pense assim!

Embora não sejam os responsáveis exclusivos pelo aumento dos casos, mas com um total desprezo pelas estatísticas que nos demonstram que, atualmente, a maioria dos novos infetados tem entre 30 e 39 anos e 20 e 29 anos, embora a percentagem de vítimas mortais tenham mais de 60 anos, muitos jovens adultos organizam e participam em festas proibidas, com dezenas e centenas de pessoas, sem quaisquer cuidados relativos à situação epidemiológica em que nos encontramos, aumentando o descontrolo sobre os surtos infeciosos no país.

Muitos desses jovens adultos prevaricadores, cada vez mais desafiadores das normas existentes para evitar a propagação desta pandemia e sem terem em consideração a sua própria vida e a de toda a comunidade onde se inserem, nomeadamente as famílias e os amigos mais velhos que, por sua vez e no caso de ficarem afetados pela Covid, acabarão por ir transmitir a doença no seio dos seus locais profissionais e de convivência, estes jovens eventuais portadores do vírus estão a atuar como verdadeiros agentes pandémicos. Considerando-se como sendo os heróis da banda desenhada que idolatram, assumindo a sua invencibilidade face ao vírus ameaçador e partindo do pressuposto que os vilões desta história são todos aqueles que lhes impõem as regras para a sua própria segurança, como o uso de máscaras, o distanciamento social, o não consumo de álcool na via pública ou quaisquer outras proibições adequadas a sua defesa e à da restante comunidade, estes jovens adultos comportam-se de forma verdadeiramente anti-social e têm de ser tratados como tal.

Perante tais alterações da componente racional dos mais jovens, com idade para votar (…), fácil é admitir que são cada vez mais objeto do apetite político de personalidades ou organizações que se opõem aos poderes instituídos, poderes que tentam desesperadamente combater os efeitos desta pandemia, preservando a saúde das populações das nossas respetivas sociedades e a manutenção do funcionamento indispensável das nossas economias.

Embora a nossa sociedade tenha propensão a prolongar o estatuto de jovem, muito para além do que era aceitável na geração anterior, suscitando a compreensão para os desvarios dos jovens e a desculpabilização dos seus atos, o que é facto é que “um jovem de 25 ou 30 anos” é um adulto para todos os efeitos e deve respeito para com toda a sua comunidade, devendo ser responsabilizado, independentemente da sua educação parental continuar a considerá-lo como um adolescente que comete os naturais erros da puberdade.

Devíamos culpar os pais? Talvez. Mas isso implicaria culpar igualmente todo o universo de agentes individuais e sociais, que contribuíram e contribuem para esta situação de desresponsabilização coletiva, com base na faixa etária dos faltosos.

Se não “cresceram” que “cresçam”!… Não apenas com doses forçadas de sensibilização, para evitar cometerem erros que ponham em risco a vida de todos, mas associá-las a pesadas medidas coercivas que impeçam estes “jovens” adultos de repetir tais “gracinhas”.

O que está em causa é demasiado grave para nos fazer adormecer no combate a uma das maiores epidemias mundiais, responsável já por 900 mil mortos e 30 milhões de infetados, em 196 países e lançando o caos nas respetivas economias.

Todos sentimos necessidade de voltar aos padrões de vida coletiva que antes possuíamos e à intimidade da vida social que tanto apreciávamos. Por favor… deixem-nos reconquistá-la!

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