Amigos do peito.

Segundo consta num artigo do jornal Expresso o homem é um adepto acérrimo do Benfica, mas não só é adepto dos vermelhos como tem uma quinta na Amareleja de onde saem vinhos galardoados, dos quais 90% são para exportação. Este senhor, mais conhecido como Zé Grande, está a ser investigado pela PJ.

É grande de nome dada a sua altura, mas não é grande coisa. Construtor civil, divide a sua vida por Luanda e Amadora e tornou-se conhecido pelo facto de ter oferecido uma prenda em dinheiro ao Ricardo Salgado no montante de 14 milhões de euros. Grande amigo, porra não se encontra disto todos os dias, mas assim anda o nosso país na vergonha causada pelos intelectuais e dos sábios que de nada sabem a não ser corromper as leis com ajuda dos que as fabricam. Ninguém diz nada. Até o povo que teve conhecimento nada se importou, deixou andar. Isto é tipo, dá-me um caneco que eu até fecho os olhos. Eu não consigo suportar incompetentes deste tipo e disto há em todo lado. Pessoas que viraram de ideias e de atitudes depois de alguém lhes encher o bucho, desculpem a expressão que se usa no Minho, onde Portugal começou, mas é mesmo isto que acontece em todo lado e nada se passa. Aqueles que até eram contraditórios aos sombra passaram a ser do lado porque lhes deram meia banana e ficaram com a boca cheia e não se passa nada, (aproveito para enviar uma indireta e só enfia a carapuça a quem lhe servir).

Eu se não digo nada posso morrer abafado, agora até há os que usam as instalações públicas para uso de tainadas com os amigos a qualquer hora do dia e não se passa nada – é mais uma indireta –, e tanta gente vê e fecha os olhos, dizem pelas costas.

Voltando à história… um determinado dia, numa quinta para as bandas do Alentejo com mais ou menos 2700 hectares, mais conhecida por Arrochais, em finais do ano de 2001 um senhor sendo genro de um ex-Presidente da República acabou por ficar ferido num acidente. Houve ali alguns chumbos perdidos, na realidade foi chumbado, pobre miserável dono da maior sala de espetáculos do país que até pertencia ao Estado. Vejam só que infelicidade deste senhor que teve uma caravana que mais parecia um casamento a acompanhar a ambulância para o hospital. Os próprios bombeiros ficaram de boca aberta, no final também tiveram direito a uma gorjeta de luxo da parte do Zé Grande. Assim se vai governando a Nação. Na chegada ao local até o sogro o esperava, que bonito! Todos gozam com o povinho, mas reparem só quem fazia parte da equipa nesse dia da caçada entre amigos, entre outros dos quadrantes políticos: Dias Loureiro, Isaltino Morais e empresários como Sousa Cintra, etc. Alguns destes diziam que o país precisava de muitos empresários como este, o Zé Grande, que ofereceu uma prenda de 14 milhões e conseguiu evitar uma investigação e não só, porque conseguiu abafar tudo com uma justificação de que os 14 milhões foram pelo sucesso que teve em Angola. Nunca fez um depoimento presente ao juiz. Foi sempre por escrito, recusando ser ouvido. Meses depois, a sua ausência acabou por ser desvalorizada pelo Ministério Público, com o argumento de que os deputados já tinham aceitado que o seu depoimento fosse por escrito. Acabou por não ser acusado pelo crime de desobediência. Reparem ao ponto que Portugal chegou, só basta ter o nome grande que nada se passa, o que aconteceria se fosse outro tipo de cidadão com menos recursos financeiros.

Mas engraçada foi a resposta do Zé Grande – diz que alegadamente pagou 14 milhões de euros a Ricardo Salgado por liberalidades, (quis ele dizer que foi donativo feito com generosidade). Mas não acaba assim: também pagou 1,5 milhões de euros a António Tomás Correia que, segundo consta, era presidente do Montepio. Para ser rápido, este senhor tinha dívidas ao BES, herdadas pelo Novo Banco e que dos mais de 200 milhões de euros que lhe emprestaram sem garantias, o Novo Banco acabou por lhe perdoar 121 milhões, agora só falta ser condecorado pelo Presidente da República. Gosto mais deste como comentador do que com o cargo que exerce.

Bom fim de semana e viva a nossa Nação.

gustp