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Mais de 30 milhões de pessoas a um “passo” da fome severa, alerta ONU

A pandemia, a crise climática, os conflitos armados bem como as pragas de animais estão a traçar um futuro catastrófico para mais de 20 países, que vão enfrentar, nos próximos meses, níveis “preocupantes” de fome global, de acordo com um relatório da ONU.

Ter comida no prato é um privilégio de alguns e um problema para milhões de pessoas. Os países mais pobres lidam com a fome, com a subnutrição e com a falta de alimentos há vários anos. Mas o que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) revelam agora é que o risco de fome severa vai aumentar em 20 países do mundo, nos próximos meses.

No relatório da agência sobre os focos de fome no mundo, o Iémen, o Sudão do Sul e o Norte da Nigéria encabeçam a lista de regiões que enfrentam níveis preocupantes de fome. Estima-se que cerca de 34 milhões de pessoas estejam a viver em níveis de emergência de fome severa, segundo a classificação integrada de segurança alimentar (IPC, sigla em inglês). São pessoas que, raramente, sabem de onde vem e quando será a próxima refeição, sendo que cada porção quase nunca é suficiente para satisfazer as necessidades básicas.

“A magnitude do sofrimento é alarmante”, afirmou o diretor geral da FAO, Qu Dongyu. “Cabe a todos nós agir agora e agir rapidamente para salvar vidas, salvaguardar os meios de subsistência e prevenir que a situação piore”, acrescentou.

A maioria dos focos identificados no relatório são em África, mas alguns são noutras regiões, como o Afeganistão na Ásia, a Síria e o Líbano no Médio Oriente, o Haiti na América Latina e as Caraíbas. É um problema transversal às várias regiões do mundo.

O relatório recomenda, também, ações eficazes a curto prazo em cada país para responder às necessidades das populações.

Qu Dongyu garantiu que parte da solução passa por “proteger, estabilizar e até aumentar a produção local de alimentos”, ainda que, em muitas regiões, a época da plantação só esteja a começar agora, a produção agrícola é possível e essencial. Para isso é preciso garantir a distribuição de sementes tolerantes à seca, o tratamento e a vacinação do gado, esquemas de distribuição de dinheiro por trabalho, reabilitação de estruturas de colheita de água e o aumento de oportunidades de rendimento para as comunidades vulneráveis.

Além disso, seria necessário terminar os conflitos armados nas várias regiões e aumentar o número de doações para combater o problema.

No início deste mês, a FAO e o PAM solicitaram mais de 4 mil milhões de euros para lutar contra a fome, através da assistência alimentar humanitária, dinheiro e de intervenções de emergência para meios de subsistência.

A América Latina é a região mais atingida pelo declínio económico e será aquela que terá a recuperação mais lenta, concluiu também o relatório. Enquanto que o Médio Oriente, Iémen, Síria e Líbano estão a ser seriamente afetados pela desvalorização da moeda e pela inflação vertiginosa.

Outros países identificados com os piores focos de fome são o Burkina Faso, o Afeganistão, a República Democrática do Congo, a Etiópia, o Haiti, o Sudão e a Síria.

JN

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