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Centro europeu alerta para subnotificação de casos com autotestes

A test kit for a Covid-19 antigen rapid test is pictured in Berlin on March 16, 2021, amid the ongoing coronavirus pandemic. (Photo by DAVID GANNON / AFP)

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças considera que os autotestes de covid-19, que começam a ser mais acessíveis na União Europeia (UE), podem ajudar à deteção precoce, mas alerta para a eventual subnotificação de casos.

“Do ponto de vista da saúde pública, os autotestes podem oferecer vantagens quando utilizados para complementar os testes rápidos ou PCR administrados profissionalmente” dado que “podem melhorar a acessibilidade […] ao permitirem que os indivíduos obtenham o resultado muito rapidamente”, considera o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) numa análise divulgada esta quarta-feira.

Numa altura em que este tipo de testes antigénio começa a estar disponível nas farmácias europeias e portuguesas, a agência observa que esta generalização dos autoestes pode “ajudar a uma deteção precoce de casos infecciosos e a reduzir ainda mais a transmissão comunitária”.

“Os autotestes podem, portanto, melhorar o controlo da doença com uma rápida identificação e isolamento dos casos“, acrescenta.

Ainda assim, o ECDC alerta que “a transferência da responsabilidade de comunicar os resultados dos testes de profissionais de saúde e laboratórios para os indivíduos poderá levar a uma subnotificação, o que torna as medidas de resposta, tais como o rastreio dos contactos e a quarentena dos contactos ainda mais difíceis”.

Acresce que, de acordo com o organismo europeu, “os indicadores atuais para monitorizar a intensidade e propagação da pandemia de covid-19 – como taxas de testes, taxas de positividade dos testes e taxas de notificação de casos – poderiam ser afetados”.

Situação que tornaria mais “difícil monitorizar as tendências da doença ao longo do tempo”, avisa.

O ECDC menciona ainda um “desafio adicional” que assenta na dificuldade de as autoridades sanitárias conseguirem “sequenciar e monitorizar as preocupantes variantes” com este tipo de testes, numa altura em que se propagam a ritmo acelerado as mutações inicialmente detetadas no Reino UnidoBrasil e Japão.

“As autoridades de saúde pública que procuram implementar autotestes deveriam ter em conta a população que visam, bem como a prevalência da doença nessa população”, aconselha ainda a agência europeia de apoio aos Estados-membros da UE e Espaço Económico Europeu perante crises sanitárias.

Em causa estão testes cujos resultados são obtidos num curto prazo, geralmente minutos, e que não necessitam de equipamento laboratorial para serem processados, funcionando de forma semelhante aos testes de gravidez.

Em Portugal, os testes rápidos de antigénio para deteção do SARS-CoV-2 passaram a poder ser adquiridos em farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica, como antes já acontecia em países europeus como Itália, Áustria e Alemanha.

Uma portaria do Ministério da Saúde criou “um regime excecional e temporário para a realização em autoteste de testes rápidos de antigénio, destinados, pelos seus fabricantes, a serem realizados em amostras da área nasal anterior interna”.

Segundo esse diploma, os testes rápidos de antigénio abrangidos pelo regime excecional, que tem a duração de seis meses, podem ser disponibilizados às unidades do sistema de saúde, para venda em farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica autorizados e em outros locais a definir por despacho do Ministério da Saúde.

JN

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