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Bruxelas quer reciprocidade e proporcionalidade na exportação das vacinas

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen ameaçou, esta quarta-feira, endurecer as condições de exportação das vacinas para fora da União Europeia (UE), se não houver reciprocidade por parte dos países produtores.

Numa conferência de imprensa, a líder do executivo europeu afirmou que todas as hipóteses “estão em cima da mesa” para garantir o bom funcionamento da campanha de vacinação na União Europeia. Por isso, von der Leyen não descarta a possibilidade de restringir as exportações das vacinas caso a política de alguns países não mude.

“Se a situação não mudar, teremos que refletir sobre as exportações para países que produzem vacinas, dependendo do seu grau de abertura”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, em Bruxelas.

Ao todo, a UE já exportou 41 milhões de doses de vacinas para 33 países, mas a líder do executivo ressalvou que o negócio da exportação é “uma estrada com dois sentidos” e por isso pediu proporcionalidade. Ursula von der Leyen quer, ainda, verificar “se as exportações para países que têm taxas de vacinação mais altas do que as europeias são proporcionais”.

A presidente revelou também que as entregas de vacinas vindas dos Estados Unidos correram como planeado, no entanto o mesmo não aconteceu com o Reino Unido. “Ainda estamos à espera que as doses venham do Reino Unido”, disse von der Leyen.

A Comissão Europeia adotou um mecanismo de controlo de exportação de vacinas em janeiro e, na semana passada, estendeu o prazo de aplicação dessas regras para o final de junho. A União Europeia “exporta para muitos países produtores de vacinas. Este é então um convite para que [os países produtores] se abram. Para que possamos ver exportações de retorno”, insistiu a líder do comité.

A campanha de vacinação na UE

Apesar de estar descontente com as falhas de “reciprocidade” de outros países e com os atrasos da farmacêutica AstraZeneca, a duas semanas de terminar o primeiro semestre do ano, a presidente da Comissão Europeia fez um balanço positivo na campanha de vacinação, realçando “os progressos” que teve na Europa.

Tanto a BioNTech/Pfizer como a Moderna estão “a entregar [as vacinas] consoante o contrato” celebrado, ou seja 66 milhões e dez milhões de doses, respetivamente. No entanto, os atrasos da farmacêutica AstraZeneca reduziu “a velocidade da campanha de vacinação na União Europeia”, afirmou von der Leyen.

A farmacêutica britânica comprometeu-se inicialmente a “fornecer 90 milhões de doses até final do trimestre, mas depois reduziu para 40 milhões e agora a sua projeção é de apenas 30 milhões”, disse a líder do executivo. Apesar de muitos países europeus terem suspendido, por precaução, a vacina da AstraZeneca, se a empresa cumprir, até ao fim do mês, o que prometeu “no final do trimestre terão sido entregues 100 milhões de doses” de vacinas da covid-19 na União Europeia.

Em abril, a entrada no mercado da vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, vai permitir aumentar o ritmo da campanha de vacinação na Europa e tornar possível a tão desejada imunidade de grupo, com “70% da população vacinada até ao final do verão”, assegurou von der Leyen.

Apesar da situação epidemiológica estar a piorar em vários países europeus, a Comissão Europeia vai avançar com a proposta da criação de um certificado livre-trânsito digital, o “passaport covid”. Através do documento será possível comprovar se a pessoa já foi vacinada contra a covid-19, testada ou se recuperou da doença. A medida deverá entrar em vigor antes do verão.

JN

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