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O’Toole assinala 100 dias à frente do PC

“Podem contar com os Conservadores para continuar a pressionar por clareza e competência” Erin O’Toole

 

No meio da maior crise de saúde pública do século e da maior crise económica desde a Grande Depressão, o líder dos conservadores, Erin O’Toole assinalou 100 dias à frente do PC e disse que sem plano de vacinação não existe plano de recuperação económica.

Na passada segunda-feira (7 de dezembro) o Partido Conservador fez uma conferência online com alguns dos diferentes grupos étnicos de comunicação social canadiana. A conferência contou com a presença de 42 grupos, durou cerca de uma hora e no total foram submetidas mais de 100 questões. O Milénio Stadium assistiu à conferência de imprensa, mas infelizmente o líder do PC não teve tempo de responder às nossas questões. No entanto, submetemos as questões por e-mail e as respostas chegaram pouco antes do fecho da edição.

No vídeo de abertura Erin O’Toole começou por agradecer aos media pelo trabalho que fazem ao informar a sua comunidade e disse compreender que os próprios media enfrentam dificuldades porque com a crise que afecta as pequenas empresas as receitas publicitárias dos media étnicos também caíram. O líder do PC elogiou os canadianos que continuam a cumprir com as novas regras de saúde pública e disse que este Natal ia ser muito diferente porque as pessoas não iam poder visitar os seus familiares e amigos por causa do risco de contraírem COVID-19. O’Toole criticou o plano que o Governo apresentou recentemente e disse que sem um plano de testes rápidos em massa não é possível recuperar a economia do país.

“[O Governo] não oferece nenhum plano para fazer com que os canadianos voltem ao trabalho ou reabram as pequenas empresas que encerraram. Não conseguimos testar o vírus de forma rápida e frequente e não existe um plano real para rastrear e isolar aqueles que estão infetados. Não pode haver um plano para reabrir a economia do Canadá e permitir viagens novamente sem um plano para fazer testes rápidos e vacinas”, explicou.
Os Conservadores garantem que a economia canadiana já mostrava sinais de fraqueza antes da pandemia, mas dizem que o Governo preferiu ignorar os avisos da oposição, manter um grande déficit estrutural e aumentar os impostos em épocas económicas favoráveis. O’Toole alerta que o atual déficit de $400 mil milhões vai hipotecar o futuro das próximas gerações e que vai deixar milhões de canadianos para trás que não encontrar emprego.
Os Liberais acreditam que o futuro da economia canadiana deve passar pelo cumprimento das emissões atmosféricas, mas os Conservadores defendem que a criação de emprego deve vir sobretudo do setor da energia. O’Toole voltou a sublinhar que defende a construção do oleoduto Keystone XL e a criação de empregos na indústria de petróleo e gás.

O líder do PC recordou ainda que em 100 dias como líder do PC o seu partido apresentou várias moções para melhorar a resposta do Governo à pandemia de COVID-19 e forçar os liberais a banir a Huawei do país.
Se for eleito como PM, O’Toole quer “dar aos canadianos um plano realista para enfrentar os desafios do presente, para que os jovens tenham oportunidades no futuro. Os conservadores do Canadá sempre defenderam o multiculturalismo e a inclusão”.

O plano de vacinação do Canadá, as ajudas federais às famílias e empresas para sobreviverem à pandemia, as relações com a China e o desempenho do Governo Liberal foram alguns dos temas que foram abordados nos 60 minutos.

Com uma árvore de Natal a servir de cenário O’Toole foi dizendo que se fosse eleito primeiro-ministro teria uma abordagem diferente para com os pequenos empresários. O líder do PC, que antes de ingressar na política passou pelas Forças Armadas, disse que o PC quer que a CRA suspenda as auditorias às empresas que receberam o apoio ao pagamento de ordenados porque as auditorias colocam exigências onerosas às empresas que lutam para sobreviver à segunda vaga da pandemia.

O’Toole criticou Trudeau por não apresentar um plano de vacinação nacional e com isso ter contribuído para a falta de confiança dos canadianos na vacina. “Não sabemos a data em que as vacinas vão estar disponíveis. A maioria de nossos aliados sabe, na verdade, o Reino Unido e os EUA vão começar a recebê-las nos próximos dias. Os canadianos fazem perguntas e merecem respostas”, disse.

O líder do PC também disse que os esforços do Governo para disponibilizar ajuda económica a empresas e famílias podia ter sido mais eficaz se tivesse sido disponibilizada mais cedo. “A verdade é que a resposta económica dos liberais tem sido errática e confusa. Milhões de canadianos receberam o CERB indevidamente e outros que perderam o emprego podiam estar hoje empregados se o apoio salarial tivesse sido disponibilizado mais cedo”, referiu.

Na atualização fiscal, a ministra das Finanças disse que o deficit do Canadá podia chegar aos $ 381,6 mil milhões até o final de março de 2021, uma previsão que pode vir a aumentar se forem necessários mais confinamentos para evitar a transmissão do vírus. O Governo Liberal vai gastar $ 100 mil milhões para impulsionar a economia nacional no pós-pandemia nos próximos três anos e nos próximos meses vão ser divulgados mais detalhes.

 

Milénio Stadium: Qual é a sua mensagem para a comunidade luso-canadiana que pretende viajar e visitar os seus familiares em Portugal, mas que este ano não o vai fazer porque o Canadá continua a impor uma quarentena obrigatória em vez de testes rápidos? Quando é que acha que o projeto piloto de Alberta de testes rápidos vai ser expandido ao resto do país?
Erin O’Toole: Este ano tem sido difícil para todos os canadianos e o Natal e o Ano Novo não vão ser diferentes. Enquanto lutamos para travar a COVID-19, espero que todos permaneçam seguros e saudáveis nesta temporada de festas e continuem a seguir os conselhos de saúde pública. Até que todos os canadianos tenham acesso a vacinas e a testes rápidos, infelizmente vamos continuar a ver confinamentos. Especialistas em todo o mundo continuam a apontar os testes rápidos de fácil acesso como uma ferramenta chave no combate à transmissão da COVID-19, com potencial para ajudar os canadianos a viverem uma vida normal. A ministra da Saúde de Justin Trudeau não conseguiu disponibilizar o teste rápido – uma das ferramentas que permitiria aos passageiros viajar com segurança. Essa falha teve um impacto significativo sobre os trabalhadores das companhias aéreas e sobre os milhares de canadianos que dependem das viagens aéreas, especialmente durante as férias.

MS: Com um novo confinamento em Toronto, os proprietários de pequenas empresas estão a lutar para sobreviver, mas a hipótese de um terceiro confinamento paira no ar. Se tivéssemos os Conservadores no poder durante a pandemia, a resposta de Otava à crise de COVID-19 teria sido diferente?
EO: Estamos quase no Natal e os empresários canadianos precisam de clareza de seu Governo para planear o seu futuro. Temos pedido ao Governo Liberal a corrigir o Mecanismo de Financiamento de Emergência para Grandes Empregadores (LEEFF), para reduzir as restrições e alterar a tabela de taxas de juros. Propusemos um plano para o Governo Liberal adiar o aumento de impostos sobre a folha de pagamento da CPP marcado para 1 de janeiro, bem como o aumento do imposto sobre o carbono e da escada rolante do álcool planeado para o próximo ano, mas os Liberais optaram por votar contra. As pequenas empresas e os trabalhadores canadianos merecem a certeza deste Governo. À medida que entramos num novo ano, todos os canadianos podem contar com os Conservadores para continuar a pressionar por clareza, competência e pelos canadianos.

MS: Se for eleito, podemos esperar do Governo Conservador políticas de imigração mais flexíveis, nomeadamente com os membros da UE, como é o caso de Portugal?
EO: O primeiro-ministro Trudeau é responsável por criar uma enorme acumulação de processos que vai levar anos para ser reparada. Tal como tenho vindo a dizer, acredito em priorizar a reunificação familiar e garantir que esse processo seja rápido e transparente. Isso vai ajudar muitas famílias canadianas e vai contribuir positivamente para a economia. O nosso processo de imigração deve ser justo, compassivo e oportuno. Não podemos deixar as pessoas esperar na fila durante anos sem um fim à vista.

Joana Leal/MS

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