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Labour Day junta principais forças sindicais

Centenas de pessoas participaram na parada anual do Labour Day em Toronto, na segunda-feira (2) e até o presidente da Câmara se juntou à causa.

“Organizações como a LiUNA ou a CUPE apostam muito em formação para que o ambiente de trabalho seja cada vez mais seguro. Quero agradecer aos trabalhadores pelo seu esforço na construção deste país e desta cidade”, disse John Tory.

A Parada fez 125 anos e o tema principal foi a força e a solidariedade dos trabalhadores. Os movimentos sindicais estiveram representados em peso e a Parada abriu com o principal sindicato da construção civil do país.
Jack Oliveira, Business Manager da LiUNA Local 183, aproveitou para recordar os membros que perderam as suas vidas no local de trabalho e agradecer aos pensionistas que contribuíram para a melhoria das condições de trabalho. “Todos eles foram importantes para melhorar este setor, mas no fim do dia ainda temos muito trabalho pela frente. Vamos continuar a fazer os possíveis para aplicar as regras dos contratos de trabalho e melhorar a segurança no terreno”, avançou Jack Oliveira.

Carmen Principato, Business Manager da LiUNA Local 506, disse ao Milénio Stadium que esta Parada tem um significado especial. “Este ano vamos celebrar 100 anos de sindicato a 14 de novembro. Estou muito honrado por fazer parte desta data e por poder estar aqui hoje a representar os nossos membros e aposentados”, garantiu.
Julie Dzerowicz, MP de Davenport, reconheceu a importância dos sindicatos na proteção da classe média. “Provavelmente na minha área tenho a maior concentração de membros da LiUNA Local 183 e grande parte deles é de origem portuguesa. Acreditamos que a única forma de termos uma classe média forte no Canadá é se tivermos um movimento sindical forte. Eles protegem o trabalhador ao nível da saúde, segurança e reforma e funcionam como uma voz coletiva”, assegurou.

Profissionais da área da saúde, da arte e do ensino também marcaram presença e criticaram as políticas do Premier de Ontário. “Este governo é anti-trabalhador, o Doug Ford está a fazer reformas na lei do trabalho que nos fazem regredir vários anos. Ele está a atacar as uniões de várias formas e não há nada que ele tenha feito que seja favorável aos sindicatos. Estou preocupada porque tenho receio que em outubro os Conservadores vençam as eleições e se tal vier a acontecer isso vai fortalecer ainda mais o governo de Doug Ford”, lamentou Erin Black, do CUPE.

O mercado de trabalho está em constante evolução e pelas ruas encontrámos uma nova geração de trabalhadores. Brandon trabalha na Uber Eats e enquanto esperava pela sua encomenda aceitou falar com o Milénio Stadium. “Trabalho para esta empresa há alguns meses e gosto do facto de não ter de lidar pessoalmente com o meu chefe (risos). Tudo é tratado através de uma app e a nível de horário é um trabalho muito flexível”, adiantou.

Yuko estava a trabalhar num restaurante que estava aberto no dia do feriado nacional. Recém-chegada do Japão, a funcionária não vê grandes diferenças no mercado de trabalho nos dois países. “Acho que é muito parecido, no Japão também era empregada de mesa e as condições eram semelhantes. Estamos abertos porque achámos que depois da Parada os clientes vão começar a chegar. Entretanto vamos adiantando as encomendas da Uber Eats que são cada vez mais”, informou.

Os portugueses reconhecem a importância dos benefícios, sobretudo ao nível da saúde e da reforma. Beatriz Rocha tem filhos e ainda se lembra do tempo em que trabalhava sem benefícios. “O meu marido trabalha na construção civil e agora temos direito aos benefícios da 506 que são muito bons. Temos dentista, fisioterapia, medicamentos, óculos, etc. Mas quando trabalhava com crianças nunca tive direito a benefícios e aqui, nesta terra, os cuidados de saúde são muito caros”, alegou.

José Silva está reformado, mas trabalhou 35 anos na construção civil. “Tenho 78 anos e estou reformado desde os 65 anos. O trabalho era duro, mas de Portugal só trouxe a 4.ª classe. Sou membro da 183 e os benefícios são bons, porque se fosse pela reforma do governo não chegava para viver. Para termos melhores condições de trabalho precisamos de estudar, mas todas as profissões são importantes, quer seja o pedreiro ou o padeiro”, explicou.
O ministro do Trabalho de Ontário, Monte McNaughton e o ministro Federal da Imigração, Ahmed Hussen, participaram ambos na Parada do Labour Day.

Joana Leal

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