Comunidade

Violência na terceira idade

O Grupo Vida e Esperança do Abrigo Centre produziu três vídeos sobre a violência na terceira idade. Violência financeira, emocional e física são retratadas, através dos próprios utentes, que tiveram a oportunidade de serem atores durante algumas horas.

Segundo Marília dos Santos, do Abrigo Centre, o objectivo do projeto foi alertar a sociedade para a importância deste problema. “Se calhar algumas pessoas vão pensar que andamos sempre à volta do mesmo problema, mas a verdade é que ele está longe de ser resolvido. Temos a obrigação de educar as pessoas para estes abusos que às vezes surgem dentro da própria família”, explicou.

De acordo com a técnica, a violência financeira, emocional e física são as mais comuns dentro do universo dos utentes do Abrigo Centre. O projeto foi coordenado por Sérgio Dias, um dos utentes do grupo. Em declarações ao Programa “Camões em Toronto”, conduzido por Telma Pinguelo, Sérgio revelou que dois minutos de vídeo demoraram mais de seis horas a gravar. “Já tive a oportunidade de fazer dois filmes em Portugal, mas aqui o desafio foi diferente porque alguns dos atores nunca tinham estado à frente de uma câmara. Tenho pena que os homens não adiram tanto como as mulheres”, contou.

Lígia Sardo é voluntária do Abrigo Centre e foi a atriz do vídeo sobre violência financeira. “Neste vídeo a filha quer que o pai venda a casa, mas felizmente o pai está bastante lúcido e não aceita a imposição. Estava muito nervosa porque nunca tinha feito nada parecido, mas gostei muito da experiência, se fosse hoje voltava a fazê-lo”, disse.

Urania Silveira participou no vídeo sobre a violência emocional, um vídeo sobre a solidão onde não há diálogo. “Inspirei-me na vida de alguns idosos que conheço e juntei a experiência que já tinha ao nível do teatro”, revelou.

O Grupo Vida e Esperança do Abrigo Centre foi criado em 2010 e conta com mais de 180 utentes. O grupo reúne-se às terças-feiras no 2.º andar do centro entre as 9 e as 16 horas da tarde e conta com a ajuda preciosa de 11 voluntários.

Este grupo desenvolve várias atividades que beneficiam as alterações psicológicas, emocionais e físicas dos utentes, nomeadamente jogos de mesa, música, ginástica, teatro, informática e pintura.

Marília dos Santos sublinha a importância do Abrigo na vida destes idosos. “Muitos deles passaram a vida a trabalhar e não conheciam quase nada de Toronto. Só para terem uma ideia recentemente organizamos uma excursão a Blue Mountain com 56 utentes e só dois é que já lá tinham ido”, informou.

Lígia Sardo é voluntária há três anos e partilhou a sua experiência pessoal com uma das plataformas da MDC. “Há quatro anos tive um AVC e isolei-me em casa durante um ano. Um dia conheci o Abrigo e bendita a hora que coloquei lá os pés. Hoje sou outra pessoa”, admitiu.

Em breve o Abrigo vai adaptar este projeto audiovisual ao teatro.

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